terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Blackout: sentimento agridoce

Por uma questão de princípio não gosto de blackouts. A comunicação social tem o seu papel a desempenhar na sociedade, e quando um clube opta por deixar de falar aos jornais, televisões e rádios está automaticamente a cortar um elo de ligação com muitos dos seus sócios e adeptos.

Para além disso, muita desta turbulência mediática tem sido alimentada pelo próprio clube, e é normal que a comunicação social procure explorá-la.

No entanto, é indiscutível a má vontade que muitos desses órgãos de comunicação social têm para com o Sporting. A diferença de tratamento para com Benfica e Porto é gritante. Ainda no fim-de-semana passado Mané fez uma declaração simpática sobre Bruno de Carvalho e nenhum dos jornais o referiu na capa. Não tiveram no entanto problemas em alimentar ainda mais a novela sobre a discórdia entre treinador e presidente do Sporting. O jornal A Bola deu tanto destaque ao facto de a vitória do Benfica ter sido obtida em fora-de-jogo como aos erros defensivos (WTF?) que o Sporting cometeu contra o Nacional ("Leão sobreviveu a erros defensivos, falta de pontaria e expulsão de Adrien"), e optou por omitir as declarações em que Jorge Jesus refere que o público benfiquista enervou a equipa. E de O Jogo nem vale a pena falar, tão clara e óbvia é a sua orientação editorial.

Do ponto de vista do adepto sportinguista, a existência da Sporting TV faz com que o impacto de uma medida destas não seja tão gravosa quanto o seria há um ano atrás. De qualquer forma, faz com que o contraditório desapareça e isso nunca é uma situação positiva.

Não gostando de blackouts, não vou ficar particularmente incomodado por esta decisão da direção do Sporting. Muita da comunicação social merece-o totalmente. De qualquer forma não tenho dúvidas de que irão sobreviver, dado o imenso talento que têm demonstrado para inventar acontecimentos ao longo dos anos.