domingo, 3 de maio de 2015

Serviços mínimos

Apesar de ser um jogo pouco mais que a feijões, nunca esperei ver uma primeira parte que mais parecia um encontro de solteiros contra casados, tantos foram os momentos de asneiras provocadas por pura displicência por parte dos jogadores do Sporting. Depois do enorme bocejo que foram os primeiros 45 minutos, a equipa regressou dos balneários com vontade de jogar algo mais parecido com futebol, e acabou por construir uma vitória justa  powered by energia sul-americana.



Positivo

A entrada de Carrillo - não foi preciso esperar muito para perceber que a entrada do peruano iria agitar as águas. Foi o principal dinamizador do futebol ofensivo até ao 1º golo da equipa, que surgiu de mais uma assistência sua. É de há vários meses para cá o nosso melhor jogador, aquele que mais facilidade tem em criar desequilíbrios, e é imperioso mantê-lo para a próxima época. Com o contrato renovado, como não poderia deixar de ser.

O regresso do goleador - na primeira parte não escapou à apatia e desinspiração generalizada, mas soltou-se no segundo tempo e conseguiu uma exibição interessante. Acaba por ser a figura do jogo pelos dois golos que marcou, que se juntam aos dois que já tinha marcado na segunda-feira passada. No segundo golo, melhor que a finalização propriamente dita foi a forma deliciosa como dominou a bola e a colocou em Mané. Sinais muito promissores de um eventual regresso do Montero do princípio da época passada, que a suceder será um sério e inesperado reforço para o que resta desta - e em particular para o dia 31 de maio.



Negativo

Primeira parte intolerável - futebol lento, previsível e atabalhoado, a lembrar outras primeiras partes dadas de avanço aos adversários ao longo desta época, mas que neste caso teve a desagradável companhia de n situações de perdas de bola provocadas por quebras de concentração capazes de irritar o mais sereno dos adeptos. Rosell e Capel foram compreensivelmente sacrificados ao intervalo, mas é injusto colocar a responsabilidade apenas nos espanhóis, já que também os habituais titulares estiveram muitos furos abaixo do que seria exigível.

Acorda, Jefferson! - mais um péssimo jogo do brasileiro, algo que se tem tornado norma nas últimas semanas. Está a precisar de banco. Miguel Lopes, André Geraldes ou Jonathan Silva, qualquer um deles devia ser lançado contra o Estoril, para ver se Jefferson acorda para a vida e volta a ser o jogador influente que foi ao longo das últimas duas épocas.

A arbitragem de Cosme Machado - já escrevi noutras ocasiões que considero Cosme Machado o árbitro mais errático que arbitra em Portugal. Não necessariamente o pior - para esse título existe muita e boa concorrência. Hoje, para confirmar a ideia que tinha, calhou-nos o Cosme deixa-jogar Machado. Deve ter acordado com a ideia de não mostrar nenhum cartão em Alvalade, e como tal valeu tudo. Os jogadores do Nacional tiveram liberdade para dar cotoveladas e arrancar os adversários pela raíz, sem qualquer punição: nem falta, nem cartão. Também várias faltas a interromper ataques prometedores conseguiram escapar sem cartões (incluindo duas cometidas por jogadores do Sporting). Curiosamente, no Sporting - Nacional da época passada, também um árbitro habitualmente disciplinador decidiu deixar jogar, permitindo tudo aos jogadores do Nacional - falo de Manuel Mota. Coincidências infelizes, decerto. Hei-de escrever mais tarde sobre esta questão se tiver oportunidade.



Terceiro lugar assegurado, mais uma vitória para a estatística. Já todos percebemos que estamos numa fase de gestão de esforço, mas numa altura em que ficam a faltar apenas 3 jogos até à final da Taça parece-me que está na altura de começar a estabilizar a equipa. O futebol tem sido demasiado mau e não será de uma semana para outra que iremos recuperar os níveis competitivos e exibicionais.