terça-feira, 1 de setembro de 2015

O fecho de mercado

Conforme seria expectável após a eliminação da Champions, os últimos dias do mercado de transferências foram usados pelo Sporting exclusivamente para arrumar o plantel de forma a otimizar os recursos existentes.

Foram anunciadas várias saídas, e ficaram ainda alguns casos para resolver:

  • Vendido - Ramy Rabia (750 mil euros, Sporting mantém 15% do passe)
  • A título definitivo, custo zero, mantendo parte do passe - Diego Rúbio (Sporting mantém 70% do passe), Wilson Eduardo (45%)
  • Emprestado - Iuri Medeiros, Filipe Chaby
  • Rescisão - Jorge Santos ("Gazela")
  • Por resolver - Labyad, Viola, Rosell, Salomão, Cissé, Shikabala.


Para além disso, existiram rumores de negociações para a venda de Carrillo ao Leicester - que em teoria ainda se pode concretizar até ao final da tarde de hoje. Na minha opinião, no entanto, trata-se de uma hipótese que não faz grande sentido. Seria um tiro no pé do próprio Sporting estarmos a vender o nosso principal desequilibrador por uma quantia pouco interessante, com a agravante de não haver qualquer tempo de reação para colmatar a saída do peruano. A venda de Carrillo implicaria uma redução das nossas hipóteses na luta pelo título e para a qualificação direta para a Champions da próxima época, pelo que qualquer encaixe que fizéssemos agora nos poderia sair bem mais caro no futuro.

Deixo agora algumas considerações sobre as saídas mais recentes:

Diego Rúbio

Não fazia sentido manter um jogador como Rúbio na equipa B, por muito jeito que isso desse para ganhar jogos da II Liga. Numa altura em que ficámos sem as receitas na Champions, manter jogadores na situação contratual de Rúbio - com um salário elevado, contrato a expirar e apenas 40% do passe - é um luxo que nos pode comprometer a folga orçamental para resolver outros casos bem mais importantes para o futuro imediato do clube.


Ramy Rabia

Vendido ao Al Ahly do Cairo, clube a quem o adquirimos há um ano, pelo mesmo valor que foi adquirido. O Sporting mantém 15% dos direitos económicos do jogador, que um dia talvez possam compensar as restantes despesas que entretanto tivemos que assumir - desde o salário até eventuais comissões. Há que reconhecer que se tratou de uma contratação falhada. Rabia não convenceu nem como defesa central nem como médio defensivo, e é mais um exemplo da má abordagem ao mercado que tivemos na última época. O facto de se ter conseguido recuperar o investimento é positivo, mas não apaga o desperdício de tempo e recursos que poderiam ter sido aplicados noutro jogador.


Wilson Eduardo

Deixa de estar ligado ao Sporting ao fim de onze anos. É um jogador útil para se ter no plantel, mas com 25 anos já não havia grandes esperanças que pudesse dar o tal salto que o tornasse num jogador realmente importante para o clube. Entre manter Wilson no plantel ou dar espaço a jovens promessas como Gelson, creio que poucos duvidarão que a opção certa é a segunda. Que Wilson seja muito feliz no resto da sua carreira com exceção dos momentos em que se cruzar com o Sporting.


Filipe Chaby

Emprestado ao União da Madeira, clube onde o jogador fez a segunda metade da temporada passada. Faz sentido dar-lhe minutos de I Liga, e ainda mais sentido faz que possa prosseguir o seu desenvolvimento num clube que já demonstrou querer apostar nele.


Jorge Santos ("Gazela")

Ponto final numa ligação que nunca fez qualquer tipo de sentido. Nada contra o jogador, mas contratar para a equipa B jogadores de 21 anos só porque dão nas vistas no CNS - ainda por cima quando temos uma academia famosa pela produção de extremos - é a antítese daquilo que deveria ser a política desportiva do Sporting.