terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A nomeação de Jorge Ferreira para o Setúbal - Sporting

Creio que é pacífico considerar que o Setúbal - Sporting será o jogo mais importante da 16ª jornada. Falamos de uma deslocação de risco do líder do campeonato ao reduto do surpreendente 5º classificado, pelo que se antevê um jogo equilibrado.

Infelizmente, Vítor Pereira demonstra mais uma vez uma total falta de bom senso ao nomear Jorge Ferreira, um árbitro que tem tido más prestações nos últimos jogos para que foi nomeado.

Ainda na semana passada esteve no jogo de maior polémica da Taça da Liga: o Braga - Belenenses. 


Jorge Ferreira expulsou injustamente João Amorim - num lance que justificava apenas um cartão amarelo -, e o Belenenses ameaçou não regressar dos balneários na segunda parte devido à atuação do árbitro. Durante esses momentos conturbados, Jorge Ferreira expulsou também o presidente do Belenenses, Rui Pedro Soares, e só depois disso é que o jogo acabaria por prosseguir.

No dia 19 de dezembro, Jorge Ferreira foi nomeado para o Benfica B - Porto B. Nessa partida também teve uma decisão bastante polémica, ao assinalar um penálti a favor do Benfica B por suposta falta sobre Clésio (que acabaria por ser falhado de forma ridícula por Taarabt).

Não se pode dizer que Jorge Ferreira tenha tido influência no resultado final, mas o que é facto é que se tratou de mais um erro grave que poderia ter tido influência no desfecho da partida. 

Mas no jogo anterior a esse, disputado no dia 6 de dezembro entre Arouca e Boavista, Jorge Ferreira conseguiu ser ainda mais protagonista. Dois penáltis escandalosamente assinalados (um para cada lado) e uma rábula com um golo validado do Boavista que posteriormente foi invalidado. Bracali defendeu um remate do Boavista sobre a linha. Jorge Ferreira considerou golo. O guarda-redes do Arouca ajoelhou-se, protestou e viu um cartão amarelo. Apesar disso, o árbitro lá acabou por reverter (corretamente) a decisão - podem ver o resumo AQUI.


Jorge Ferreira já arbitrou um jogo do Sporting esta época, contra o Estoril. Cometeu dois erros graves: o primeiro ao não assinalar um penálti a favor do Sporting por mão de Mano na área, e o segundo ao assinalar penálti a favor do Sporting cometido sobre Teo Gutierrez, depois de o avançado ter partido de posição de fora-de-jogo. O árbitro também cometeu um erro grave no Benfica - Moreirense, ao validar o golo do empate dos visitantes, marcado em posição irregular por Cardozo. Para além disso, foi o 4º árbitro do Boavista - Sporting, tendo o seu relatório sido decisivo para o castigo que foi aplicado a Bruno de Carvalho.

Um facto indesmentível é que o árbitro está em muito má forma. Em duas das três últimas partidas esteve envolvido em situações pouco normais nos campos de futebol: a recusa de uma equipa em regressar ao relvado e a anulação de uma decisão crítica. Independentemente de, em última análise, ter agido bem no lance do Arouca - Boavista, e de não ter responsabilidade na recusa dos dirigentes do Belenenses em regressar para a segunda parte, nada apaga a realidade de terem sido más decisões suas a provocarem ambas as situações. 

Perante tudo isto, não é possível que Jorge Ferreira tenha a estabilidade emocional necessária para arbitrar o Setúbal - Sporting de amanhã. Não só o árbitro devia ser protegido pelo Conselho de Arbitragem - em vez de ser nomeado para um jogo potencialmente muito difícil -, como o próprio trajeto dos clubes aconselharia um juíz a atravessar um bom momento.

Seria bom que Vítor Pereira explicasse o critério que está por trás desta nomeação. Eu, por muito que tente, não consigo percebê-la. Quer dizer, na realidade até percebo.