quinta-feira, 17 de março de 2016

Candidato único


Não sei se a edição em papel do JN repetiu a gralha "candidado" que se pode ver na capa da versão eletrónica, mas este erro ortográfico consegue não ser o elemento mais absurdo desta imagem. Esse prémio vai direitinho para toda a frase que o jornal colocou.

Nem a mais ingénua das criaturas acreditará que a candidatura de Pinto da Costa às próximas eleições do clube alguma vez dependeu do aparecimento de uma outra lista concorrente. O presidente do Porto tem 78 anos, terá 82 anos quando terminar o mandato para o qual será eleito, e não tenho grandes dúvidas que, mantendo em 2020 um mínimo de saúde e lucidez, voltará a ser candidato - havendo ou não uma lista rival para disputar consigo a presidência.

Em 2016, Pinto da Costa será candidato único, como tem sido regra nos atos eleitorais das últimas duas décadas. E quem perde mais com isso é o próprio Porto. 

Apesar de uma campanha eleitoral normalmente implicar uma lavagem de roupa suja que não é útil para ninguém (a não ser para divertimento dos adeptos dos rivais, obviamente), há também um lado positivo que é muito importante: permite que haja um debate aberto sobre o mandato que passou e sobre os planos para o futuro, obrigando a que os intervenientes façam compromissos públicos que poderão posteriormente ser acompanhados e avaliados.

Como tal, teria sido muito útil que tivesse avançado pelo menos um outro candidato, quem quer que fosse (com um mínimo de credibilidade, obviamente), mesmo que nas urnas fosse perder por muitos. Seria um excelente serviço que prestaria ao clube e aos seus sócios e adeptos.