quarta-feira, 2 de março de 2016

Evolução dos custos com pessoal


Os relatórios das SADs divulgados no dia 29 não trouxeram grandes novidades em relação à rubrica dos custos com pessoal - que engloba as remunerações fixas e variáveis das administrações, equipa técnica, jogadores e estrutura em geral.

O que salta mais à vista é, evidentemente, o enorme aumento dos gastos por parte do Sporting em relação à época passada.


Sporting

Esta subida de custos era previsível com a chegada de Jorge Jesus e a contratação de jogadores com nome feito, como Ruiz, Teo ou Aquilani, e as renovações de contrato de Jefferson, Carlos Mané, Slimani ou João Mário. Mas apesar de ser impossível o Sporting manter uma estrutura de custos tão reduzida como nas últimas épocas, não deixa de ser surpreendente que, no espaço de um ano, se tenha praticamente duplicado os gastos com pessoal.

No 3º trimestre, o Sporting deixará de ter os encargos com Labyad, Viola, Rosell, Montero e Salomão, mas por outro lado houve a renovação de William Carvalho e Adrien Silva, para além das entradas de Schelotto, Bruno César, Coates Zeegelaar e Barcos. Calculo por isso que estes valores não sofrerão alterações significativas até ao final da época, altura em que todos desejamos uma enorme subida pelos prémios da conquista do campeonato.


Benfica

O Benfica foi a única equipa que baixou os custos com pessoal em relação à época passada, com uma redução de 10,2%. Curiosamente, isto não significa que a anunciada política de redução de custos com os salários da SAD tenha sido uma realidade bem vincada:


Olhando para este quadro, vemos que a poupança salarial nos primeiros 6 meses se resumiu a €800.000. O Benfica poupou na mudança de Jorge Jesus para Rui Vitória (salário anual passou de €4M para €1M) foi €1,5M, o que significa que os salários de jogadores até aumentaram em relação à época passada.

O Benfica não teve grandes mexidas no plantel no mercado de inverno (saíram Djuricic e Cristante, entraram Grimaldo e Jovic), pelo que não existirão grandes alterações nos próximos trimestres.


Porto

A política de grande investimento manteve-se durante o primeiro semestre. No entanto, o não apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões obrigou o clube a fazer cortes para reduzir a massa salarial do plantel. Como tal, em janeiro foram vendidos ou dispensados alguns dos jogadores mais caros: Tello (que, ao que se diz, ganhava €5M anuais), Osvaldo e Imbula. No capítulo das entradas há que registar as contratações de Sá, Marega e Suk, que em conjunto serão um peso muito inferior para os cofres em relação aos jogadores que saíram.

Assim, no 3º trimestre é de esperar uma redução visível nos custos com pessoal. De qualquer forma, o Porto continuará a ter de longe o plantel mais caro do futebol português.