quinta-feira, 3 de março de 2016

Evolução dos proveitos e custos operacionais nas últimas 4 épocas

Os valores dos gráficos abaixo estão em milhões de euros.


Após duas épocas de uma apertada contenção de custos, o Sporting aumentou de forma significativa o investimento no futebol. Isso traduziu-se num aumento de custos que os coloca acima dos gastos da última época de Godinho Lopes. Há, no entanto, uma diferença fundamental: a SAD está hoje a gerar mais do dobro dos proveitos, com o bónus adicional de no resto da temporada entrar o valor do patrocínio que faltou no primeiro semestre.

Não fosse a provisão de Rojo, e a estrutura de custos / proveitos estaria suficientemente saudável para não ficar dependente de uma grande venda.


Direitos TV: O aumento de receitas de marketpool que a UEFA estabeleceu para esta época para a Liga dos Campeões e Liga Europa acabou por provocar um pequeno aumento nos valores recebidos pelo Sporting, apesar de o clube não se ter qualificado para a fase de grupos da Liga dos Campeões. No entanto, pode-se imaginar o efeito positivo que poderia ter existido caso essa qualificação se tivesse concretizado. A renegociação com a PPTV acabou por ser fundamental para o aumento significativo que se registou nesta rubrica. 

Bilheteira: Aqui estão incluídos os bilhetes de época, camarotes, business seats, lugares de leão e a bilheteira normal. É importante recordar que os preços das Gameboxes baixaram em relação ao ano passado (pois incluíam os 3 jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões), e que não houve nenhum Sporting - Porto (foi a 2 de janeiro) ou Sporting - Benfica durante o 1º semestre. É verdade que houve o jogo da Taça frente ao Benfica, mas a receita era a dividir por 3 (Sporting, Benfica e FPF), e também no ano passado tivemos a receita da eliminatória no Dragão. Como tal, esta evolução ao nível da bilheteira é muito positiva e mais um sinal inequívoco do retomar do hábito de os sportinguistas estarem presentes em Alvalade.

Patrocínios: a descida deve-se, como é evidente, ao facto de termos perdido o patrocínio da Meo, tanto nas camisolas como em duas portas do estádio. O patrocínio da NOS entrou em vigor a 1 de janeiro de 2016, pelo que no fim da época também esta rubrica deverá registar um aumento face a 2014/15.

Merchandising: a falta de detalhe do R&C em relação a este ponto deixa-me algumas dúvidas em relação ao comparativo com as épocas anteriores que apresento no gráfico. De qualquer forma, não há quaisquer dúvidas de que também neste aspeto se estão a registar melhorias.

Prémios UEFA: à semelhança dos direitos televisivos, o aumento dos prémios da UEFA para a Liga Europa e a participação no playoff da Liga dos Campeões acabaram por atenuar o efeito negativo da não qualificação para a fase de grupos. A qualificação teria sido a garantia de um exercício com lucro sem necessidade de se recorrer à venda de jogadores.


Gameboxes / Camarotes / Business Seats: Registou-se o aumento em todas estas categorias, apesar de não ter havido Champions para ajudar a subir as vendas. Nota: o R&C de 2013/14 não especifica o valor recebido nos camarotes e business seats pois estes valores eram pertença da SPM, e não da SAD.


Custos com pessoal: Conforme já referi ontem, houve um aumento significativo da época passada para esta época. Este será, seguramente, o plantel mais caro da história do clube. Em 2012/13 os valores do 1º semestre aproximaram-se aos atuais, mas houve um enorme desinvestimento na 2ª metade dessa época.

Fornecimentos e Serviços Externos: Voltou a haver um aumento na ordem dos €1,5M em relação à época anterior. É normal que assim seja, e até se explica em parte pelas longas deslocações que o Sporting teve que fazer nas competições europeias. Ainda assim, mantêm-se abaixo dos valores de 2012/13. O que não é normal é que um clube com a dimensão do Sporting viva com custos tão baixos como aqueles que apresentou em 2013/14.