sábado, 12 de março de 2016

Missão cumprida

Num jogo em que ganhar era uma obrigação, num terreno complicado contra um adversário que está confortável na classificação e que vinha de uma sequência de resultados bastante interessante, o Sporting mostrou que está determinado a lutar pelo título, mandou completamente na primeira parte, marcou dois golos - Ruiz ficou a dever um terceiro -, e o resultado parecia bem orientado ao intervalo. Faltou matar o jogo em definitivo, não faltaram ocasiões para isso, e num lance de bola parada o Estoril acabou por reabrir a partida, obrigando-nos a aguentar quinze minutos finais aflitivos, em que a equipa tremeu - há que dizê-lo -, mas felizmente não caiu.

Foto: Filipe Amorim / Global Imagens


Positivo

Slimani para todo o serviço - o argelino regressou aos grandes jogos. Os dois golos que marcou foram, cada um de sua forma, magníficos: o primeiro pela forma como arranjou espaço à entrada da área para finalizar com um remate em jeito, o segundo por ter conseguido aproveitar de forma muito oportuna um cruzamento que parecia perdido. Fez também dois passes mortíferos que deviam ter sido melhor aproveitadas, por Ruiz e Teo.

Domínio total do meio-campo enquanto houve pernas - Durante os primeiros 60 minutos o Sporting mandou completamente no jogo. Aquilani fez esquecer Adrien, William ia dando para as encomendas defensivas e a distribuir ao seu melhor nível, e João Mário enchia o campo com a classe do costume. Durante esse período, o Sporting podia e devia ter resolvido o jogo, de forma a não ficar à mercê de um lance providencial como aquele quer viria acontecer a doze minutos do fim.

São Patrício, mais uma vez - certamente que Patrício nunca imaginaria, ao regressar do intervalo, que iria passar pelos apertos que todos presenciámos. Foi um espectador nos primeiros 45 minutos, mas logo no regresso teve que fazer uma grande defesa perante um isolado Mendy. No final teve muito mais trabalho e acabaria por segurar a vitória no último segundo.

A dupla de centrais - exibição quase perfeita de Coates e Semedo, que se viram sobretudo em trabalhos devido a alguns momentos de desconcentração dos companheiros.

Fim de tarde num mini-Alvalade - grande resposta dos sportinguistas à perda da liderança. O Sporting jogou em casa.


Negativo

Era porem-nos a treinar remates no final do jogo - mais uma vez, a falta de capacidade finalizadora fez-se sentir em força. Não é admissível que Ruiz falhe um remate sem oposição da marca de penálti e que João Mário atire ao lado estando isolado perante o guarda-redes. Felizmente que Slimani esteve muito mais eficaz, caso contrário poderíamos estar mais uma vez a lamentar a perda de mais pontos.

A tremideira do último quarto de hora - os fantasmas levantados pelo golo sofrido e o desgaste físico fizeram com que se perdesse completamente o controlo de jogo. Não só houve uma gritante incapacidade de manter a posse a bola, como também houve falhas de concentração que poderiam ter deitado tudo a perder (em particular dois atrasos, um dos quais de Schelotto no último lance da partida).



Sofremos mais do que seria necessário, mas os três pontos estão no saco. Vitória justíssima, missão cumprida