quinta-feira, 21 de abril de 2016

Caso Rojo II: O Regresso

Avaliando o impacto mediático e as exibições públicas de regozijo dos nossos rivais a que assistimos nas últimas 24 horas - em reação à divulgação, pelo Football Leaks, dos detalhes da decisão do TAS sobre o caso Rojo -, uma pessoa menos atenta até poderá ter ficado com a impressão de que o Sporting foi condenado uma segunda vez, e que terá a pagar ainda mais €12M à Doyen.

Na realidade, a única verdadeira novidade foi o facto de se ter conhecido de forma mais detalhada como o TAS chegou ao montante de €12M que condenou o Sporting a pagar. Sabemos agora que o TAS considerou que a Doyen também tem direito a receber 75% do salário de Nani que o Manchester United suportou na época passada, ou seja, cerca de €1,8M. Ou seja, esses €1,8M não são nenhum adicional agora descoberto: já estavam incluídos nos €12M que o Sporting foi condenado a pagar em dezembro.

Pagar um salário de €1,8M a Nani, um jogador de grande nível, não é nenhum escândalo. Há, neste momento, vários jogadores do Sporting a ganharem mais do que isso. De registar, no entanto, a confirmação de que o jogador abdicou de cerca de metade do seu salário para jogar no Sporting, pois Nani auferia cerca de 5 milhões de euros anuais.

Resumindo: a muito desagradável notícia que recebemos em dezembro não se tornou pior, apenas ficou mais esclarecida.

O que não gostei tanto de saber foi a questão da penhora dos prémios da UEFA. Não que não fosse expectável, não por qualquer questão relacionada com as contas do clube (é sobretudo um problema de planeamento de tesouraria), mas pelo facto de termos sabido disso através dos jornais. Bruno de Carvalho disse ontem que é algo que já era conhecido há três meses. No entanto, eu não me recordo de isso ter sido divulgado publicamente pelo clube ou pela comunicação social. Bruno de Carvalho deveria tê-lo feito, por uma questão de transparência e de informação completa aos sócios. Há que manter o padrão num ponto em que, felizmente, o Sporting tem sabido marcar a diferença pela positiva.