quinta-feira, 21 de abril de 2016

O caso Harramiz

Sobre o caso da punição do Farense em dois pontos por ter utilizado irregularmente Harramiz contra o Benfica B, o blogue Tribunal do Dragão já apresentou os factos todos que devem ser considerados: LINK.

Vou acrescentar apenas um par de ideias sobre tudo o que aconteceu.

Só existem duas hipóteses que expliquem a decisão em colocar o jogador em campo contra o Benfica B: ou os responsáveis do Farense a tomaram de forma consciente - o que transforma tudo isto num ato criminoso -, ou então tomaram-na de forma inadvertida - o que transforma tudo isto num ato de incompetência extrema.

Para aceitarmos a hipótese da ação inadvertida, isso implica que:

  • O jogador não tinha consciência de que está emprestado pelo Benfica B.
  • Nenhum elemento da equipa técnica tinha conhecimento da situação contratual do jogador.
  • Nenhum dos dirigentes do Farense (incluindo o delegado ao jogo) tinha conhecimento da situação contratual do jogador.

Bastava uma pessoa que levantasse a dúvida para alertar todo o grupo de trabalho, e essa situação poderia ser corrigida em tempo útil. É verdade que não é impossível haver um caso de amnésia coletiva desta magnitude, mas convenhamos que é não é algo que aconteça todos os dias. Seria apenas mais uma originalidade em que, por acaso, o beneficiado é o Benfica.

Também uma palavra para os responsáveis do Benfica que estiveram presentes nesse jogo. Não tinham nenhuma obrigação de o fazer, mas por uma questão de desportivismo e ética podiam ter alertado o adversário (e neste caso um adversário que até tem sido um parceiro privilegiado) assim que viram o nome de Harramiz na ficha de jogo. Fizeram aquilo que era mais previsível: a ética não é um valor que esteja propriamente enraizado para aquelas bandas.