quinta-feira, 28 de abril de 2016

O negócio Oblak

Em junho de 2010, o Benfica contratou Oblak, então com 17 anos, ao Olimpija Ljubljana. O valor exato da contratação nunca foi anunciado. No entanto, uma referência no R&C de 2009/10 a um conjunto de jogadores adquiridos, permitiu estabelecer uma estimativa do custo do guarda-redes esloveno:


Não é certo que tenham sido 3,9 milhões, no entanto. No momento da aquisição de Jara e Gaitan, o Benfica fez comunicados separados onde indicou os tais 5,5 e 8,4 milhões, respetivamente, pagos aos clubes de origem dos jogadores. No entanto, é possível que o "montante global" de investimento de 17,76 milhões inclua as comissões pagas a intermediários da transferência dos argentinos, o que faria com que o valor de aquisição de Oblak fosse inferior.

No R&C do 1º semestre de 2010/11, pode-se ver que o Benfica detinha 90% dos direitos económicos do jogador.


Algures entre dezembro de 2010 e junho de 2013, o Benfica adquiriu os restantes 10% do passe. Numa altura em que o jogador nunca tinha alinhado pela equipa principal, o valor pago por esses 10% não deve ter sido nenhuma extravagância.


Em agosto de 2013, ou seja, depois de cumprido pouco mais de metade do contrato (que terminava em 2016 - o que significa que metade do investimento no seu passe já estava amortizado), o jogador renovou até 2018.

Em julho de 2014, após não se ter apresentado para a pré-temporada, Oblak acabou por ser transferido para o Atlético Madrid por 16 milhões de euros, que correspondiam ao valor da cláusula de rescisão.


De notar que a cláusula de rescisão não foi formalmente batida, pois teria que ser o próprio atleta a acioná-la e a pagar o valor estipulado, mas, em tudo o resto, pode-se dizer que se tratou de uma venda pela cláusula de rescisão: pelo montante da transferência e pelo facto de o Atlético ter pago a totalidade da verba a pronto.


Considerando que uma boa parte do investimento no jogador já se encontrava amortizado, e considerando que o Atlético se dispôs a pagar a cláusula de rescisão a pronto - o que dispensava grandes negociações entre os clubes -, é curioso verificar que a mais-valia registada pelo Benfica tenha sido de apenas 9,5 milhões de euros.


Isto, num jogador que já tinha a maior parte do seu passe amortizado e que, ao ser vendido pela cláusula, não justificava o pagamento de grandes honorários a intermediários. No entanto, houve 6,5 milhões de euros que o Benfica não registou como mais-valia da venda.

Mais um exemplo de um negócio mal explicado entre Benfica e Atlético Madrid, à semelhança do que se passou nas transferências de Roberto, Pizzi ou Jimenez.