terça-feira, 12 de abril de 2016

Os tweets da discórdia


O excelente trabalho que tem sido feito nas redes sociais do Sporting, ao longo dos últimos três anos, é um importantíssimo fator de agregação das centenas de milhares de sportinguistas que frequentam estes espaços. As contas do Twitter e Facebook passaram a ser uma ferramenta incontornável de divulgação, informação, mobilização e interação com os sócios e adeptos do Sporting. Uma presença constante, criativa e positiva, com uma indispensável dose de irreverência, na qual a esmagadora maioria das pessoas que acompanha a vida do Sporting se revê.

Ao longo dos últimos dias, no entanto, foram feitas algumas publicações na conta oficial do Sporting no Twitter completamente afastadas do registo a que os sportinguistas estavam habituados: um primeiro tweet em reação ao penálti assinalado contra o Benfica no jogo com o Braga, outro sobre a arbitragem da final da Taça de Portugal em andebol e, mais recentemente, um bate-boca com João Gabriel, após provocações que o diretor de comunicação do Benfica dirigiu ao Sporting através dessa rede social.


Foram, na minha opinião, tiros que apenas acertaram no próprio pé. Olhando para as reações de muitos sportinguistas no Twitter, não serei, seguramente, o único a pensar assim.

Tenho perfeita consciência de que se vive entre o Sporting e o Benfica uma guerra aberta, mas, quando se usam os meios errados no momento errado, o resultado dificilmente pode ser bom. Em primeiro lugar, porque nunca é boa ideia fazerem-se posts desta natureza a quente, na ressaca de um acontecimento desagradável, nomeadamente quando se usa a conta oficial do clube. Depois, porque não faz sentido usar a conta oficial do Sporting para responder a funcionários do Benfica, pois acaba por rebaixar o clube ao nível do interlocutor. E, finalmente, porque nem todas as pessoas que seguem as contas oficiais do clube querem ser envolvidas num clima de guerrilha nas redes sociais. É um público muito amplo, que engloba desde os sportinguistas mais ferrenhos até a simples simpatizantes, que não querem saber deste tipo de discussões para nada. E, pior, acaba por gerar discussões que apenas servem para dividir, em vez de unir.

Portanto, se o Sporting considera que é importante levar a guerrilha também para o Twitter, então deve encontrar alguém que a promova em seu nome. E não me refiro a Bruno de Carvalho, que até se deveria resguardar mais da exposição excessiva que tem no Facebook e demais canais de comunicação. Para dar sequência a esta estratégia, o ideal é que apareça uma outra pessoa da estrutura que dê a cara pelo clube. Estando mandatada pelo Sporting, então terá um impacto imediato (a conta de João Gabriel tem apenas 5.000 seguidores, mas já se fazia ouvir quando tinha apenas umas poucas centenas), poderá dar o troco a quem se entenda que deve levar resposta, e poupa a imagem institucional do clube. Elementos da estrutura vão e vêm, mas o Sporting é só um, e os interesses do clube deverão ser colocados acima de tudo o resto. Sempre.