domingo, 8 de maio de 2016

O melhor bocado foi mesmo guardado para o fim

Foi com mais uma grande exibição e num ambiente de plena comunhão entre equipa e bancadas, que o público de Alvalade se despediu, por esta época, do melhor futebol a que já teve oportunidade de assistir desde que o novo estádio foi construído. O Sporting até pode nem vir a ser campeão - que, aliás, é o cenário mais provável -, mas não há adepto que dê por mal empregado o tempo que passa a ver esta equipa jogar. 

A partida acabou em goleada. Foram cinco, mas facilmente poderiam ter sido sete ou oito. Um recital de futebol sufocante, imprevisível e arrasador de uma equipa que chega a maio, após nove meses de competição, na melhor forma da época.



Positivo 

Bryan Ruiz - marcou dois golos em lances de bola parada (o primeiro dos quais em delicioso lance de laboratório - ver a movimentação do costa-riquenho no vídeo abaixo) e uma brilhante assistência para o primeiro golo de Gelson, em mais uma grande exibição.



Gelson a bisar - conseguiu fazer esquecer a ausência de João Mário com os seus golos, em particular o primeiro, quando finalizou com um chapéu de classe uma fantástica jogada de Slimani e Ruiz. Jogo bastante positivo, que quebra uma sequência já algo longa de partidas menos conseguidas. Excelente para o moral do miúdo.

A dupla de centrais - pode parecer um contrassenso em função da ausência de oportunidades do V. Setúbal para marcar, mas a realidade é que isso se deveu, em boa parte, à eficiência com que Coates e Rúben Semedo limparam tudo o que havia para limpar. Velocidade, poder de antecipação, impecável leitura de jogo, saber sair a jogar. Uma dupla altamente improvável, inventada na cabeça de Jesus, com os resultados que todos podem ver. E Coates ainda ia marcando num canto, com a bola a ser aliviada em cima da linha de golo.

William e Adrien nos golos - de uma forma ou outra, estiveram nos cinco golos do Sporting. William iniciou a jogada do 1º golo com o passe vertical para Slimani, e fez a assistência para Teo no 2º golo. Adrien assistiu Gelson no 3º golo, tocou a bola para Bruno César no 4º e sofreu a falta que deu origem ao 5º.


Negativo

A encomenda - Tiago Martins não conseguiu entregar de bandeja o campeonato ao Benfica, mas há que louvar-lhe o esforço: adiou o mais que pôde o golo do Sporting, fechando os olhos a um penálti claro sobre Slimani cometido mesmo à sua frente. Alcançou os objetivos mínimos da sua nomeação ao mostrar de forma errada um cartão a Adrien, que o afasta da próxima jornada. E ainda tentou arranjar um pretexto para mostrar um amarelo a Slimani, que também estava em risco de exclusão. Não há outra explicação para lhe fazer aquele sermão após uma falta que o argelino fez... ao escorregar, ao qual, felizmente, Slimani não reagiu. O aviso estava dado, e já se estava mesmo a ver que o amarelo saltaria na oportunidade seguinte. Quem reagiu, e bem, foi Jesus, tirando-o de campo, antes que fosse tarde demais.



Último jogo oficial em Alvalade e já sinto saudades. Mas para já ainda há um campeonato para ganhar.