quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A nossa casa

Novo texto do 3295C.




Alvalade está cada vez mais como nos velhos tempos: uma casa. De família. As reuniões à volta do relvado e, daqui a pouco tempo, à volta do piso do pavilhão João Rocha, dão o mote para as conversas da semana. Que saltam para outros campos de futebol na Academia, por exemplo, ou para o Multiusos. Do atletismo ao ténis de mesa, da natação e do pólo aquático ao futsal, do hóquei ao andebol, da ginástica ao tiro com arco, Alvalade vive e dá vida. Recebendo-a dos adeptos. O ecletismo do Sporting depende dos seus Sócios e essa é mesmo uma grande prova de amor ao Clube. A força depende dos Sócios. Forte povo dá forte Leão.

Fiquei triste quando ouvi o coro de assobios no momento em que Markovic foi substituído, entrando Campbell para o seu lugar. Compreendi o motivo, mas achei uma tremenda injustiça ao sérvio. No último jogo que havia feito de leão ao peito, também o último do Clube, 'só' marcou o golo que garantiu a passagem à eliminatória seguinte da Taça de Portugal. Assobiá-lo, depois de ter dado o seu melhor com a Listada no corpo, é algo que não encaixe na minha ideia de Sportinguismo. O seu melhor pode não ter sido do agrado de todos - para ser simpático na avaliação -, mas acredito que se tenha esforçado porque deu para perceber que sim, que se esforçou. Nunca o vi parado, sobretudo quando perdia uma bola. Não me interessa o seu passado. O presente, sim. Representa o Sporting. E joga à Sporting. Sempre me ensinaram que não se apupa um atleta de leão ao peito. Parvoíce para uns, talvez. Talvez não, para outros. Leões incitam-se uns aos outros, não se apupam.

Gostei de ver o apoio que o Estádio proporcionou neste jogo. Do princípio ao fim. Houve uma onda maior de entusiasmo no lance em que... Markovic serve Elias, aos 32 minutos, e manteve-se até à explosão no golo aos 67. Isto depois de aguentar uma grande penalidade não assinalada sobre Bas Dost e o golo pessimamente mal anulado a Coates. Estas duas e mais dois golos do Borussia e tudo na primeira parte. É duro.

Gelson continua a fazer coisas que não sei onde as vai desencantar e que encantam e são eficazes e ainda empurram a equipa para a frente e puxa ainda mais pelas bancadas.

Cada vez mais Sportinguistas deixam-se ficar depois do apito final para saudar a equipa, mesmo nas derrotas. Um dia, o estádio continuará cheio até aos jogadores descerem ao balneário. Nas vitórias é fácil porque a alegria é tanta que não se quer que tenha fim. O ambiente de Alvalade é mesmo único. E quando os rapazes de verde e branco jogam... É a reunião de família.

Vamos ganhar a Dortmund. Leram primeiro aqui.