sábado, 28 de janeiro de 2017

Arrumando a casa

Nos últimos dias, o Sporting resolveu três situações de jogadores que tinham pouco ou nenhum espaço no plantel. A sua saída era uma necessidade óbvia, não só para abrir vaga para outros jogadores que poderão ter um papel importante no futuro do Sporting, mas também para reduzir custos.



Elias

Dos reforços chegados esta época, Elias foi, para mim, a maior desilusão. Tinha a convicção de que poderia ser uma alternativa real a Adrien, com possibilidades de, inclusivamente, disputar a titularidade com o capitão. O tempo veio demonstrar que não podia estar mais enganado, pois o rendimento do brasileiro foi quase sempre medíocre, nunca tendo sido capaz de substituir Adrien enquanto este esteve lesionado.

Creio, no entanto, que o sistema de jogo de Jorge Jesus acabou por prejudicar Elias. O treinador precisava de um jogador que pegasse na bola no meio-campo do Sporting e a conduzisse para o ataque, e que fosse o primeiro tampão para as iniciativas de contra-ataque adversárias. Infelizmente, o médio nunca demonstrou grande apetência para essas tarefas. Olhando para Elias em campo, via-se um jogador que raramente dava linhas de passe aos companheiros nas saídas para o ataque, e que preferia encostar-se aos dois homens mais avançados. Esse adiantamento tirava-lhe significativo espaço de ação na reação à perda de bola, e tornava-o inútil no início de construção. Provavelmente, em 4-3-3, como médio mais adiantado, poderia ter sido muito mais útil. Em 4-4-2, num meio-campo a 2, foi sempre um risco tremendo, contribuindo para a abertura de imensas clareiras que davam todo o espaço do mundo para os adversários explorarem.

O Sporting gastou 2,5 milhões de euros em 50% do passe de Elias (os outros 50% já pertenciam ao clube), mais 250.000 euros em comissões. Ontem, foi anunciado que o Sporting receberá 2,5 milhões de euros por 70% do passe, com a possibilidade de receber mais 1 milhão por objetivos. No global, acabou por ser um mau negócio para o Sporting. Nas circunstâncias atuais, considerando o rendimento desportivo e o elevadíssimo salário que auferia, acaba por ser um mal menor a sua saída a partir do momento em que se conseguiu reaver a maior parte do valor investido.


Meli

O argentino veio para o Sporting a título de empréstimo. Também ontem, o Sporting anunciou a revogação do empréstimo.

É difícil comentar a passagem de Meli por Alvalade. Chegou no final de julho, mas acabou por ser utilizado durante apenas 47 minutos na pré-temporada. Nas competições oficiais, somou 7 minutos contra o Praiense (TP) e 9 minutos contra o Arouca (TL). Pouco, muito pouco, para podermos perceber se foi uma questão de falta de qualidade ou de dificuldades na adaptação.

O Sporting pagou 130.000 euros pelo empréstimo que, obviamente, não foram recuperados.


Markovic

Não fiquei louco de alegria quando Markovic foi anunciado como reforço, mas pensei que poderia ser, no mínimo, um elemento útil ao plantel. Enganei-me. Na sua estreia, frente ao Moreirense, falhou um golo quando ia completamente isolado frente ao guarda-redes, o que acabou por ser uma espécie de antevisão do que seriam o resto dos seus jogos de leão ao peito. Ainda marcou dois golos (um dos quais valeu a passagem na eliminatória da Taça de Portugal em Famalicão), mas, de uma forma geral, as suas exibições foram sofríveis. Claro que também não ajudou em nada ser alvo de assobios por parte dos sportinguistas ao fim de alguns jogos mal conseguidos.

Considerando que era um jogador emprestado, sem rendimento desportivo, e mal-amado com os adeptos, fazia todo o sentido terminar a sua ligação com o clube. O seu empréstimo custou 1,5 milhões ao Sporting.