terça-feira, 17 de outubro de 2017

Evolução dos custos com pessoal

Apesar de ainda estarmos à espera da publicação do R&C do Benfica referentes a 2016/17 - que ainda só comunicou à CMVM um resumo de 4 páginas - para fazer uma análise detalhada às contas dos três grandes, já é possível fazer uma comparação daquilo que cada um dos clubes gastou em salários da sua equipa de futebol.

Conforme se esperava, o Sporting foi o clube que mais aumentou os gastos com salários, mas, apesar disso, continua a ser (a alguma distância dos restantes) o grande que menos gasta.

A maior surpresa dos dados divulgados acaba por ser outra: apesar de o crescimento de custos do Sporting ter sido grande - de 49M para 64M, ou seja, aumentando cerca de 15M em relação a 2015/16 - e proporcionalmente mediático, a verdade é que o Benfica também aumentou os seus custos praticamente na mesma medida. Em 2015/16, o Benfica apresentou custos 61,5M, subindo, em 2016/17, para cerca de 74,7M. Ou seja, o Benfica aumentou os salários em 13M, quase tanto como o Sporting, mas isso não foi alvo de qualquer tipo de análises ou debates nos jornais e televisões.


O aumento foi de tal forma considerável que o Benfica acabou por ser o clube que mais gastou em salários, destronando o Porto dessa condição, que ocupou nas duas épocas anteriores. O aumento da despesa deve explicar-se pela entrada de jogadores caros como Carrillo, Zivkovic, Cervi e Rafa, apesar de terem saído jogadores como Gaitan (que estava no teto salarial), Carcela, Talisca e Taarabt (este apenas em janeiro). Se calhar os jogadores do Benfica, afinal, não jogam apenas pelo amor à camisola ou por sandes de torresmos.

Há, no entanto, que relembrar que o Benfica teve custos com prémios pelas conquistas da Liga e Taça de Portugal que o Porto não teve de suportar. Não fosse isso, e o Porto teria voltado a ser o clube mais gastador.