segunda-feira, 26 de março de 2018

Como o Mundo ficou pequeno (@3295c_)

Novo texto do @3295c.




Cumprem-se cinco anos de Bruno de Carvalho como Presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal. Fazendo uma observação mais genérica do que é hoje o Clube e recuando precisamente cinco anos e fazendo o mesmo exercício, facilmente se percebe que as duas realidades são bastante diferentes.

As diferenças são tantas que até o orgulho de ser Sportinguista, para muitos, saiu do armário. Revela-se cada vez mais e em várias ocasiões e circunstâncias. Continua o futebol a ser motivo de encolher-se os ombros pelo título que ora foge ora é negado, apesar do mérito e da qualidade. 

No entanto, até no futebol a realidade da equipa principal era muito diferente da que hoje encontramos. Não apenas no plano financeiro, da valorização dos activos, mas também no desportivo. Fábio Coentrão e Jérémy Mathieu trocaram o Real Madrid e o Barcelona, respectivamente, pelo Sporting, o que dispensa comentários.

As diferenças de realidades, separadas por cinco anos, são de tal forma abissais que até alterou a paisagem da cidade de Lisboa e a sua toponímia. Agora há uma rotunda Visconde de Alvalade, que a Câmara Municipal de Lisboa prestou a devida homenagem e tributo.

Veja-se a forma como decorre a celebração do centenário de Peyroteo, com a informação impressionante que tem sido divulgada, em termos de números, oficiais, que realmente não deixam dúvidas quanto à grandeza dessa verdadeira máquina de golos. Que coincidiu com a atribuição de uma Quina de Ouro de carreira e prestígio, por parte da Federação Portuguesa de Futebol. Um assinalável reconhecimento, mas que deverá apenas ser o início de muitas outras formas. Peyroteo merece e por uma razão simples: foi mesmo o maior de todos os tempos e não apenas em Portugal.

Fecho com o maior evento, no que à internacionalização do Clube diz respeito, que irá decorrer este ano: as comemorações dos 40 anos da visita do Sporting à China.

Não tenho dúvidas que se trata do maior evento porque as entidades envolvidas, a exposição itinerante – irá para Pequim no dia 10 de Junho e ficará no Ministério do Desporto –, que foi inaugurada recentemente à entrada da Tribuna Presidencial de Alvalade e até o simbolismo da digressão assim o determinam.

Foto: César Santos/Jornal Sporting
O Sporting, com João Rocha como Presidente, foi à China em Junho de 1978 numa altura em que o país estava completamente fechado a tudo o que estava relacionado com o Ocidente. Para se ter uma ideia, na música, o único som que era permitido ouvir era a 9.ª Sinfonia de Beethoven. Por exemplo, só a 1 de Janeiro de 1979 é que os Estados Unidos reconheceram Pequim como a capital da República Popular da China, uma vez que até então era Taipei o local onde, inclusive, estava situada a embaixada norte-americana.

Com a expansão das Academias e fazendo valer o forte código genético da formação, que levou 10 Aurélios a trazerem um título europeu para o país, Bruno de Carvalho assume-se como o Presidente que superou o paradigma do fundador. A fasquia, agora, já não é ser tão grande como os maiores da Europa e o Mundo parece agora pequeno.

Sem nenhum mas, algum porém, qualquer no entanto ou um todavia, só há uma pergunta que fica por fazer e cuja resposta será dada por cada um, Sócio, adepto ou até rival, numa assumpção inequívoca de que tudo está diferente: para melhor ou pior?