terça-feira, 10 de abril de 2018

Crise! Crise! Crise!

Crise de manhã

Após um domingo escaldante que começou com um comunicado da direção, atingiu o auge durante o jogo em Alvalade e continuou noite dentro com as reações de sócios, adeptos, rivais, jornalistas e comentadores ao que se sucedeu, não seria difícil de prever que a segunda-feira seria pródiga em novos desenvolvimentos. O que não estava à espera é que esses desenvolvimentos começassem logo pela fresca e da pior maneira possível.

Jaime Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral, demonstrou, mais uma vez, que não faz qualquer ideia de quais são as suas responsabilidades enquanto PMAG, dando uma entrevista à TSF em que teceu fortes críticas a Bruno de Carvalho, referindo que "estão esgotadas as hipóteses da manutenção da atual presidência" e que "os sócios deram o sinal" para aquilo que se deverá seguir. Em vez de reunir com o resto dos elementos da Mesa de Assembleia Geral e dar a conhecer as decisões tomadas através de um comunicado ou de uma conferência de imprensa, Marta Soares foi a correr para uma rádio debitar opinião sobre o atual momento do clube. Ou seja, depois de uma crise iniciada por críticas públicas de Bruno de Carvalho e agravada pela resposta pública dos jogadores, o PMAG decide repetir a graça e dá uma entrevista que não serve qualquer propósito quen não seja ter novamente os holofotes apontados para si.

De referir a deselegância desta facada em Bruno de Carvalho, que publicamente sempre foi solidário com as suas constantes trapalhadas - nomeadamente quando meteu os pés pelas mãos nas contagens das votações da primeira AG do ano e acabou por criar as condições para que a contestação se elevasse bem acima do que seria previsível.

Marta Soares não consegue resistir: gosta de falar quando não deve e daquilo que não deve. Que marque a AG para destituição dos órgãos sociais, que aproveite o palco pela última vez, e se ponha a andar do clube de uma vez por todas. Não sei qual será o meu sentido de voto para a destituição da direção e do Conselho Fiscal, mas o da Assembleia Geral está mais que decidido: rua!


Crise à tarde

Os canais informativos decidiram dedicar toda a tarde à situação do Sporting. Como seria de esperar, foi um desfile de cartilheiros, oportunistas e aziados, como Carlos Severino, Zeferino Boal, Diamantino, Madeira Rodrigues, Ribeiro Cristóvão ou Joaquim Rita, entre muitos outros.

O destaque vai para Ribeiro Cristóvão, que disse que o Sporting está a passar a pior crise da sua história. Ou está cego pelo raiva que tem a Bruno de Carvalho ou tem a memória muito curta, porque o drama por que os sportinguistas passaram em 2013 foi incomparavelmente superior a este - na altura, era a sobrevivência do clube que estava em causa.

No entanto, creio que estas intervenções massificadas terão um efeito bastante diferente do esperado: o ódio que esta malta verterá no seu tempo de antena nas próximas semanas fará Bruno de Carvalho recuperar muita simpatia junto dos sócios. Os órgãos de comunicação social, na sua ânsia de ver sangue a jorrar, não percebem que apenas estão a relembrar os sportinguistas do asco que têm a estas figuras, pela alegria que transparece das suas vozes e das suas faces pela crise que o clube atravessa, e pelas memórias que recuperam do mal que fizeram ao clube durante anos. O presidente apenas tem de ficar calado a amealhar estas benesses.


Crise à noite

Mais debates (um dos quais incluiu José Roquette, um homem que, nitidamente, ainda não percebeu que os sportinguistas querem um clube bem diferente daquele que o seu projeto preconizava), mais programas de debate com os paineleiros do costume, e ainda... isto:


Mais uma vez, um nojo completo que seguramente não merecerá qualquer comentário do Sindicato dos Jornalistas. Não me parece que tenha valido a pena ter quebrado uma promessa feita aos sócios em AG ao falar com eles em direto na última quinta-feira...