quarta-feira, 4 de abril de 2018

Na galeria dos melhores de sempre


Não precisou de mais de dois minutos para inaugurar o marcador e estabelecer mais um recorde na sua carreira e, em particular, na Liga dos Campeões. Em relação a esta competição, Cristiano Ronaldo já era o jogador com mais golos, golos em casa, golos fora, golos na fase de grupos, golos em quartos-de-final, golos em meias-finais, golos em finais, golos de livres, golos de penáltis, golos de cabeça, hat-tricks e assistências, e, desde ontem, passou também a ser o primeiro jogador da história a marcar golos em dez jogos seguidos na Liga dos Campeões. No entanto, reservaria para mais tarde um dos maiores momentos da história da competição com um golo absolutamente impressionante.





Não é o gesto técnico que faz deste um dos mais extraordinários golos da história desta competição. É, também, a impulsão que precisou de tomar para apanhar a bola àquela altura - à volta de 2 metros e 20, talvez, Di Sciglio tem 1,82m e está apenas com a ponta da bota no chão - e, claro, a importância do jogo - um golo numa partida rotineira numa competição nacional é bem diferente de um golo idêntico que seja marcado numa fase adiantada da mais importante competição de clubes a nível mundial. Claro que há outros golos fantásticos como a bicleta de Ibrahimovic num particular contra a Inglaterra ou o golo-clone de Maradona que Messi assinou contra o Getafe, ficarão para sempre na memória, mas não é exatamente a mesma coisa. 

Há dois golos que coloco acima de todos os outros: aquele em que Maradona passou por meia seleção inglesa no mundial de 86, e o tiro de Van Basten que deixou Dasaev pregado ao chão na final do europeu de 88 contra a União Soviética. O de Ronaldo não ficará muito abaixo destes. De um certo modo, um grande golo pode marcar para sempre uma ocasião que à partida seria banal, mas para mim é precisamente a importância da ocasião que acaba por definir os grandes golos da história.