sexta-feira, 20 de julho de 2018

A cláusula de confidencialidade

O Jornal Económico avançou esta manhã que Sousa Cintra terá aceitado, a pedido de Jorge Jesus, anular a cláusula de confidencialidade assinada entre o Sporting e o treinador aquando da sua rescisão.



Não vejo qual é o interesse do Sporting em anular esta cláusula. Se por acaso existiram irregularidades de qualquer tipo de que o treinador tenha conhecimento sobre a gestão de Bruno de Carvalho, não há nada que o impeça de as denunciar ao atual presidente da SAD - pois a cláusula de confidencialidade não é entre Jesus e Bruno de Carvalho, é entre Jesus e o Sporting.

Jesus pode dizer tudo o que quiser aos atuais responsáveis do Sporting, seja a denúncia de irregularidades ou de comportamentos menos corretos do anterior presidente. O que não pode é dizer tudo o que quiser à Comunicação Social, e nesse sentido isso significa que, caso Sousa Cintra aceda à anulação desta cláusula, estará apenas a incentivar a que se continue com a lavagem de roupa suja de assuntos do clube na praça pública. O que ganha o Sporting com isso, exatamente? Só será bom para o ego de Jesus que, assim, poderá sacudir as responsabilidades do fracasso desportivo que foi a sua passagem pelo Sporting - apesar de todas as condições que lhe foram proporcionadas para levar a cabo o seu trabalho com sucesso.

Só compreenderei a anulação da cláusula caso, como contrapartida, Jesus aceite contratar Petrovic e Alan Ruiz pelos mesmos 10 milhões que teria de pagar caso quebrasse o silêncio. Afinal, quem dá 4 milhões para levar Carrillo por empréstimo, não se importará de abrir um pouco mais os cordões à bolsa para levar em definitivo alguns dos craques que impingiu ao clube...