sexta-feira, 13 de julho de 2018

A venda de William

No princípio da noite de ontem, multiplicaram-se as notícias de que William Carvalho assinou pelo Bétis, havendo também um acordo de verbas entre o clube espanhol e o Sporting para que a transferência se concretize de forma não litigiosa. O montante do negócio ainda não é oficialmente conhecido, mas ao longo da noite foram sendo reportadas versões diferentes: 17 milhões + 8 variáveis, 15 milhões + 10 variáveis, e 20 milhões + 10 variáveis.

Recordo que já saíram notícias semelhantes sobre um acordo por Gelson Martins com o Atlético Madrid que, até ver, não se concretizou oficialmente, o que significa que convém não tirar já juízos definitivos sobre a atuação da atual administração no eventual negócio de William Carvalho.

Mas se estes números se vierem a confirmar, a direção liderada por Sousa Cintra deverá revelar aos sportinguistas quais são os objetivos que têm de ser cumpridos para que o Sporting receba a componente variável do acordo. 

Vou pegar nos 17+8M, por não ser nem a proposta mais favorável nem a proposta mais desfavorável: entre 17 e 25 milhões existe uma diferença substancial que separa um mau negócio (que não se deveria fazer) e um bom negócio (considerando as atuais circunstâncias). 

É claro que há um ano nunca imaginaríamos que William pudesse ser negociado por estes valores, mas a realidade alterou-se muito de lá para cá, e é com a realidade atual que esta CG tem de trabalhar. Isso, no entanto, não dispensa a CG de prestar contas aos sócios pelas suas decisões. Não será possível perceber se, confirmando-se estes números, estamos perante um bom ou um mau negócio sem conhecermos exatamente o que foi acordado pelos dois clubes. Sei que não é habitual revelar os detalhes da componente variável das transferências, mas neste caso, por uma questão de transparência, é fundamental que isso seja feito. Os sócios têm o direito de saber.