sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Espero que seja mentira



Espero que seja mentira que o Sporting se prepara para emprestar Matheus Pereira. Se for verdade, presidente e treinador vão ter de dar explicações muito convincentes sobre o motivo que os levou a dispensarem um dos jogadores de maior potencial do plantel, que ainda por cima joga numa posição onde não há assim tantas alternativas de qualidade.

Aceito e concordo que se tenha disciplinado o jogador pela atitude errada que tomou em Moreira de Cónegos, mas outra coisa é dispensá-lo sem lhe dar uma única hipótese de se redimir em campo.

De valor seria verem-se livres do entulho que temos no plantel, mas pelos vistos temos um treinador e um presidente que optam quase sempre pelo caminho mais fácil. Não sei se é cobardia ou incompetência, mas sei que deviam ter vergonha na cara.

Sporting, Arsenal, Qarabag e Vorskla


Bom grupo. Garante dois jogos interessantes com o Arsenal e tem dois adversários teoricamente acessíveis, que permitirá gerir o plantel com vista a poupanças para o campeonato. Aliás, "gestão" será uma palavra-chave, considerando as longas deslocações à Ucrânia e, principalmente, ao Azerbaijão. Espero que os melhores jogadores do plantel sejam dispensados dessas viagens.

De qualquer forma, não confundir "acessível" com "fácil": o Qarabag empatou dois jogos com o Atlético Madrid na fase de grupos da última edição da Liga dos Campeões.


Sorteio


Ponto prévio: no que dependesse de mim, fazia a fase de grupos e, em caso de apuramento, duas ou três eliminatórias exclusivamente com jogadores de segunda linha. Não quero saber dos pontos do ranking para nada. Prefiro colocar as fichas todas no campeonato para ir para o ano para o pote 4 da Champions, do que meter a carne toda no assador para ganhar bastantes pontos agora e ir para o ano para o pote 1 da Liga Europa. Desengane-se quem pense que temos plantel para atacar o campeonato e a Liga Europa em simultâneo.

O sorteio da Liga Europa inicia-se às 12h.

Pior cenário (que provavelmente é o que nos vai calhar): Chelsea, Sporting, Leipzig, Rosenborg

Melhor cenário: Olympiacos, Sporting, Malmoe, Dudelange

Cenário vizinhança: Sevilha, Sporting, Girondins, Dudelange

Cenário antípodas: Zenit, Sporting, Qarabag, Akhisarspor

Cenário Reencontros: Olympiacos, Sporting, Bétis, Rangers

Feeling: Besiktas, Sporting, Bétis, Apollon

Faltam 16 horas

No momento em que este texto for publicado, faltarão 16 horas para fechar o mercado de transferências.

Continuamos sem um defesa esquerdo com o nível minimamente exigível para as aspirações que supostamente temos.

Continuamos sem uma alternativa verdadeiramente credível para fazer o lugar de Bas Dost. Diaby é ponta-de-lança, mas as suas características não podiam ser mais diferentes das do holandês.

Temos quatro guarda-redes no plantel.

Temos por despachar uma série de jogadores que pouco ou nada jogarão, alguns dos quais implicam custos elevados. Petrovic, Castaignos, Douglas, Bruno César, Gauld, Misic, Mané e Mattheus Oliveira deverão, em conjunto, valer perto de 10 milhões de euros em salários só para esta época.

Isto é o que está por fazer.

Os trabalhos da equipa de futebol iniciaram-se há dois meses. O que foi feito neste espaço de tempo?

Rescindimos com Mihajlovic para contratar Peseiro com a benção de Jorge Mendes.

Recuperámos Bruno Fernandes, Dost e Battaglia, em condições financeiras que ainda estão por conhecer ao certo.

Emprestámos João Palhinha ao Braga com condições ridículas. Emprestámos Francisco Geraldes ao Frankfurt. Emprestámos Gelson Dala ao Rio Ave. Três jogadores de valor igual ou superior a outros que se mantêm no plantel.

Rescindimos contrato com Doumbia, o que, segundo diz a imprensa, nos libertou de um encargo de 6 milhões de euros.

Emprestámos Domingos Duarte, Leonardo Ruiz e Jonathan Silva. Não creio que nenhum destes jogadores tivesse lugar no plantel principal.

Contratámos Gudelj e Sturaro (lesionado pelo menos até outubro) por empréstimo. Contratámos Diaby. Fechou-se Nani, processo que terá sido iniciado pela anterior direção. E contratámos Renan, apesar de não haver necessidade aparente face aos três guarda-redes que já tínhamos.

Pelo meio falhámos Badelj por causa de um ano de duração de contrato e, felizmente, encontrámos um “problema físico” em N’Jie, que viria por empréstimo sem opção e retirar ainda mais espaço a Raphinha e Matheus Pereira, dois jogadores que são nossos e têm elevada margem de valorização.

Tirando Gudelj, Nani e Doumbia (e eventualmente os regressos, caso não tenha havido cedências financeiras significativas), tudo o que se concretizou ou era fácil ou era desnecessário. Ou as duas coisas em simultâneo.

Parecem-me escassos resultados para dois meses de trabalho. Bem sei que estamos a ser geridos por uma equipa transitória que merece alguma tolerância, mas fico com a sensação que qualquer pessoa com um mínimo de experiência em funções deste género conseguiria fazer igual ou melhor.

Estamos a 16 horas do fecho do mercado e temos todos os dossiers referidos atrás por resolver. Que consigam, neste curto espaço de tempo, resolver muitas das coisas que não conseguiram nas últimas 1500 horas.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

As teorias da conspiração sobre os candidatos à presidência

As últimas semanas têm sido férteis na criação de teorias sobre intenções e alianças obscuras dos candidatos à presidência do Sporting. A principal de todas tem a ver com o papel de José Maria Ricciardi: há quem diga que está por trás da lista de Frederico Varandas e que os ataques que lhe dirigiu nos debates foi apenas para disfarçar esse entendimento entre os dois; do outro lado, há quem diga que Ricciardi está por trás da lista de João Benedito, motivo pelo qual foi tão brando e simpático para com o antigo capitão da equipa de futsal em entrevistas e debates.

Eu também tenho uma teoria sobre o papel de Ricciardi nestas eleições: o antigo administrador do BES avançou com a sua própria candidatura porque nenhum outro candidato com hipóteses de ganhar o aceitou nas suas listas, por considerarem-no um apoio tóxico devido à elevada taxa de rejeição que tem junto da grande maioria dos sócios do Sporting. Acho também que Ricciardi nunca se predisporia a fazer o papel de lebre em benefício de outro candidato (fosse elogiando ou criticando), porque isso entraria em colisão com a imagem que tem de si próprio.

Falo do papel de Ricciardi como poderia também falar do vídeo da tristemente famosa frase "filma a fivela", captado nos balneários logo após a invasão à Academia (Varandas já desmentiu que tenha sido ele a dizer aquilo - acredito que esteja a dizer a verdade), ou a dúvida sobre o CEO de Benedito, que muita gente jurava a pés juntos ser Pedro Baltazar ou qualquer outro gestor ligado a Álvaro Sobrinho (Benedito já disse que o seu CEO não tem qualquer relação com o clube ou a figuras do clube que não seja apenas a sua condição de sócio - também acredito que esteja a dizer a verdade). Ou a aparição de Godinho Lopes numa ação de campanha de Varandas que, afinal, era apenas uma pessoa que tinha algumas semelhanças físicas com Godinho Lopes. Ou ainda haver elementos da lista de Benedito que faziam parte de um grupo de Facebook que continha elementos que constantemente ultrapassavam todos os limites em calúnias e ofensas a Bruno de Carvalho, apesar de isso não significar necessariamente que todas as pessoas desse grupo estivessem a conspirar ativamente contra o antigo presidente.

A verdade é que, mesmo não havendo provas concretas, estas teorias da conspiração desgastam as várias candidaturas e poderão ter consequências negativas na tranquilidade que a futura direção - seja ela qual for - terá para trabalhar assim que entrar em funções. Muitas dessas teorias não têm nada de concreto que as suporte, e são lançadas em público apenas com fins eleitoralistas, por mero despeito, ou como forma de reforçar a legitimidade de candidaturas que foram recusadas.

Dentro do possível, temos de fazer um esforço para ignorar todos os rumores e boatos que vão sendo lançados sobre os vários candidatos. Quando colocarem a vossa cruzinha no boletim, façam-no em função das pessoas e dos programas que se apresentam a votos, e não em função de teorias da conspiração que têm uma probabilidade muito elevada de serem puras invenções. Se as considerarem, é bem possível que acabem por decidir o sentido do vosso voto pelos motivos errados.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Doumbia, Viviano, dilema na baliza e um plantel por arrumar

A rescisão com Doumbia

Foi ontem oficializada a contratação de Doumbia pelo Girona. O avançado costa-marfinense rescindiu com o Sporting antes de assinar, o que significa que não receberemos qualquer verba pelo jogador.

Fico, no entanto, com a dúvida em relação ao prémio de assinatura que o Sporting se comprometeu a pagar ao jogador: 3 milhões no total a pagar ao longo de dois anos. Será que ficámos dispensados de pagar alguma parte desse valor? Poderá estar aqui a diferença entre um negócio aceitável e um não negócio.

Ainda assim, era fundamental livrar o clube da carga salarial do jogador - que cria uma grande folga para um eventual último reforço de ataque.


O caso Viviano


Não consigo entender a vontade que a Comissão de Gestão parece ter em mandar embora Viviano. É um guarda-redes que dá garantias pela experiência que tem. Saindo, supõe-se que a titularidade irá parar mais cedo ou mais tarde a Renan, que, aos 28 anos, apenas jogou regularmente em três épocas (Atlético Mineiro, São Paulo e Estoril). Mostrou valor na época passada, mas parece-me haver aqui algum risco em confiar uma época inteira a um guarda-redes com este historial.

Viviano pode ser um jogador com um salário elevado, mas o Sporting não poderá aspirar à vitória no campeonato sem um guarda-redes que dê segurança a toda a equipa durante uma época que será muito longa.


Dilema na baliza

Considerando a excelente exibição de Salin na Luz, suponho que fique adiada a titularidade de Renan. A meu ver, Peseiro fará o seguinte: Salin jogará contra o Feirense e, depois da pausa para as seleções, colocará Renan no jogo da Taça da Liga contra o Marítimo. Se tiver uma exibição positiva, o brasileiro agarrará a titularidade daí para a frente.


Um plantel por arrumar

É muito importante reduzir o plantel nos três dias de mercado que restam. Temos atualmente 32 jogadores, incluindo vários que ou não têm qualidade para representarem o Sporting ou que são claramente cartas fora do baralho para o treinador. Petrovic, Mattheus Oliveira, Jefferson, Castaignos, Carlos Mané, Bruno César e um guarda-redes (temos quatro de momento) têm de ser vendidos ou emprestados para tornar o grupo de trabalho gerível e aliviar ainda mais os custos com pessoal.  

Conseguindo colocar os jogadores acima referidos, ficaríamos com um plantel de 25 jogadores:

GR: Viviano/Salin; Renan; Max
DD: Ristovski / Bruno Gaspar
DE: Lumor / (fala-se de Coentrão)
DC: Coates / Mathieu / André Pinto / Marcelo
MC: Gudelj / Battaglia / Sturaro / Wendel / Misic 
MD: Matheus / Jovane
MO: Nani / Bruno Fernandes
ME: Raphinha / Acuña
PL: Dost / Montero / Diaby

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Discursos sonolentos

Uma pessoa tenta não embarcar em teorias da conspiração sobre o paradeiro do Vieira e o seu conveniente estado de enfermidade (problemas de sono, segundo o que saiu na imprensa) face aos atuais problemas judiciais em que está envolvido, mas quando se vê que o próprio Seara disse em junho "não vou gostar de discursos sonolentos" com um ar... conspirativo, a situação muda um bocado de figura.

(vídeo via Baluarte Dragão)


A Tribuna da Amizade

Nuno Gonçalves é sportinguista e foi escolhido por alguém na RTP para representar o clube no programa Trio de Ataque. Já não me lembro da última vez que tinha visto este programa - suponho que terá sido há bem mais de um ano, porque foi no tempo de Rui Oliveira e Costa (e entretanto já por lá esteve Augusto Inácio) -, mas fui forçado a interromper este abençoado jejum porque ontem vi esta imagem inacreditável a correr pelo Twitter:


Tribuna da amizade. Nuno Gonçalves, adepto sportinguista, não só aprova a decisão da Comissão de Gestão de aceitar o convite benfiquista para marcar presença na tribuna presidencial do Estádio da Luz, como acha até que foi o facto mais positivo da semana. Explicou-a da seguinte forma:


"Não ir ontem à tribuna era basicamente dizer que nós ainda nos revemos no que o que estava aqui antes fazia. Eu acho que era fundamental que o Sousa Cintra fez ontem dizer que nós estamos radicalmente diferentes do que o Bruno de Carvalho estava, porque não ir ontem à tribuna era basicamente dizer que o que o outro senhor tinha feito - ia para a claque, havia aquele circo todo à volta - estava correto, e eu acho que não."


As pessoas têm direito a pensar como quiserem, mas não vejo pior argumentação do que começar a justificar uma opção polémica pela necessidade de fazer precisamente o oposto que o antigo presidente fazia. Como todos sabemos, Bruno de Carvalho cometeu muitos erros (e alguns muito graves) ao longo dos seus cinco anos de presidência, mas rejeitar qualquer relacionamento formal com o Benfica não foi definitivamente um deles.

Foi o Benfica que atacou miseravelmente o Sporting após termos contratado Jorge Jesus, com quem Vieira não quis renovar. Foi o Benfica que criou o hábito de oferecer vouchers de refeição aos árbitros - Bruno de Carvalho denunciou a situação. Foi a direção benfiquista que qualificou como folclore os protestos do Sporting pelo arremesso de petardos para uma bancada repleta de sportinguistas por parte de claques do Benfica. Foi a direção benfiquista que procurou branquear o assassinato de um adepto sportinguista às mãos de um elemento de uma claque do Benfica. Foi o presidente benfiquista que disse aos sócios numa AG que iria tentar contratar jogadores que tinham rescindido com o Sporting. O Benfica é o clube que, confirmando-se os factos que estão em investigação pela PJ, roubou o campeonato 2015/16 ao Sporting através do aliciamento de jogadores adversários. Que tem os padres e os meninos queridos. Que montou uma rede de informadores no aparelho da justiça para ter acesso a processos judiciais confidenciais, alguns dos quais diziam respeito ao Sporting.


Curiosamente, deu-se a coincidência temporal de esta atitude da Comissão de Gestão ter acontecido menos de 48 horas antes de a SAD benfiquista ter sido constituída arguida no âmbito do caso e-toupeira.

Cortar as relações com o Benfica de Vieira é a única atitude razoável perante tudo aquilo que nos fizeram nos últimos anos.

A atitude da Comissão de Gestão é incompreensível e não há nada que a possa justificar aos olhos de qualquer sportinguista com memória, e muito menos utilizando o argumento de que é o contrário do que o anterior presidente fazia. É que se essa linha de raciocínio ganhasse adeptos entre os dirigentes do Sporting, então não tardaria muito para começarmos a trabalhar para fechar modalidades, para dar prejuízos constantes ou para demolir o pavilhão e vendermos o terreno a preço de saldo...

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A Comissão de Gestão na tribuna presidencial do Benfica

Infelizmente, confirmaram-se as notícias do final da semana passada que indicavam que a Comissão de Gestão iria aceitar o convite da direção benfiquista para assistir ao dérbi do último sábado na tribuna presidencial do Estádio da Luz.

Quem elogia a atitude diz que é um sinal de paz importante para o futebol português. Não concordo, mesmo não me considerando uma pessoa que prefira viver num estado de guerra permanente. Respeito a generalidade dos adeptos benfiquistas, os meus melhores amigos são benfiquistas, já vi vários dérbis junto de benfiquistas, conhecidos e desconhecidos, e não me incomoda minimamente que vibrem ao meu lado com seu clube da mesma forma que vibro com o meu. Sou capaz de discutir futebol com benfiquistas de forma civilizada em qualquer circunstância desde que haja o mesmo respeito do outro lado. 

Claro que preferiria que não existissem os problemas que existem entre o Sporting e o Benfica, mas é impossível ignorar que alguns dirigentes de topo do Benfica são um cancro para o desporto nacional e, em particular, para o futebol. Na sua demanda para estabelecerem o seu poder, atacam há anos o Sporting e os seus interesses utilizando os métodos mais rasteiros que se possam imaginar, que ultrapassam todos os limites aceitáveis de convivência desportiva. O meu problema é exclusivamente com esses dirigentes, não com os adeptos do Benfica.

Como tal, considero que Sousa Cintra, Torres Pereira, Marta Soares, Henrique Monteiro e os restantes dirigentes dos órgãos sociais do Sporting extravasaram de forma inaceitável as suas competências ao tomarem a decisão de aceitarem o convite do Benfica. A Comissão de Gestão não é um órgão sufragado pelos sócios e as suas responsabilidades devem limitar-se a decisões de gestão corrente. Ora, um reatamento de relações com o Benfica é tudo menos uma decisão de gestão corrente, face a tudo o que tem acontecido. Estamos a apenas duas semanas das eleições, pelo que a única atitude aceitável dos órgãos sociais atuais seria deixarem para a futura direção eleita a decisão sobre se devemos ou não reestabelecer as relações com o rival.

Infelizmente, a Comissão de Gestão não se limitou a aceitar o convite para marcar presença na tribuna presidencial, como ainda obrigou os sportinguistas a suportar a humilhação de os ver a darem exclusivos à BTV - falamos dos mesmos dirigentes que, desde que entraram em funções, nunca se dignaram a pôr os pés na Sporting TV.

Não me incomoda que Cintra faça aquelas conferências de imprensa castiças de apresentação de jogadores, carregadas de incorreções, calinadas e promessas desnecessárias (até acho graça), não me incomoda que Cintra desça ao relvado para dar uns toques com os craques que contrata, não me incomoda que Cintra confunda Salin com Renan e diga que o guarda-redes francês foi contratação sua de última hora, e nem sequer me incomoda particularmente que Cintra decida falar à imprensa à mesma hora que Peseiro dava a sua conferência de imprensa. Mas todas estas coisas juntas demonstram que Cintra está ávido para ter palco, e tenho quase a certeza que esta decisão de aceitar o convite do Benfica foi motivada, sobretudo, pelo desejo de aparecer e por saber que choverão elogios da comunicação social e dos comentadores que povoam os canais de informação.

Já se percebeu que Cintra, Torres Pereira e Marta Soares ADORAM o ser o centro das atenções e que a partir de dia 9 de setembro dificilmente voltarão a ter um palco desta dimensão, mas por tudo o que tem acontecido ao longo dos últimos anos, não podiam ter tomado esta decisão de ânimo leve apenas para garantirem mais umas quantas manchetes e reportagens com os seus nomes e sem pensarem na dignidade do clube e dos sócios que supostamente deveriam representar. Há caprichos pessoais que se toleram em quem exerce o poder, mas, neste caso, simplesmente não é admissível. Tenham vergonha.

domingo, 26 de agosto de 2018

Sketch

A candidatura de José Maria Ricciardi divulgou recentemente um vídeo com as propostas da lista da lista para a modernização do estádio, apresentado pelo ex-membro da Comissão de Gestão Alexandre Cavalleri.

É um monumento à boa comunicação: a autodepreciação de tomarem medidas em função das bocas que os adeptos rivais mandam (0'35'') - quero lá saber que digam o quer que seja sobre o nosso estádio; as pessoas a entrar e a sair da sala dentro do plano de filmagem (1'08'', 2'15''); a proposta dos camarotes VIP à volta do fosso (1'18'') - eu pensava que todos os camarotes já eram VIP; o telemóvel a tocar (1'25''); o pedantismo de dizer que "não conseguimos estar num camarote por causa de tantos copos, armários e cadeiras", quando a esmagadora maioria dos sportinguistas nunca colocou os pés num camarote (1'50''); a mudança do nível do som a meio do vídeo (2'19''); a falta de noção de algumas das propostas como as senhas digitais para se ir à casa de banho (2'41'') - por que não colocar uma arrastadeira debaixo de cada cadeira?; o largar da caneta no momento em que diz que o quer o Sporting campeão (3'46''); os pontapés no português - "para todos aqueles que nos irão preceder temos de deixar legado" é uma frase que deveria ser eternizada num mural no estádio (4'27''); e as palmas no final. Um primor do princípio ao fim.

Mais a sério: dou de barato que Cavalleri não tenha jeito para isto e não se sinta à vontade para este tipo de papel, mas há algo de assustador que se pode inferir a partir do vídeo: numa lista que se diz ser tão profissional, que se vende como a única com capacidade de liderança e de escolha das pessoas certas, como é possível haver alguém que tenha dado o OK para a sua publicação?

Vejam e absorvam.



Tranquilidade debaixo de fogo

Já há alguns anos que não nos deslocávamos à Luz com um grau de favoritismo tão reduzido. Começando com a diferença de andamento entre Sporting (dois jogos oficiais e uma pré-época coxa) e Benfica (cinco jogos oficiais, incluindo três para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões), as lesões de Dost e (principalmente) de Mathieu, a indefinição na baliza após a lesão de Viviano em Moreira de Cónegos, e acabando nas fracas exibições que realizámos até agora em oposição a um rival capaz de chegar às balizas adversárias com relativa facilidade, tudo apontava para um final de tarde bastante complicado.

Felizmente o jogo acabou por não ser tão difícil quanto julgava à partida. Ainda que o Benfica tenha estado por cima do jogo durante mais tempo, o Sporting fez uma exibição bastante competente do ponto de vista defensivo e soube ser venenoso nas poucas vezes que conseguiu ter espaço para atacar a baliza de Vlachodimos e, inclusivamente, chegar à vantagem no marcador. Infelizmente, e à semelhança do que aconteceu na época passada, não conseguimos segurar a vitória, sofrendo perto do fim um golo que o Benfica fez por justificar.




Herói improvável - esperava que José Peseiro entregasse a baliza a Viviano ou Renan após o erro de Salin na jornada passada, mas o treinador acabou por manter o francês no onze. Em boa hora teve essa coragem, porque Salin fez uma exibição irrepreensível apesar do muito trabalho a que foi sujeito. Se o Sporting trouxe um ponto da casa do rival, deve-o à prestação de um guarda-redes a quem há umas semanas tinha dado guia de marcha. Ironias da vida.

O onze escolhido por Peseiro - José Peseiro já estava obrigado a mexer na equipa devido às ausências de Mathieu e Dost por lesão, mas decidiu ir mais além: colocou André Pinto ao lado de Coates, puxou Acuña para o centro do terreno, colocando Nani na esquerda e Raphinha na direita no apoio a Montero. As opções resultaram. A dupla Battaglia/Acuña funcionou bastante melhor do que as apostas anteriores em Petrovic e Misic, sendo que os extremos conseguiram dar o apoio defensivo necessário aos laterais. É justo referir que Jefferson esteve bastante concentrado e Ristovski, fora o lance do golo em que foi batido por João Félix, realizou uma excelente exibição. Bruno Fernandes foi também importante no equilíbrio defensivo, acabando por sacrificar muita da habitual influência ao nível ofensivo. Mesmo nunca tendo dominado, o Sporting raramente se deixou controlar até ao golo de Nani. Depois disso, no período em que o Benfica efetivamente encostou o Sporting à sua área, o melhor indicador de todos: a equipa revelou um nível de estabilidade emocional que me surpreendeu, mesmo nos momentos de maior pressão.

Boas indicações - Raphinha teve a sua estreia a titular e fez bom uso dos poucos momentos com bola que teve. Peseiro decidiu levar os talentos de Acuña para o centro do terreno durante os 90 minutos, e o argentino não se deu mal. André Pinto teve uma exibição bastante eficaz ao lado do imperial Coates (que jogo do uruguaio!), fazendo com que os sportinguistas não se lembrassem de Mathieu durante os 101 minutos da partida. 

Arranque acima das expectativas - um conjunto de circunstâncias faziam com que este arranque de época fosse previsivelmente penoso: a sangria que sofremos com as rescisões, o plantel desequilibrado, a pré-época aos soluços com um nível de competitividade muito aquém do necessário, reforços para lacunas importantes a serem concretizados com a época oficial já em andamento, a que se juntaram ontem lesões em jogadores-chave numa partida de elevado grau de dificuldade contra um adversário com um ritmo competitivo bastante superior em virtude do dobro dos jogos a doer que já realizaram. Ao nível exibicional, o arranque da época foi efetivamente penoso, mas, felizmente, os resultados não têm sofrido do mesmo mal: sete pontos nas primeiras três jornadas incluindo uma deslocação à Luz é um arranque que tem de ser considerado positivo face a tudo o que referi anteriormente. Resta agora a receção ao Feirense para terminar este primeiro ciclo de jogos. Sendo quase certo que a qualidade de jogo não irá melhorar significativamente até sábado, a verdade é que se conseguirmos mais três pontos, ficam criadas as condições ideais para que Peseiro aproveite as três semanas seguintes sem campeonato para integrar os jogadores recém-chegados e trabalhar os processos coletivos, que nos permitam depois atacar os desafios de outubro e novembro com uma equipa bastante mais sólida.



A substituição - Peseiro apenas mexeu na equipa aos 78' retirando o apagado e desgastado Bruno Fernandes para meter Petrovic. Percebe-se a vontade em segurar o resultado, mas o efeito da troca foi convidar o Benfica a instalar-se no nosso meio-campo. Não foi por culpa direta de Petrovic, mas a verdade é que resistimos apenas 6 minutos após a substituição. 

A CG na tribuna presidencial da Luz, as declarações exclusivas da CG à BTV, e a conferência de imprensa improvisada de Cintra no final do jogo - para já fica só a nota sobre os momentos degradantes e humilhantes que vivi ontem enquanto sportinguista. Falarei mais em detalhe sobre isto nos próximos dias. 



MVP - Salin

Nota artística - 2

Arbitragem - Bom trabalho de Luís Godinho. Cometeu alguns erros de menor importância, mas esteve muito bem no penálti assinalado e teve um critério disciplinar consistente. Os seis minutos de descontos (que depois se converteram justificadamente em onze) foram exagerados, considerando que não houve muitas paragens e que o Sporting apenas realizou uma substituição até ao momento em que a placa do 4º árbitro foi levantada.



Mais uma vez, o resultado foi melhor do que a exibição - mas a verdade é que se me tivessem oferecido este resultado antes de o jogo ter começado, teria aceitado sem hesitações. E, claro, é bem melhor estar a escrever isto do que a lamentar-me de que merecíamos um melhor resultado face a uma boa exibição realizada. A bem das aspirações que temos para o campeonato, há muitas coisas que têm de ser corrigidas... mas há tempo para isso, e é muito mais fácil fazer essas correções em cima de bons resultados.

De qualquer forma, foi um bom sábado: não estava nada à espera que o Sporting passasse a noite como um dos líderes do campeonato. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira envergonham o Sporting

Segundo a imprensa, a Comissão de Gestão irá aceitar o convite feito pelo Benfica para marcar presença oficial na tribuna presidencial do Estádio da Luz no dérbi do próximo sábado. O argumento para tal decisão por parte dos dirigentes sportinguistas é, ao que parece, contribuir para a pacificação do futebol português.

É uma vergonha que o Sporting aceite o convite, considerando o comportamento que os dirigentes benfiquistas têm tido nos últimos anos em relação ao Sporting e ao futebol português em geral. 

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira vão sentar-se ao lado de Paulo Gonçalves, arguido no processo e-toupeira, no qual é acusado de usar uma rede de informadores para aceder a processos judiciais - alguns dos quais dizem respeito diretamente ao Sporting.

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira querem contribuir para a pacificação no futebol português, aceitando um convite do clube que ofereceu ao futebol português uma política de comunicação destrutiva e rasteira, levada a cabo por figuras abjetas como Pedro Guerra, José Marinho, José Nuno Martins, Carlos Janela ou Hugo Gil e uma rede de cartilheiros que não olha a meios para atingir os fins a que se propõem.

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira vão sentar-se ao lado de dirigentes de um clube que participou ativamente na tentativa de rescisão de Bruma, com o objetivo final de o contratar.

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira vão sentar-se ao lado de dirigentes de um clube presidido por Vieira, que recentemente prometeu fazer uma pequena loucura para contratar jogadores que tinham rescindido com o Sporting.


Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira vão sentar-se ao lado de dirigentes que tudo fizeram para desculpabilizar e desvalorização as ações das claques ilegais que apoiam quando mataram um adepto sportinguista ou quando, em Alvalade, arremessaram um petardo que estourou numa bancada repleta de sportinguistas. "Folclore", disseram eles.

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira vão sentar-se ao lado de dirigentes que utilizam meninos queridos da FPF e da Liga para obterem todo o tipo de vantagens ilegais possíveis sobre os seus concorrentes, nos quais se inclui o Sporting.

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira vão sentar-se ao lado de dirigentes de um clube que se transformou numa organização criminosa mascarada de clube desportivo, que utiliza todos os meios para estabelecer o seu poder no futebol português. Não é possível haver qualquer pacificação com gente desta.

Sousa Cintra, Marta Soares e Torres Pereira humilham-me enquanto representantes máximos do clube de que sou sócio e envergonham o Sporting com esta decisão incompreensível.

Varandas e Benedito na frente



A sondagem apresentada hoje pelo jornal A Bola coloca Frederico Varandas e João Benedito como líderes destacados na preferência dos sportinguistas. Foi realizada às portas do Estádio José Alvalade no passado sábado, dia do Sporting - V. Setúbal, exclusivamente a pessoas que se identificaram como sócias, e, como tal, parece-me mais credível que as habituais sondagens por via telefónica - em que não existe qualquer forma de comprovar sequer o clube do entrevistado. De referir também que, tendo sido efetuada no dia 18, a sondagem realizou-se antes do início dos debates eleitorais.

A ordem das preferências de voto não me surpreende. Esperava que Varandas e Benedito disputassem de forma destacada a sondagem, mas confesso que pensava que Ricciardi estivesse bastante mais próximo e que Dias Ferreira tivesse vantagem maior em relação aos três últimos candidatos. É bem possível que a agressividade demonstrada por Ricciardi no frente a frente de ontem com Varandas tenha sido reflexo do conhecimento prévio destes resultados.

De referir que a soma das percentagens de cada um dos candidatos perfaz 74,4%, o que significa que uma significativa parte dos sportinguistas ainda não se decidiu em relação em quem irá votar.


Benedito tem maior percentagem de apoiantes mais jovens do que Varandas, o que, em teoria, significa que isso beneficiará Varandas no que diz respeito ao número médio de votos dos seus apoiantes.

Uma coisa é certa: esta diferença de 7% entre Varandas e Benedito não é significativa e estou certo que não haverá certezas sobre qual dois dois sairá vencedor até os resultados serem anunciados no final do dia 8.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Assim se fala em bom português

Neste caso não é em bom português, mas... hats off to you, Porto Canal. Ge-ni-al.

(vejam até ao fim, vale mesmo a pena)




A opção pelos empréstimos

Renan - empréstimo com opção de compra de 1 milhão de euros; o Sporting paga 250 mil euros pelo empréstimo;

Sturaro - empréstimo sem opção de compra; o Sporting paga 2 milhões de euros pelo empréstimo;

N'Jié - fala-se que poderá vir por empréstimo sem opção de compra;

Gudelj - fala-se que poderá vir por empréstimo sem opção de compra; segundo a imprensa, o Sporting deverá pagar 3 milhões pelo empréstimo.

Acho muito bem que o Sporting contrate jogadores por empréstimo com opção de compra (mas mesmo opção, não com aquelas opções obrigatórias). Poder testar o material antes de passar o cheque é a forma mais segura de se fazer um negócio. Funcionou muito bem com Coates, por exemplo: rendeu, e por isso contratámos o jogador em definitivo. Também funcionou muito bem com Meli: não era jogador de futebol, e por isso foi à sua vida no final do empréstimo.

Penso de forma bem diferente em relação a empréstimos sem opção. Desportivamente pode ser útil em determinadas conjunturas, mas são, à partida, atletas que têm menos condições para serem bem sucedidos do que os outros que pertencem à casa. Quando as coisas não correm bem desde o início, há maiores probabilidades de se desmotivarem e de serem encostados pelo treinador. Campbell e Markovic são bons exemplos. Quando as coisas correrem bem, tira-se o proveito desportivo mas o clube voltará um problema para preencher a posição na época seguinte e não tira nenhum proveito de uma eventual valorização. Na época passada tivemos o exemplo de Fábio Coentrão.

Parece-me, por isso, que o Sporting está a exagerar no recurso aos empréstimos sem opção de compra. No caso do Gudelj, a necessidade é mais que evidente pelo que não discuto os contornos do negócio. Sturaro vem acrescentar qualidade no meio-campo (o que não é difícil), mas é um jogador na linha de Battaglia. N'Jié é um jogador veloz, mas não sei até que ponto é que será melhor que Raphinha e Matheus Pereira. Concretizando-se todos estes empréstimos, são pelo menos 5 milhões gastos que nunca recuperaremos (mais o que custar N'Jié, mais os salários), e é possível que, em função da sua utilização, atrasem a valorização de ativos nossos.

É uma política arriscada que apenas compensará caso esses jogadores tenham um contributo decisivo para sermos campeões ou nos qualificarmos para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. Se não conseguirmos alcançar nenhum desses objetivos, esta aposta nos empréstimos corresponderá apenas a dinheiro gasto e a oportunidades de valorização perdidas.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Chegou Diaby

Depois de um processo negocial relativamente demorado, o Sporting fechou finalmente a contratação de Abdoulay Diaby. 

Confesso que não conheço o avançado maliano (nascido em França), mas pelo pouco que vi parece ser mais um jogador complementar a Dost do que um substituto. Poderá ser útil no aproveitamento do espaço nas costas das defesas adversárias em função da sua velocidade (no fundo, aquilo que esperávamos que Doumbia trouxesse e não conseguiu devido ao declínio das suas capacidades físicas), apesar de, até ao momento, essa característica parecer secundária para Peseiro (que tem preferido usar Dost, Acuña e Nani em simultâneo, sentando Raphinha, Matheus e Mané).

Parece-me, por isso, que a procura do Sporting por pontas-de-lança não terminará aqui.

Diaby teve bons números na sua última temporada na Bélgica, tendo agora que passar pela sempre importante questão da adaptação ao futebol português. Boa sorte!


A minha opinião sobre cada uma das sete candidaturas

Há um mês, fiz um apanhado dos prós e contras das oito candidaturas que então existiam (LINK). Desde essa altura houve duas desistências (Carlos Vieira e Zeferino Boal), uma candidatura recusada (Bruno de Carvalho) e duas novas candidaturas (José Maria Ricciardi e Rui Jorge Rego), apresentaram-se listas e programas, multiplicaram-se as entrevistas e começaram os debates. A apenas duas semanas e meia das eleições, deixo aquilo que penso das sete candidaturas que vão a votos no próximo dia 8.





JOÃO BENEDITO

Assenta a diferenciação da sua candidatura na experiência desportiva dos elementos que compõem a sua equipa. Sendo verdade que o conhecimento do balneário é uma mais-valia, também se pode alegar que o balneário de uma equipa de futebol é uma coisa bem diferente dos das modalidades de alta competição. A aposta em André Cruz levanta-me algumas dúvidas pelos anos de afastamento do futebol português e por não ter experiência relevante no cargo que lhe foi proposto. Ao invés, acho fantástica a inclusão de Schmeichel para as relações internacionais.

Gosto da ênfase colocada por João Benedito no objetivo de implementar uma cultura vencedora no balneário que não se compadece com desculpas por fatores externos, e tem demonstrado conhecer bem os diversos dossiers - como se demonstra pelo discurso (correto) de desdramatização da situação financeira. Benedito é bom orador, tem carisma, mas gostava de o ver mais assertivo no confrontação dos seus adversários - essa assertividade será fundamental se quiser ter sucesso em alguns dos desafios mais bicudos que terá pela frente caso seja eleito presidente. Se não conseguir pôr Varandas em sentido, irá conseguir fazê-lo com Vieira ou Pinto da Costa?



JOSÉ MARIA RICCIARDI

Totalidade das propostas do programa de Ricciardi na componente Sócios
A sua campanha resume-se a declarar-se como única solução para um problema de uma magnitude que o próprio tem interesse em empolar. Diz que o tempo não está para estagiários, mas parece ter-se esquecido de que fez parte dos corpos dirigentes da dinastia que ia forçando o Sporting a fechar as portas. Por falar em estagiários, quem olhar para o seu programa fica com a certeza de que terá sido elaborado por um recém-licenciado, tal é a pobreza e escassez de propostas para o clube.

Parece estar convencido de que o facto de estar vivo quando o Sporting venceu a Taça das Taças lhe dá capacidades adicionais ao nível do futebol. Esteve muito bem ao escolher José Eduardo para comandar o futebol: falamos de um dos sportinguistas com mais provas dadas na arte de fazer um treinador sentir-se indesejado num clube - arte a que, olhando para o potencial desta lista, terão de recorrer com demasiada frequência.

Podíamos ainda falar na ética demonstrada ao ir pescar elementos do Conselho de Gestão para a sua lista, mas não temos tempo.



PEDRO MADEIRA RODRIGUES

Aprendeu com os erros cometidos na campanha anterior e está a tirar algum proveito dessa experiência, estando bastante mais seguro no discurso e na forma como apresenta as suas propostas. Infelizmente para Madeira Rodrigues, há um obstáculo que é inultrapassável: a sua péssima campanha em 2017 ainda está demasiado fresca na memória dos sportinguistas.

Há a questão adicional de estar a colocar demasiadas fichas numa má ideia que lhe pode rebentar nas mãos: querer substituir Peseiro por Ranieri poderá ser um enorme problema caso a época do Sporting arranque bem (sei que é muito improvável, mas imagine-se que Peseiro vence o Benfica e Feirense nas próximas duas jornadas; como se justificaria então a sua saída?) e, pior ainda, caso Ranieri assine por outro clube entretanto (fala-se que o Bordéus está interessado nos seus serviços).

Garantiu investidores que estão disponíveis para ajudarem o Sporting a financiar-se com taxas de juro mais reduzidas, revelando que poderão estar interessados em fazer parte da estrutura acionista da SAD a médio prazo. Nesta fase, parece-me ser um caso claro de estar a colocar-se o carro à frente dos bois.



FREDERICO VARANDAS

Foi o primeiro a anunciar a sua candidatura, ainda antes da AG de destituição (o que para mim é um ponto a favor, apesar de haver bastantes sportinguistas que pensam de forma diferente), agregou um leque de apoiantes muito amplo, puxou alguns pesos pesados para as suas listas (sendo Rogério Alves o elemento de maior notoriedade) e foi o primeiro a fechar a sua equipa. Do ponto de vista de competências financeiras e empresariais, parece-me estar muito bem rodeado. Do ponto de vista desportivo tenho dúvidas: nem Beto nem Hugo Viana têm capacidade comprovada em experiências anteriores para serem uma aposta segura para o Sporting. Ainda assim, tenho achado bastante interessantes as ideias de Varandas para o futebol.

Tem procurado confrontar os seus adversários com algumas das suas escolhas, apesar de nem sempre executar bem esses ataques por não ser um bom orador - apesar de se notar que está a melhorar nessa vertente.

Tem estado na frente em praticamente tudo nesta campanha, resta saber se ficará na frente no momento que realmente interessa: a contagem dos votos. O facto de Varandas se ter rodeado de notáveis com um passado muito discutível no clube faz lembrar a estratégia de Godinho Lopes, havendo (legítimas) dúvidas sobre se terá capacidade para manter satisfeitos tantos egos e para os controlar caso a sua presidência tenha períodos mais complicados.




RUI JORGE REGO

Partiu com o handicap de ser um desconhecido e de ter entrado tarde na corrida, mas não facilitou a sua própria vida nas primeiras apresentações de ideias da sua candidatura. Em primeiro lugar, propõe um presidente da SAD profissional, o que acaba por reduzi-lo a si próprio a uma espécie de rainha de Inglaterra - já que a força motriz do Sporting está muito concentrada no futebol. Piorou ao anunciar o benfiquista Paulo Lopo para seu presidente da SAD - negou o benfiquismo de Lopo no debate a sete, mas há demasiadas evidências que não podem ser ignoradas. Em segundo lugar, diz ter investidores que ajudarão o Sporting no reforço da equipa de futebol, funcionando como uma espécie de fundo que depois partilhará as mais-valias de futuras vendas.

Apresentou, posteriormente, o seu ás de trunfo: o ex-internacional brasileiro Roberto Carlos, para liderar o futebol do Sporting. É, indiscutivelmente, uma figura maior do futebol mundial, mas, tirando a sua experiência como jogador, não há nada que indique que seja o homem certo para o cargo.

Ninguém pode acusar Rui Jorge Rego de não se tentar diferenciar dos seus oponentes. Infelizmente, está a tentar diferenciar-se recorrendo a um nome (Lopo) e a uma estratégia (fundos) que gerarão mais aversão do que simpatia.



DIAS FERREIRA

Figura quase omnipresente nas últimas três décadas da vida do Sporting, Dias Ferreira decidiu mais uma vez candidatar-se à presidência do clube. É inegável a experiência que tem no dirigismo e o conhecimento que tem ao nível dos corredores do edifício do futebol português, mas não parece ter nada para apresentar que não sejam algumas ideias avulsas e a sua própria disponibilidade para exercer o cargo.



FERNANDO TAVARES PEREIRA

Foi dos primeiros candidatos a avançar, mas pouco fez para se dar a conhecer ao grande público - abdicou, inclusivamente, de comparecer nos debates a dois. Tem méritos empresariais indiscutíveis e nota-se que sabe do que fala quando o tema é as finanças do Sporting, mas também se percebe facilmente a sua falta de experiência do ponto de vista desportivo. Continuando assim, dificilmente conseguirá evitar uma votação pouco significativa.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A venda de Doumbia

Seydou Doumbia foi contratado no início da época passada à Roma. Vinha de uma boa época na Suiça e parecia ser uma excelente alternativa a Dost, podendo eventualmente até jogar em dupla com holandês. Veio inicialmente por empréstimo, com uma opção de compra que seria exercida pouco tempo depois. Custou 3,5 milhões, aos quais se juntaram 0,7 milhões de comissão e um prémio de assinatura de 3 milhões a pagar ao longo de dois anos. No total, o investimento do Sporting foi de 7,2 milhões de euros, ficando o jogador, ao que se diz, a auferir um salário algures entre os 3 e 4 milhões de euros em cada um dos três anos de contrato. Sendo verdade o salário, isso faria de Doumbia um dos jogadores mais bem pagos do plantel.

Infelizmente, o jogador não conseguiu corresponder em campo às expetativas criadas com a sua contratação. Começou bem, marcando dois golos importantíssimos contra o Steaua e contra o Olympiacos, mas depois disso foi perdendo gradualmente influência na equipa. Acabaria a época como 4ª opção para Jesus, marcando um total de 8 golos: para além dos golos na Liga dos Campeões, fez o 3-1 em Astana, bisou no 6-0 ao União da Madeira para a Taça da Liga e marcou 3 contra o Vilaverdense para a Taça.

Como atenuantes, deve referir-se a utilização espaçada que Jesus lhe foi dando (mal calçou no campeonato) e o "azar" de lhe terem anulado um par de golos limpos (o golo que o VAR lhe anulou contra o Feirense foi o maior escândalo do ano), mas o que é facto é que, aos 30 anos (segundo o que diz o seu BI), já perdeu a aceleração e velocidade que o distinguiam, sobrando apenas um ponta-de-lança banal que não tem lugar no Sporting.

Poderão alegar que não foram poucos golos considerando a sua utilização, mas um ponta-de-lança que custou e recebe ao nível de Doumbia tem a obrigação, nas competições nacionais, de render muito mais. Há que pensar também no custo de oportunidade que foi gastar este dinheiro todo que, se bem aplicado, poderia ter ajudado o Sporting a obter outros resultados na época passada.

Sendo um ponta-de-lança banal e caro, a ter de receber entre 6 e 8 milhões nos dois anos de contrato que lhe restavam, a saída tornava-se obrigatória. Recuperar o valor investido era simplesmente irrealista face à época que realizou.

Segundo as notícias, o Sporting estará em vias de vender Doumbia ao Bursaspor por 1 milhão de euros. Não sendo a venda que todos gostaríamos que fosse, acaba por ser uma boa notícia - no sentido em que é o negócio possível e livra o Sporting de um dos seus salários mais elevados, aumentando a margem orçamental que temos para contratar um suplente/concorrente para Dost que efetivamente faça a diferença.

Mesmo não tendo tido o rendimento que desejávamos, Doumbia foi um bom profissional que fez um bom balneário. Merece melhor sorte nesta nova fase da sua carreira.

P.S.: para quem diz que foi "mais um mau negócio da CG" e que uma venda destas não aconteceria com Bruno de Carvalho, convém relembrar que:

1. O mau negócio aconteceu na contratação, já que o jogador esteve longe de justificar os 7,2 milhões investidos e o salário que auferia. Não foi a CG que contratou o jogador.

2. Convém lembrar que Bruno de Carvalho, quando chegou ao Sporting, fez (e muito bem) inúmeras vendas, cedências e empréstimos por valores irrisórios de jogadores caros, independentemente do seu valor desportivo (Schaars, Arias, Viola, Labyad, Jeffren, Gelson Fernandes, Miguel Lopes, Rinaudo ou Onyewu). Por vezes é melhor aceitar algumas perdas do que manter entulho caro no clube.

Critique-se a CG quando houver motivos para isso (e tem havido muitos). Neste caso, estarão apenas a fazer aquilo que tem mesmo de ser feito.

Ideias principais do debate de ontem

Achei interessante o debate a sete que ontem teve lugar na Sporting TV. Sendo um modelo pouco adequado para uma apresentação profunda de ideias, temia que fosse um desperdício de tempo mas, felizmente, a maior parte dos candidatos conseguiu passar de uma forma genérica aquilo que pretendem para o Sporting.

Deixo de seguida algumas das ideias principais que os candidatos transmitiram. Amanhã darei a minha opinião atual sobre as diferentes candidaturas.

João Benedito

Quer um único capitão que faça parte das tomadas de decisão da estrutura como núcleo duro. Quer implementar uma cultura em que não se arranjem desculpas externas em caso de insucesso. Diz que o sucesso desportivo é o melhor motor para a resolução da questão financeira, referindo que não há qualquer necessidade de recorrer a investidores.


José Maria Ricciardi 

Diz que os dois ex-CG's ficaram livres do compromisso de não se juntarem a nenhuma lista a partir do momento em que se demitiram (yeah, right?). Considera que o motivo principal de o Sporting ter ganho tão pouco nas últimas quatro décadas e a falta de liderança - e diz que nem Varandas nem Benedito têm essa capacidade de liderança - problema que o próprio diz poder resolver.


Pedro Madeira Rodrigues 

Centra demasiado o discurso na figura do treinador, o que é particularmente perigoso numa altura em que se fala na possibilidade de Ranieri assinar pelo Bordéus. Diz que os investidores que arranjou emprestarão o dinheiro necessário ao Sporting com uma taxa de juro inferior à dos empréstimos obrigacionistas - podendo, no futuro, entrar no capital da SAD.


Frederico Varandas

Foi o mais agressivo dos candidatos a colocar em causa ideias e nomes das outras listas. Discorda de Benedito no perfil do capitão, dizendo que devem ser vários jogadores em função dos subgrupos que existem num balneário, e devem ser jogadores que costumam jogar. Em resposta às acusações de Ricciardi de que o tempo não é para estagiários, diz que, num clube desportivo, amador é quem quer presidir sem perceber nada de desporto.


Rui Jorge Rego

Foi buscar Roberto Carlos porque diz que falta hábito de vitória ao Sporting. Falou no impacto mediático de ter recrutado Roberto Carlos para a sua equipa, mas exagerou quando tentou fazer passar a ideia de que isso, por si só, trará receitas para o Sporting. Negou o (evidente) benfiquismo de Paulo Lopo. Não detalhou como funcionará a participação dos seus investidores na contratação de jogadores. Diz que não se deve contar com futuras mais-valias de vendas de jogadores no momento de definir o orçamento de futebol. Quer passar a formação do futebol para o clube para que o clube passe a ter receitas iniciais de direitos de formação.


Dias Ferreira

Bem a apontar a falta de ética de Ricciardi ao trazer Gurita e Cavalleri para a sua lista. Propõe a criação de uma nova academia para a formação na zona de Lisboa (o futebol sénior mantém-se em Alcochete). Vai criar o cargo de team manager dedicado exclusivamente aos jogadores emprestados. Criticou (e bem) a entrada de investidores. Perdeu a maior parte do seu tempo a entrar em picardias com outros candidatos.


Fernando Tavares Pereira

Acabou por usar grande parte do seu tempo a apresentar-se, tentando passar a ideia de que se pode equiparar o Sporting ao grupo empresarial que detém e dizendo que já levou o clube da sua aldeia aos campeonatos nacionais. Não se ouviu qualquer ideia do ponto de vista desportivo. Esteve bem ao dizer que o Sporting não tem necessidade de recorrer a investidores, pois existem condições para resolver os problemas com meios próprios. Disse (e bem) que as modalidades não dão tanto prejuízo quanto se pensa. Promete limpeza total ao nível da formação. Revelou que não vai participar em nenhum debate a dois (!).

domingo, 19 de agosto de 2018

À falta de quem jogue, haja quem seja decisivo

Costuma dizer-se que quando se mantém determinada fórmula, é irrealista esperar resultados diferentes. A frase nem sempre se pode aplicar ao futebol devido às muitas variáveis que existem (nível do adversário, incidências do jogo, local da partida) mas, no caso de ontem, serviu que nem uma luva. Peseiro apostou num onze muito semelhante ao de Moreira de Cónegos e, mais uma vez, arrancou uma vitória suada apresentando uma qualidade de jogo paupérrima.

Foto: José Cruz / Jornal Sporting




À falta de quem jogue, haja quem seja decisivo - num jogo tão fraquinho, em que é difícil destacar qualquer exibição individual, a figura tem de ser, inevitavelmente, o jogador que marcou os dois golos. O primeiro num remate venenoso de fora da área, o segundo num cabeceamente fulminante a concluir uma excelente jogada coletiva que envolveu também Acuña, Bruno Fernandes e Jovane. Por falar em Jovane, mais uma vez entrou e não tardou a ser decisivo (mais uma vez). O cruzamento que fez para Nani saiu com o nível de tensão certo para ser só encostar a cabeça e apontar a direção. Mais uma vez, aproveitou muito bem a oportunidade que teve.

Pau para toda a obra - perante os equívocos na formação do onze (ver mais à frente), Mathieu e Coates têm de ser centrais e médios de construção. Em ataque organizado (ok, se calhar organizado é termo que não se aplica) chegaram à área mais vezes do que o par de médios que está estacionado à sua frente. Que se mantenham saudáveis ao longo da época, porque está visto que a sua atitude e compostura serão fundamentais para a equipa.

O ambiente em Alvalade - a assistência foi melhor do que esperava, considerando a queda das vendas de Gameboxes, e não houve episódios relevantes de divisão, o que era sempre um receio justificável sendo o primeiro jogo oficial em casa. Tirando alguns assobios de impaciência em determinados momentos pelo mau futebol praticado, foi uma noite com um excelente ambiente de apoio à equipa.




Equívocos e mais equívocos no onze - temos um miolo (seja com Petrovic, Battaglia ou Misic) que não constrói, sem capacidade de passe e sem capacidade de transportar bola perante um adversário próximo, acabando por ser os centrais a tentar compensar essa lacuna; faltam-nos extremos velozes e desequilibradores, encostando um Nani que pode render muito mais no meio e um Acuña (que está no bom caminho para se transformar no Bruno César do Sporting 2018/19) que muita falta nos faz como lateral; por falar em lateral esquerdo, Jefferson fez mais um jogo pavoroso. Nada que não se tivesse visto na jornada anterior mas, ainda assim, perante o nosso público e um adversário teoricamente inferior, Peseiro decidiu avançar com a mesma abordagem conservadora, que se aceita num jogo como o da próxima jornada, mas é incompreensível em casa contra o V. Setúbal. Mas o pior é que essa abordagem conservadora se enquadra num cenário de anarquia tática em que pouca gente parece saber aquilo que tem para fazer. Ganhámos na semana passada e ganhámos ontem porque temos melhores jogadores. Mas ou as coisas melhoram muito, ou não tardará que comecemos a perder pontos com demasiada frequência. 

O erro de Salin - esteve mal no golo do V. Setúbal, ao largar uma bola fácil que acabaria por ir parar aos pés de Zequinha, complicando um jogo que até tinha começado bem. Será importante que Viviano recupere para o jogo da Luz.

A lesão de Dost - que não seja grave e que regresse rapidamente. Montero não entrou mal (pelo menos ajudou a ligar setores), mas pode ser muito problemático se perdermos o único finalizador que temos no plantel.



MVP - Nani

Nota artística - 2

Arbitragem - Os jogadores não complicaram e Manuel Oliveira também não. Sem erros graves e sem influência no resultado. Fosse sempre assim.



Essencial: seis pontos em seis possíveis. A corrigir ASAP: zero exibições decentes em duas possíveis, contra adversários de nível inferior. Preocupação: visita à Luz na próxima semana; a jogar assim, vamos precisar de ter a mesma sorte que tivemos na época passada... caso contrário arriscamo-nos a passar uma noite muito complicada.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

O castigo a Matheus Pereira

Aquilo que Matheus Pereira fez no último domingo não é admissível. Ao usar as redes sociais para contestar a opção do treinador está a desrespeitar a hierarquia e o colega que ficou com o lugar que Matheus julgaria ser seu. Por acaso, o jogador que, provavelmente, ficou com esse lugar - Jovane - teve um papel decisivo no jogo, mas isso nem sequer é importante. Matheus tem o direito de não ficar satisfeito, tem até direito em demonstrar ao treinador o seu descontentamento pela opção - desde que de uma forma correta e no local apropriado. Nunca através do Twitter durante o intervalo de um jogo que, ainda por cima, não estava a correr propriamente bem ao Sporting.


Peseiro criticou (e bem) a atitude do jogador na conferência de imprensa que deu após o final do jogo de Moreira de Cónegos, e colocou Matheus a trabalhar sozinho. Não posso opinar se o castigo é justo ou severo porque não sei quando vai acabar nem se mais alguma coisa ocorreu na sequência deste episódio. O que sei (e espero) é que o objetivo do castigo deve ter em mente, para além da defesa da disciplina no grupo de trabalho. o próprio desenvolvimento do jogador - que é um ativo do clube e um atleta de grande potencial. Espero, por isso, que a SAD esteja a agir no sentido de que Matheus perceba que não pode repetir a atitude após a sua reintegração que, desejavelmente, deverá acontecer a muito curto prazo. A conversa de que poderá ser dispensado não faz qualquer sentido porque seria uma penalização completamente desproporcionada face ao erro cometido.

Espero também que os castigos não aumentem ou diminuem em função do estatuto. Sérgio Conceição chegou ao Porto há pouco mais de um ano e teve sucesso na abordagem disciplinadora que colocou em prática porque não olhou a nomes no momento de agir: encostou jogadores como Casillas, Soares e Marega. Se Peseiro se armar em valente com jovens que estão em fase de afirmação no Sporting e, ao invés, meter o rabo entre as pernas caso haja algum episódio idêntico (nas redes sociais, em campo ou num treino) a envolver um jogador com outro estatuto, então não será líder de coisa nenhuma. 

Espero que impere o bom senso com vista ao desenvolvimento de um talento que não nos podemos dar ao luxo de dispensar.

P.S.: percebo quem conteste este castigo face ao tratamento dado aos jogadores que rescindiram e regressaram, mas na minha opinião não são situações comparáveis. Esses jogadores rescindiram num contexto específico, que nada tem a ver com a gestão de um grupo de trabalho durante uma época desportiva, e entretanto chegaram a acordo com o clube para regressar. Do ponto de vista de quem gere o plantel, a questão das rescisões morreu aí, e não faria sentido que fossem mais tolerantes com acontecimentos como este de Matheus. Não agir seria meio caminho andado para termos o caos total no balneário numa questão de pouco tempo.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Debates na Sporting TV

Felizmente imperou o bom senso. Comunicado emitido há pouco pela Comissão de Gestão:



Cobertura mediática das eleições por parte dos órgãos de comunicação do Clube

A Comissão de Gestão do Sporting Clube de Portugal informa que foi aprovado um plano de cobertura mediática, por parte dos órgãos de comunicação do Clube, para as eleições do próximo dia 8 de Setembro, após conversações tidas em simultâneo com representantes das sete listas que serão sujeitas a sufrágio. Assim, ficou decidido o seguinte:

JORNAL SPORTING

Entrevistas aos candidatos à Presidência do Conselho Directivo, da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting Clube de Portugal, e, ainda, um espaço dedicado a cada uma das sete listas para conteúdo que considerem pertinente relativamente à própria candidatura. Os conteúdos referidos serão publicados ao longo das próximas três edições do Jornal Sporting, de acordo com uma sequência sorteada na presença dos representantes de todas as candidaturas.

SITE OFICIAL

Todos os conteúdos publicados no Jornal Sporting serão replicados no Site Oficial do Clube.

SPORTING TV

Primeiro e último debates entre os sete candidatos à Presidência do Conselho Directivo, sendo o primeiro no dia 19 de Agosto de 2018 (às 21h00) e o segundo no dia 7 de Setembro de 2018 (às 20h00); Debates entre os candidatos à Presidência da Mesa da Assembleia Geral do Sporting Clube de Portugal (24 de Agosto de 2018) e à Presidência do Conselho Fiscal e Disciplinar (27 de Agosto de 2018); Debates a dois entre todos os candidatos à Presidência do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal entre os dias 20 e 30 de Agosto de 2018, de acordo com uma sequência sorteada na presença dos representantes de todas as candidaturas, e que será divulgada pela Sporting TV ainda hoje. Entrevistas individuais a todos os candidatos à Presidência do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal, entre os dias 31 de Agosto de 2018 e 6 de Setembro de 2018, de acordo com uma sequência sorteada na presença dos representantes de todas as candidaturas, e que será divulgada pela Sporting TV ainda hoje. A partir do dia 20 de Agosto de 2018, todos os candidatos terão direito a um espaço diário de Direito de Antena, com a duração máxima de três minutos, preenchido com conteúdos da exclusiva responsabilidade de cada lista, e captados com meios próprios.

Importa referir que, ao longo deste processo, todas as candidaturas expressaram a vontade e a disponibilidade em privilegiar sempre os órgãos de comunicação do Sporting Clube de Portugal, nomeadamente a Sporting TV, mesmo existindo alguma interferência com compromissos já assumidos. A Comissão de Gestão agradece a presença de todos os representantes das sete candidaturas e manifesta publicamente o desejo de que a campanha eleitoral decorra com elevação, sempre na defesa intransigente dos superiores interesses do Sporting Clube de Portugal.