quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

M*rdas que só mesmo connosco, nº 18: Como se diz 'paródia' em macedónio?

30 de janeiro de 2018. O Sporting deslocava-se a Setúbal para disputar um jogo que antecedia um duplo confronto com o Benfica para campeonato e taça. Perder pontos não era uma opção, sob pena de perder em definitivo o comboio da luta pelo 2º lugar e consequente qualificação para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. O jogo do Bonfim não poderia, no entanto, ter começado de pior forma: o V. Setúbal adiantou-se relativamente cedo no marcador e levou a vantagem para o intervalo, e o Sporting, até então a ralizar uma exibição muito pobre, via-se obrigado a virar o resultado na segunda parte. Uma tarefa que ficaria mais difícil a partir dos 55', por causa deste lance:


Mendy dá uma cotovelada em Ristovski que deixa o lateral do Sporting mais desfigurado que um pugilista após um combate de 12 rounds, mas nem Hélder Malheiro, o apitadeiro de serviço, nem nenhum dos seus auxiliares, vislumbraram qualquer irregularidade e mandaram seguir jogo. Ristovski ficou compreensivelmente incrédulo pela decisão e protestou contra o árbitro em bom português, dando a Hélder Malheiro a oportunidade por que esperava: em vez de se questionar como foi provocado o volumoso inchaço que o macedónio ostentava, o árbitro preferiu arrumar a questão com um cartão vermelho ao jogador por palavras que, mais tarde se soube no relatório, são ditas em todos os jogos que se disputam por cá. E assim ficou o Sporting em inferioridade numérica e em inferioridade no resultado.

O Sporting dominou o resto da partida e ainda chegaria a o empate, apesar de jogar com menos um jogador e apesar da desastrosa atuação de Hélder Malheiro, que também não conseguiu ver um penálti sobre Raphinha e usou um critério disciplinar completamente absurdo: o Sporting cometeu 18 faltas e levou 6 amarelos e 1 vermelho; o V. Setúbal cometeu 20 faltas, levou apenas 4 amarelos e foi poupado em várias situações exatamente iguais às que serviram para punir jogadores do Sporting, incluindo numa situação de segundo amarelo.

A sanção do Conselho de Disciplina seria conhecida dois dias depois. O órgão liderado pelo Dr. Meirim não encontrou qualquer tipo de atenuante na pancada violenta que Ristovski sofreu e suspendeu-o, muito convenientemente, por dois jogos... deixando-o de fora de ambos os dérbis que se disputariam de seguida.


Portanto: de um lance em que o V. Setúbal poderia ter ficado em inferioridade numérica (Mendy pode não ter feito de propósito, mas a pancada não teria deixado as marcas que deixou se não fosse violenta), ficou o Sporting em desvantagem numérica e ficou ainda privado da única opção viável para a posição de lateral direito para os dois jogos importantíssimos que se seguiriam. Mas a paródia não ficaria por aqui.

Como não poderia deixar de ser, o Sporting recorreu da suspensão no dia útil seguinte... e foi-lhe dada razão. O Conselho de Disciplina reduziu o castigo a Ristovski para um jogo e comunicou a decisão ao Sporting... a apenas três horas do início da partida da 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal com o Benfica, ou seja, numa altura em que a equipa já se estava a deslocar para o estádio. 


Ou seja, Ristovski acabou mesmo por cumprir o segundo jogo de suspensão graças à conveniente inoperância do Conselho de Disciplina. Como se diz 'paródia' em macedónio?

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