quarta-feira, 21 de maio de 2014

Capas que não fizeram história, nº 37: Reciclagem de sonhos

                                                                                                                                                    
Maio de 2013 (via blogue O Rapaz de Verde e Branco)

Há anos que deixei de me iludir com os discursos dos sonhos, em que jogadores e treinadores afirmam, no momento da sua apresentação, serem de um determinado clube desde pequeninos. Já todos percebemos que no futebol atual o amor à camisola é algo cada vez mais escasso fora do universo dos adeptos. 

Fiquei desiludido com a saída de Leonardo Jardim, mas não foi por ser uma traição ao tal "sonho". A minha desilusão vem exclusivamente de Jardim ter abandonado a meio um projeto de curta duração e, consequentemente, de um clube que contava com ele para continuar a aproximação ao topo do futebol português.

É diferente o caso de um treinador jovem que interrompe a meio um contrato de dois anos, de um jogador que decide sair ao fim de um ano com quatro anos de contrato ainda pela frente.

Compreendo os motivos da saída de Leonardo Jardim? Claro que sim, percebo o nível da tentação que a proposta do Mónaco representava. Mas normalmente o que nos faz homens não é só o número dígitos do cheque que recebemos ao fim do mês ou a visibilidade aos olhos dos outros. A parte de nos mantermos fiéis aos compromissos que assumimos é um aspeto muito importante do caráter de uma pessoa.

De qualquer forma, obrigado por tudo, Leonardo. Espero que sejas muito feliz em França.