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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Agora, basta de brincadeiras, Miguel!



É verdade que Montero tem fama de jogar no limite do fora-de-jogo, levando a que alguns árbitros assistentes tenham mais dificuldades em ajuizar corretamente os lances. Também sei que Casemiro fez um jogo de tal qualidade que, para os portistas, até deve ter parecido uma espécie de 12º jogador do Sporting. Mas daí a achar que Montero estava em off-side quando assistiu Nani para o golo ainda vai alguma distância...

Será que MST vê mesmo os jogos? Às vezes não parece...

Por falar em Casemiro:


via @captomente

EDIT: novo link para o vídeo --> AQUI

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Comparações infelizes de Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares, na sua página de opinião no jornal A Bola, escreveu o seguinte:

Não vou discutir mais uma vez o Apito Dourado, agora com o Eduardo Barroso. (...) Repito que o Apito Dourado foi investigado e julgado por 17 magistrados judiciais e do Ministério Público e apenas um magistrado do MP, obrigado a tal pela Dr.ª Maria José Morgado, se atreveu a deduzir acusação, escudado no precioso testemunho da D. Carolina Salgado, e tendo recebido do tribunal uma sentença tão devastadora e humilhante que eu recomendo vivamente ao Eduardo Barroso que a leia (...)
Não, eu não ouvi as escutas - estas ou quaisquer outras, porque sei bem do que se trata e como se usam. Quer saber se eu acredito que a "fruta" não eram meninas para o árbitro? Não, não acredito. Mas sei (note: sei) que todos os clubes faziam isso com todos os árbitros que o pediam. O que a justiça, desportiva e judicial, teria de provar era a existência de um nexo de causalidade entre isso e um resultado de um jogo - e foi isso que não foi capaz de fazer. (...)
Em matéria de certezas, o que sei é que houve um clube cujo vice-presidente foi apanhado a transferir dinheiro para a conta de um árbitro que iria dirigir um jogo seu e sem conhecimento deste, a fim de depois, não gostando da arbitragem, o clube poder vir dizer que o árbitro fora comprado. Aconteceu há dois atrás e com o Sporting. (...) Dir-me-á o Eduardo Barroso que o Sporting não pode ser responsabilizado pela actuação de um seu dirigente. Não? Não era disso que se tratava no Apito Dourado?

Há muito para dizer sobre este comentário de Miguel Sousa Tavares. Começo pelo que me é mais incómodo.

Sou o primeiro a reconhecer que Paulo Pereira Cristóvão cometeu um ato indigno de um dirigente do Sporting, que não pode ser tolerado. No entanto, MST enganou-se. A ideia de Cristóvão não passava por acusar o fiscal-de-linha no caso de a arbitragem não lhe agradar. A ideia era afastar o fiscal-de-linha do jogo com o Marítimo. A prova de que era essa a ideia é que o Sporting entregou uma denúncia à FPF de suspeitas de corrupção nas vésperas do Sporting - Marítimo. Não deixa de ser lamentável, mas são coisas completamente diferentes.

Em termos de gravidade, diria que procurar impedir que um fiscal-de-linha esteja presente num determinado jogo fica a milhas da rede de corrupção e de tráfico de influências que o Porto montou para benefício próprio e direto (ou para prejudicar rivais) em variadíssimos jogos das mais diversas competições.

MST diz que não ouviu as escutas, mas devia. Talvez ganhasse um pingo de vergonha por ter dirigentes daqueles à frente dos destinos do seu clube. 

Diz que acredita que a fruta são meninas oferecidas aos árbitros, mas defende-se dizendo que todos os clubes o fazem, como se isso fosse desculpa para alguma coisa. E recusa uma relação de causa / efeito com os resultados desportivos. Prefere viver num permanente estado de negação, e fazer de conta que a fruta e café com leite oferecidos aos árbitros não passavam de uma colaboração bem intencionada de toda a estrutura portista para angariar clientes para os estabelecimentos noturnos do seu colega e amigo Reinaldo Teles. Com fins puramente comerciais, claro. 

Voltando à infeliz comparação que MST fez, termino com uma constatação de factos. Não sei se se apercebeu, mas foi uma questão de semanas para que Paulo Pereira Cristóvão fosse afastado da direção do Sporting a partir do momento em que se descobriram os seus atos. Nem poderia ser de outra forma, os sócios do Sporting nunca admitiriam que continuasse em funções.

Pinto da Costa (e os seus homens de confiança) continuam incontestavelmente na liderança do clube para deleite dos sócios e adeptos portistas. O resto é conversa.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Capas que não fizeram história, nº 5: O jogador do campeonato

Agosto de 2013

Após uma utilização de 14 minutos na Supertaça e de 30 minutos na 1ª jornada, surgia o fenómeno Juan Quintero. Se no jogo da Supertaça entrou numa altura em que o jogo já estava decidido, no começo do campeonato contra o Setúbal o jogador colombiano foi lançado por Paulo Fonseca aos 59' quando o resultado ainda estava 1-1, e o Setúbal jogava com menos um jogador após expulsão do guarda-redes Kieszek. Um minuto depois de entrar, Quintero disparou uma bomba de fora da área e fez o 1-2.

A partir daí choveram elogios ao jovem colombiano. Quintero já fazia esquecer James Rodriguez. Quintero espalhava magia. E até isto:



Como não poderia deixar de ser, Pinto da Costa não perdeu tempo e tratou de tirar todas dúvidas aos adeptos portistas a quem deveriam agradecer tamanha dádiva. "Este miúdo vai ser muito importante", "Já o seguíamos há muito tempo e sabíamos tudo sobre ele", afirmou.

Passados alguns meses, ao fim de 16 jogos para o campeonato, Quintero soma uma impressionante utilização de 337 minutos, que corresponde a 23% do tempo em que Helton esteve em campo.

Estranho é que na recente entrevista ao Porto Canal, Pinto da Costa não tenha mencionado o excelente plantel que colocou à disposição de Paulo Fonseca e, em particular, a sua decisão de comprar 50% do passe de Quintero por €5M.

Mais recentemente, quando o Porto contratou Quaresma, Pinto da Costa preferiu ser mais prudente e disse que se tratou de um pedido expresso do treinador. Vamos ver se o presidente do Porto manterá essa versão se Quaresma voltar a demonstrar as qualidades que tinha na sua passagem anterior pelo clube.

sábado, 28 de dezembro de 2013

A memória de elefante de Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares, em grande forma, escreveu esta semana mais um inesquecível momento de opinião incisiva na sua página do jornal A Bola:

Há dois anos, a Liga de Clubes também resolveu marcar o Benfica-Porto que iria decidir o título para dois dias depois de vários jogadores portistas terem jogado em diversas partes do mundo pelas suas selecções. Mas isso foi uma jogada pensada, que o FC Porto denunciou e reclamou, em vão. Também é conhecida a forma como o FC Porto deu a volta a essa jogada de bastidores, em especial no que tocou ao seu jogador mais importante, na altura: James Rodriguéz. James terminou um jogo pela Colômbia, em Miami, à meia-noite da véspera do jogo; foi metido num avião particular que chegou a Lisboa ao fim da manhã do dia do jogo e foi posto a dormir toda a tarde no Hotel Altis; André Villas Boas levou o para o banco e, a meia-hora do fim, soltou-o; James marcou um golo e assistiu o outro; o FC Porto ganhou e foi campeão em pleno Estádio da Luz, com as luzes desligadas e a rega ligada. Foi das maiores lições e dos maiores enxovalhos que o anti-desportivismo alguma vez levou entre nós.

À consideração do autor:

1. Talvez James não fosse o jogador mais importante numa equipa que tinha Hulk (que por acaso até marcou um golo estrondoso nesse jogo) e João Moutinho -- mas isso até se aceita pois é uma avaliação subjetiva

2. Em vez de André Villas-Boas, suponho que se esteja a referir a Vítor Pereira, treinador do Porto na época 2011/12

3. Em vez de se tornar campeão em pleno Estádio da Luz com direito a sistema de rega e a luzes apagadas, suponho que se quisesse referir apenas à liderança isolada que o Porto alcançava à 21ª jornada, pois ambas as equipas estavam em igualdade pontual antes do jogo

A agência Lusa esqueceu-se de verificar os factos com Miguel Sousa Tavares quando fez a crónica do Benfica 2- Porto 3

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O Tolo Enraivecido (Raging Fool)

Quando um colunista do Porto critica a prestação de jogadores do Porto, o normal seria que um sportinguista como eu se recostasse na cadeira e apreciasse a prosa com um sorriso nos lábios.

Mas não consigo ter esse sentimento quando Miguel Sousa Tavares escreve sobre Silvestre Varela.

É que não só a prosa é de fraca qualidade, como o desfile de demonstrações de ódio ao jogador portista é completamente repugnante. Na passada terça-feira, Miguel Sousa Tavares continuou a sua campanha contra o jogador portista escrevendo o seguinte no jornal A Bola:

2- Um leitor portista que comunga da minha estupefacção por ver o Silvestre Varela como titular indiscutível do FC Porto, sob o comando de Vítor Pereira e agora de Paulo Fonseca, deu-se ao trabalho de assentar, minuto a minuto, tudo o que Varela fez no jogo de quarta-feira, contra o Atlético de Madrid. O resultado foi, como eu sabia, um impressionante rol de bolas perdidas e passes falhados, cumulando num saldo final de quase absoluta inutilidade. E digo quase, porque, apesar de tudo, foi dos seus jogos mais conseguidos: cabeceou uma bola à trave e fez um cruzamento para Jackson atirar também uma bola ao poste. Isto, aos olhos de Paulo Fonseca e da critica, sempre tão generosa com Varela, é uma exibição de encher o olho. Sem surpresa alguma, portanto, lá estava ele como titular frente ao Rio Ave, aliás pela 100ª vez na Liga portuguesa. E, desta vez, fui eu que me muni de um bloco notas e de uma caneta para registar tudo, absolutamente tudo, o que Varela fizesse em mais uma grande exibição.

Antes, porém, deixem-me reproduzir o que aqui se escreveu sobre o desempenho de Varela contra o Rio Ave. Na crónica do jogo, Nuno Vieira escreveu que «o extremo foi o principal agitador do ataque, foi ele quem manteve a chama ofensiva da equipa». E, na apreciação individual, Rui Amorim deu-lhe uma nota 6 e escreveu: «entortou Lionn e serviu de bandeja o golo de Jackson, divertindo-se com mais umas quantas diabruras pelas alas». Agora, o que exactamente aconteceu:

- Aos 50 minutos, Varela fintou muito bem o defesa Lionn e cruzou para Jackson facturar em estilo.
 

- Aos 90+1, já como jogo decidido, passou pelo defesa em contra-ataque e cruzou para ninguém. E isto foi o total das diabruras que fez durante todo o jogo: um cruzamento bem feito que deu golo e outro mal feito. De resto, e em todo o jogo, não teve outro cruzamento, um livre ou um canto batidos, um remate à baliza, um passe a desmarcar na frente, um passe em profundidade, uma simples finta sobre um adversário;

- Recebeu e perdeu a bola 15 vezes (minutos 3,9,12,21,29,35, 38,55,61,64,65,75,78,84 e 88);

- Ganhou um canto, sofreu uma falta, fez um corte defensivo e foi batido duas vezes em velocidade;

- Recebeu a bola e passou curto para a frente uma vez, para o lado duas vezes e para trás 18 vezes (junto com as perdas de bola, a sua jogada mais comum).

Desafio os críticos e Paulo Fonseca a verem o vídeo do jogo e a desmentirem-me.

Como não vi o jogo, não sei se Varela jogou bem ou não. O que sei é que para a história ficará uma assistência para golo e uma vitória por 3-1. Mesmo que Varela tenha feito tudo o resto mal, não me parece que seja razoável este tipo de análise. Uma coisa é colocar em causa o rendimento de um jogador, outra é procurar ridicularizá-lo.

No passado, Miguel Sousa Tavares declarou que não voltará ao Dragão enquanto Varela for titular do Porto. Uma forma estranha de demonstrar o amor por um clube, mas cada um vive o futebol como bem entende.

Miguel Sousa Tavares tem o direito de não gostar do estilo de jogo de Varela, mas a forma como o persegue, semana após semana, jogue bem ou jogue mal, só faz lembrar um pugilista que continua a agredir de forma selvagem um opositor que jaz inanimado no chão sem a possibilidade de se defender.

Poderão dizer-me que Varela pode sempre responder dentro de campo. Não pode, responderei eu. Varela até pode fazer a melhor exibição da sua vida e resolver sozinho um jogo, que Miguel Sousa Tavares optará por escrever na terça-feira seguinte sobre as debilidades de Benfica e Sporting, sobre a subida forma da equipa do Porto sem referir nomes, sobre os belos dias da caça à perdiz, mas nunca, nunca será homem para dar a mão à palmatória.

Varela é um bom jogador, tanto quanto sei é um ótimo profissional, e não merece ser tratado desta forma num jornal de tiragem nacional.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Miguel Sousa Tavares e uma estranha forma de torcida

Miguel Sousa Tavares perdeu a paciência. Na crónica de ontem no jornal A Bola, decidiu pôr de lado a tese de que Silvestre Varela é a raíz de todos os males que impede o Porto de jogar um futebol atrativo, e decidiu disparar em todas as direções.

Criticou a direção do Porto pela política de contratações dos últimos anos, por comprarem passes de jogadores sobre-avaliados que depois não rendem em conformidade, e as negociatas das comissões em que o clube está constantemente envolvido.

Criticou Pinto da Costa por insistir em contratar treinadores sem currículo, ao procurar sem êxito duplicar o caso de sucesso que foi André Villas-Boas.

Criticou Vítor Pereira e Paulo Fonseca por não apostarem, por medo ou por incompetência, em Atsu, Iturbe, Kelvin e Quintero, insistindo num modelo de jogo pouco atrativo que afasta o público dos estádios.

Criticou Paulo Fonseca pela confusão tática que implantou no Porto.

Criticou Defour e Varela por serem Defour e Varela.

É a opinião de um homem que sabe que vende por ser polémico. Em alguns pontos concordo, noutros discordo. No entanto, a frase que se destacou de toda a crónica foi a seguinte:

"O pior de tudo é chegarmos a um ponto onde os adeptos acabam a desejar que as coisas corram mal para que o treinador se vá embora."

Não posso falar pela generalidade dos adeptos do futebol, mas tenho sérias dúvidas que alguém que goste verdadeiramente de um clube possa alguma vez torcer por uma derrota só para que o treinador possa ser despedido.

É um tipo de raciocínio completamente retorcido, digno das lendas que relatam que garrafas de champagne foram abertas na sequência da derrota da seleção na final do Euro 2004.

É certo que a forma como a frase foi escrita não indica diretamente que Miguel Sousa Tavares deseja que o Porto perca para que Paulo Fonseca seja despedido o quanto antes. No entanto, atendendo à forma selvagem como o cronista perseguiu Vítor Pereira durante dois anos, repetida agora com Paulo Fonseca, parece-me que estamos perante um homem que deseja, acima de qualquer outra coisa, provar ao mundo que tem razão. 

Por isso não me custa imaginar que Miguel Sousa Tavares, quando assistir na noite de sábado ao Porto - Braga, comodamente sentado na sua poltrona, exausto após um dia bem passado na caça à perdiz, reconfortado pelo crepitar aconchegante da sua lareira, conseguirá reunir a energia suficiente para levantar a mão que segura o charuto para festejar os golos marcados pelos minhotos na baliza de Helton.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A queda de dois mitos

"Os dirigentes do FC Porto pensam pela sua cabeça e trabalham de dentro para fora e não de fora para dentro." - Adelino Caldeira, a 13/06/2008

"Contra todas as lendas e verdades estabelecidas, eu acho os adeptos do Dragão notáveis - de longe, os melhores do futebol português. Gostam de bom futebol e não de ganhar, apenas e de qualquer maneira" - Miguel Sousa Tavares, em A Bola, a 29/10/2013

O Porto é dirigido de dentro para fora. O público do Dragão é de longe o melhor do país. De uma assentada, estes dois dogmas, repetidos até à exaustão pelos dirigentes e adeptos do Porto, caíram com estrondo no chão após a derrota de sábado com a Académica.

in jn.pt

Clube dirigido de dentro para fora

Após a derrota com a Académica, o autocarro que transportava os jogadores, treinadores e dirigentes do Porto foi recebida por cerca de 200 adeptos em fúria pela má prestação da equipa. Até aqui nada que não aconteça noutros clubes. O que é completamente bizarro é o facto de, pouco depois, Antero Henrique, Paulo Fonseca, Helton e Lucho terem estado a analisar o mau momento da equipa com quatro elementos dos Super Dragões.

Estamos a falar de uma claque que, no passado, foi protagonista de situações como esta...

in expresso.pt

... ou como estas.

in dn.pt

Ao terem direito à cortesia de uma reunião com treinador e jogadores, patrocinada pelo dirigente que está em 1º lugar na linha de sucessão à presidência do Porto, os Super Dragões demonstram mais uma vez que desempenham um papel que vai muito para além de uma simples claque de apoio a um clube.

Sempre pensei que uma estrutura de elite como a do Porto veria como prioritário dar o peito às balas pelo treinador e jogadores em frente aos adeptos. Seria natural que um dirigente se reunisse com as claques para assegurar que iriam ser tomadas medidas para inverter a situação. 

Mas ver um dirigente como Antero Henrique colocar treinador e jogadores frente a frente com representantes da claque que momentos antes os insultara furiosamente, não é de todo normal.

Se o Porto fosse dirigido de dentro para fora, como gostam de apregoar, uma reunião destas significaria que os Super Dragões fazem parte da estrutura, com todas as implicações que daí advêm.

No entanto, por não serem eleitos pelos sócios portistas, por não serem representativos da globalidade dos sócios e adeptos do clube, muitos dos quais certamente não se identificam com muitas das atitudes que a claque teve no passado, a realidade é que os Super Dragões não são parte da estrutura. Por isso cai por terra o argumento do "dentro para fora". Até os dirigentes do Porto são vulneráveis a pressões, e não foi preciso muito para denunciarem essa fraqueza -- bastou uma sequência anormalmente longa de maus resultados (para os padrões do Porto).

Outra coisa que esta reunião pode significar é que Antero Henrique já se está a mexer com vista a assegurar apoios importantes para umas eleições que poderão não estar muito distantes.


Os adeptos do Dragão gostam de bom futebol e não de ganhar

É fácil dizer uma coisa destas num clube que ganhou 9 dos últimos 11 campeonatos. É dos poucos clubes no mundo que se pode dar ao luxo de assobiar mesmo quando a equipa ganha. Como a vitória é tida como garantida, os adeptos portistas sentem-se à vontade para criticar quando outros aspetos não lhes agradam totalmente.

O que Miguel Sousa Tavares quis dizer com esta frase foi que no Dragão estão os verdadeiros apreciadores do futebol, gente conhecedora que sabe quando deve aplaudir e quando criticar.

É um absurdo. Se fossem tão conhecedores e sábios, os adeptos portistas (começando pelo próprio MST) deveriam conseguir reconhecer a competência de Vítor Pereira, que conseguiu um registo esmagador de uma única derrota em sessenta jogos para o campeonato. É certo que tinha um plantel superior ao deste ano, mas não é fácil conseguir manter um conjunto de jogadores com este nível de motivação numa competição que estão habituados a vencer.

Agora, com esta carreira de Paulo Fonseca, muitos já suspiram por Vítor Pereira. Isto é de adeptos conhecedores? E é pelo bom futebol que suspiram? Não, foi unânime que o Porto até jogou bem contra o Nacional. Os portistas têm saudades de Vítor Pereira pelas vitórias que não têm conseguido nas últimas semanas.

A nobreza de espírito do adepto portista, quando confrontado por uma sequência menos feliz de resultados, evapora-se. E revela um adepto tão primário como os dos outros rivais, que não suporta perder. Com uma agravante: os adeptos do Porto estão tão mal habituados, que nem se apercebem do ridículo que é fazer estas figuras quando a equipa está a apenas a 2 pontos do 1º lugar, com 19 jornadas por disputar.

O uso e abuso do slogan "Somos Porto" por parte dos adeptos portistas, como forma de exprimir superioridade sobre os outros clubes, não significa nada nas vitórias. Fiquem 5 anos sem ganhar e quero ver o que é que sobra.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

As lições de português de Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares, jornalista, cronista, comentador, escritor, é uma figura que dispensa apresentações. É um homem sem papas na língua. Diz e escreve aquilo que pensa, não tendo problemas em apontar o dedo a políticos, banqueiros (desde que não seja Ricardo Salgado, presidente do BES e sogro da filha de MST) e, no panorama futebolístico, a benfiquistas, sportinguistas e a Silvestre Varela.

Homem de ideias fixas, tem um estilo fácil de identificar: desbobina argumentos atrás de argumentos para suportar as suas teorias (que nem sempre correspondem à realidade), e ignora factos que não se alinhem com aquilo que quer vender a quem o lê. Por isso não gosto particularmente de o ler no Expresso, quando escreve sobre política.

No entanto, gosto de o ouvir falar na SIC, porque tem pouco tempo e é obrigado a escolher uma argumentação mais sintética e verdadeira (afinal na televisão em direto nunca se sabe quando pode surgir algum contraditório).

Mas tenho que confessar que ADORO lê-lo no jornal A Bola. É o meu guilty pleasure.

Miguel Sousa Tavares deve aproveitar para dar descanso ao cérebro quando escreve a sua página semanal n'A Bola, porque os momentos surreais que nos oferece sucedem-se semana após semana. 

Podia falar sobre a perseguição absurda que MST faz aos seus ódios de estimação, Vítor Pereira (o antigo treinador do seu clube) e Silvestre Varela, e os elogios incondicionais e despropositados a Iturbe e a Quintero.

Podia falar naquilo que MST escreveu sobre as tardes de futebol, a propósito do Sporting - Arouca ter sido jogado às 4 da tarde, mas já fiz um post sobre isso.

Podia falar sobre a forma preguiçosa como MST escreve para o jornal A Bola. Seja por escrever assim, seja por ocupar parágrafos a mencionar assuntos que não têm qualquer relevância, como longas dissertações sobre o ténis ou ao desfazer-se em auto-elogios por ter abatido duas perdizes com apenas dois tiros de espingarda.

Nada disso. O tema deste post é para agradecer o serviço público que MST prestou esta semana na sua rubrica semanal em A Bola. Não achando relevante escrever sobre a péssima prestação da sua equipa contra o Belenenses, MST preferiu retomar os incidentes extra-futebol do Porto-Sporting e acusar Sporting e jornais de Lisboa de quererem responsabilizar o Porto pelo sucedido.

Pois bem, MST decidiu dissecar o comunicado que o Sporting fez sobre o assunto.
"Posto o que, os gentlemen de serviço ao futebol português se ocupavam em dar uma lição de moral e boas maneiras aos portistas: 'Há coisas na vida que nunca mudam, a nobreza de carácter é uma delas, ou se tem, ou não' (a pontuação é deles)."


MST fez-nos o favor de apontar uma frase do comunicado do Sporting com um pobre uso da pontuação. De facto teria ficado melhor "a nobreza de carácter é uma delas: ou se tem, ou não".

Foi uma infelicidade para todos nós sportinguistas que MST, sendo autor de inúmeros livros e crónicas, tenha detetado o erro e aproveitado para rebaixar o Sporting através de uma área em que é efetivamente especialista: a escrita.

Mas vamos ser positivos: lições de bom português nunca são demais, para um povo com o nível de literacia como o nosso.

Já agora, vamos ler só mais umas linhas...


"indentificativos"? Bravo, Miguel Sousa Tavares.

“Nós já temos um palhaço." - MST, 24/05/2013

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O que se segue para Miguel Sousa Tavares?

O Washington Post? O New York Times? O El País? O Financial Times? O Bild? O The Guardian?

Todos conhecemos o estilo das crónicas de Miguel Sousa Tavares. É indiscutível que o homem é independente, mas também parece evidente que não se costuma dar ao trabalho de apresentar os dois lados das questões que comenta. Miguel Sousa Tavares escolhe um lado e despeja, semana após semana, um rol de argumentos a favor da sua posição, deixando de fora todas aquelas que não lhe convêm.

Tudo bem, pagam-lhe para dar a sua opinião, e se for polémico tanto melhor. Não é a sua honestidade intelectual que o faz tão popular perante o público português. E muito menos quando escreve sobre futebol.

Mas sempre pensei que quem lhe paga exigisse um mínimo de qualidade de escrita.
Mas há coisas que para o comum adepto, como eu, são muito difíceis de entender — como a fatal tendência dos treinadores portugueses se acagaçarem nos grandes jogos europeus, descaracterizando a equipa para reforçarem a sua defesa, acabando invariavelmente vencidos, quando não sovados.
Miguel Sousa Tavares in A Bola
Ninguém pode acusar MST de conjugar incorretamente o verbo acagaçar

Sabemos que por vezes o futebol, para Miguel Sousa Tavares, é um empecilho capaz de lhe estragar os fins-de-semana. A falta de vontade de ver jogos de futebol e a obrigação de ter que escrever sobre esses mesmos jogos notam-se no enfado que habitualmente transpira das suas colunas de opinião. Mas, como jornalista e escritor, podia revelar um pouco mais de brio profissional.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Aguenta os cavalos! #1: Quintero

O rapaz até pode vir a ser um craque, este post não é para lhe tirar valor nem negar o potencial que tem mas, fazendo o papel do advogado do diabo Alexandre Pais, não haverá aqui algum exagero para quem jogou menos que 70 minutos em 3 jogos? E cujo melhor jogo dos três foi contra uma equipa reduzida a 10?

Fonte: zerozero.pt

Ricardo Calleri, empresário de Quintero

"Ainda nem viram dez por cento." (link)
"Em três jogos já valorizou." Os adeptos embalam-no da bancada e Quintero retribui em campo. (link)

Pinto da Costa, presidente do Porto

"Quintero vai ser muito importante." (link)

Carlos Machado, colunista do jornal O Jogo

"Quintero assinou uma obra de arte em Setúbal e os portistas já acreditam que, afinal, podem deixar de chorar por James Rodríguez" (link)

Não identificado, jornal O Jogo, após o Setúbal - Porto

"Sem largura de banda mas com gigas de talento (...) e no banco ficou um artista [Quintero] que promete ser figura no campeonato." (link)

Miguel Sousa Tavares, Miguel Sousa Tavares

"Vi, então, dez minutos e quatro intervenções de Quintero. (...) Aquele miúdo de 1,69 metros é um génio deste jogo (...)" (link)

E, para terminar, a mais recente e categórica opinião até ao momento.




quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Miguel Sousa Tavares e os domingos de futebol

Com o começo do campeonato regressaram também os jogos domingo à tarde. É de bom tom, ou é mesmo genuíno, saudar o regresso às tradições de antanho. Não é o meu caso: gosto do futebol ao final do dia, principio da noite. Por razões climáticas, particularmente no Verão; por razões técnicas: não há sol a incomodar os artistas ou os operadores de câmara que, como se viu na transmissão televisiva do Marítimo-Benfica, não conseguem adaptar a lente à transição sol-sombra, deixando metade do campo à adivinhação; e, enfim, por razões de organização familiar: um jogo a meio da tarde de um domingo arruína o domingo, destrói um fim-de-semana. O que eu gosto mesmo é do horário da UEFA para a Champions: 20.45. E gosto de um jogo dos grandes em cada dia do fim-de-semana; um à sexta ou à segunda, outro ao sábado e outro ao domingo. Por favor, não se armem em ingleses!
 Miguel Sousa Tavares in A Bola, 20/08/2013

Várias considerações:
  • "por razões técnicas: "não há sol a incomodar os artistas ou os operadores de câmara" - os artistas que treinam todos os dias de manhã e à tarde? Nunca ouvi falar de treinos à noite, a não ser que seja para se adaptarem à luz artificial de um estádio do adversário, nas competições europeias. E os operadores de câmara? Se qualquer máquina fotográfica de 50€ consegue automaticamente ajustar a abertura em função da luz ambiente, será que aparelhos profissionais não fazem o mesmo?
  • "um jogo a meio da tarde de um domingo arruína o domingo, destrói um fim-de-semana" - engraçado, para adeptos que gostam de ir ver a sua equipa ao estádio, jogos a meio da tarde de um domingo é o melhor programa que podem ter. Mas pronto, MST deve preferir ir à caça e depois beber uns copos e fumar uns charutos com os amigos enquanto limpam os canos às espingardas. Tem direito à sua opinião, cada um gosta do que gosta e ninguém tem nada a ver com isso.
  • "e gosto de um jogo dos grandes em cada dia do fim-de-semana; um à sexta ou à segunda, outro ao sábado e outro ao domingo" - em tom de brincadeira costumo dizer que as semanas deviam ter 3 dias para trabalhar e 4 para descansar. Pelos vistos para MST isso já é uma realidade. Espera, nas segundas à noite ele não está na SIC a fazer comentários?

A sério, pagam a este tipo para escrever barbaridades destas?

“Nós já temos um palhaço." - MST, 24/05/2013