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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Balanço de 2014/15: GRs e Defesas



Rui Patrício (***)

Mais uma época em grande. Apesar de um outro ou momento infeliz (no qual se destaca o jogo de Belém), foi um ano recheado de exibições fantásticas. O seu ponto fraco continuam a ser as hesitações nos cruzamentos, mas em contrapartida provou vezes sem conta ser dos melhores do mundo em situações de um contra um. O início de época foi tremendo, destacando-se a exibição de antologia em Alvalade com o Chelsea, o penálti defendido no Dragão para a Taça e, claro, a épica série de penáltis na final da Taça em que se transformou numa espécie de Adamastor para os jogadores do Braga, mesmo coxeando.


Marcelo Boeck (*)

Mais um ano ingrato para o suplente de um dos guarda-redes mais disponíveis do campeonato português. Fez 8 jogos (o da última jornada do campeonato, 3 da Taça de Portugal e 4 da Taça da Liga). Infelizmente o seu jogo mais marcante da época acaba por ser a noite insegura na eliminatória da Taça de Portugal contra o Vizela. A avaliar pela contratação de um guarda-redes esloveno, parece aproximar-se do fim a passagem de Marcelo pelo Sporting.

Cédric (**)

Se do ponto de vista defensivo continuou a evolução que já tinha registado com Leonardo Jardim, pareceu regredir do ponto de vista ofensivo. Menos desequilibrador e acima de tudo muito mais ineficiente nos cruzamentos, que já foram a sua imagem de marca. Época regular que felizmente não ficou marcada de forma negativa pela prematura expulsão na final da Taça.

Miguel Lopes (**)

Foi provavelmente o suplente perfeito. Merece respeito por ter abdicado de parte do vencimento para ser integrado no plantel principal. Esperou pela sua oportunidade e quando a teve agarrou-a com unhas e dentes, fazendo exibições bastante positivas, destacando-se a magnífica exibição em casa contra o Guimarães em que participou ativamente em 3 dos 4 golos. Diferenciou-se de Cédric pela forma como explora o espaço interior para causar desequilíbrios, tornando-se mais imprevisível para os adversários.

Jefferson (**)

À semelhança do que aconteceu em 2013/14, foi mais uma época de altos e baixos. Começou muito mal, chegando inclusivamente a perder a titularidade para Jonathan. Pareceu espicaçado e voltou em grande nível, tornando-se num dos principais municiadores dos pontas-de-lança. Borrou completamente a pintura ao ter o episódio de indisciplina com Bruno de Carvalho. O final da época foi algo penoso em virtude do desgaste acumulado.


Jonathan (*)

Época irregular. Começou da melhor forma possível. Estreou-se em Barcelos com uma vitória por 4-0 e na jornada seguinte ao fim de 2 minutos no seu primeiro jogo em Alvalade já tinha marcado um golo ao Porto. Infelizmente o seu nível exibicional decresceu com o tempo, ao qual não terá sido alheio o facto de ter participado em ambas as (pesadas) derrotas para o campeonato - acabando por ser um dos sacrificados pelo treinador nas duas ocasiões. Jogador raçudo que se sente muito confortável em zonas mais interiores, promete explodir na próxima época. Há que lembrar que tem apenas 20 anos.


Ricardo Esgaio (*)

Inesperadamente foi titular logo na 3ª jornada na Luz devido à lesão de Cédric e manteve-se no onze a na jornada seguinte. Apesar dos dois empates, Esgaio cumpriu. Teve mais tarde um desafio de fogo contra o Chelsea e aí as coisas não lhe correram bem, provocando um penálti logo a abrir. No entanto, há que dizer que Marco Silva não lhe facilitou a vida: podia perfeitamente tê-lo lançado na partida anterior com o Boavista para ganhar ritmo e entrosamento com os colegas. No mercado de inverno foi emprestado à Académica.

Maurício (*)

Depois de uma época em que surpreendeu positivamente (não esquecer que vinha da segunda divisão), esperava-se que fosse o esteio da defesa após a saída de Rojo. Puro engano. Pareceu acusar em demasia a responsabilidade e acabou por contribuir para a instabilidade defensiva da equipa com erros em excesso. A Liga dos Campeões correu-lhe de forma desastrosa: fez a rosca que esteve na origem do empate dos eslovenos ao cair do pano, saiu ensanguentado em casa com o Chelsea após choque violento com Diego Costa, e foi expulso de forma completamente desnecessária pouco depois dos 30 minutos em Gelsenkirchen numa altura em que ganhávamos por 1-0. Transferido no mercado de inverno para a Lazio.

Sarr (*)

Inesperadamente, em virtude de uma série de acontecimentos encadeados, acabou por ser titular logo no princípio da época. Numa fase inicial não comprometeu mas rapidamente os erros começaram a acumular-se. Sei que ainda é novo mas tenho muitas dúvidas que alguma vez possa vir a ser jogador para o Sporting. Tecnicamente não me parece dos piores, mas tem quebras de concentração inexplicáveis e não consegue fazer uso do seu 1m96 e 90 Kgs para se impor perante os adversários - nem sequer no jogo aéreo.

Paulo Oliveira (***)

Depois de uma pré-época dececionante parecia condenado a ser 5ª opção - ou seja, provavelmente nem teria ficado no plantel caso Rojo e Dier se tivessem mantido no Sporting. Mas as mexidas aconteceram e acabou por ficar como 3ª opção atrás de Maurício e Sarr. Teve um primeiro teste de fogo ao entrar contra o Chelsea a substituir o lesionado Maurício e surpreendeu pela positiva. A mim convenceu-me nesse momento e a Marco Silva também, porque a partir daí Paulo Oliveira passou a ser titular e de semana a semana foi solidificando o seu estatuto até ser absolutamente indiscutível. Chegou também à seleção A e está a fazer para já uma prova extraordinária no Europeu Sub-21. Não parece, mas Paulo Oliveira tem apenas 23 anos.

Tobias Figueiredo (**)

Depois de uma primeira metade de época errática na equipa B, teve a sua oportunidade quando Maurício saiu para a Lazio e Marco Silva se viu sem outras opções credíveis para o centro da defesa. Mas Tobias fez por merecer essa oportunidade. Fez uma exibição imperial na Taça da Liga em Guimarães e foi logo de seguida titular em Espinho para a Taça de Portugal. Passou a ser titular na 17ª jornada e convenceu tudo e todos ao entender-se de forma perfeita com Paulo Oliveira. Não tremeu perante adversários de enorme dificuldade como o Benfica ou o Wolfsburgo. Teve uma exibição infeliz no Dragão e pareceu ressentir-se disso, já que a partir daí a segurança já não foi a mesma e cometeu vários deslizes - incluindo dois que lhe valeram o cartão vermelho direto ainda na primeira parte. Perdeu a titularidade para Ewerton. Para 2015/16: 3º central (onde seguramente terá oportunidade de fazer mais de 20 jogos) ou roda noutra equipa da I Liga? Eis a questão.

Ewerton (***)

Um caso paradigmático do que é chegar, ver e vencer. Chegou em janeiro vindo de uma lesão prolongada e sem ritmo de jogo. Teve a sua oportunidade ao entrar para tapar o lugar do expulso Tobias, com o Penafiel, e não mais largou o lugar. É um central muito completo, mas impressiona sobretudo pela serenidade e pela capacidade de jogo aéreo. Seguramente que não há ninguém que pense que o €1,5M da cláusula de opção de compra a pagar ao Anzhi será dinheiro mal gasto.

Rabia (-)

Chegou tarde e lesionado, o que não terá ajudado nada à sua adaptação. Só em novembro começou a jogar, e não convenceu nem na equipa B nem na Taça da Liga, cometendo muitos erros. Mais para o final da época começou a jogar com mais regularidade e a ter prestações mais interessantes. Se isso será suficiente para fazer parte do plantel principal, não sei.

André Geraldes (-)

Uma contratação que pareceu um equívoco. A pré-temporada correu-lhe mal e acabou por ser aposta apenas na Taça da Liga - e sempre como defesa esquerdo, que não é a sua melhor posição. Mesmo assim fez um excelente jogo em Guimarães, colocando a dúvida se não mereceria mais oportunidades. Não me parece que fique connosco na próxima época.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Bonito

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Dinamitando a pedreira com explosivos japoneses

Há finais de jogo épicos e este foi definitivamente um bom exemplo. Uma bomba de um jogador pouco utilizado no último segundo da partida causou uma explosão de alegria em jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos, que depois de semanas tremendamente difíceis mereciam que a sorte lhes sorrisse desta forma. Verdade seja dita que fizemos o suficiente para evitar este final emocionante - o Sporting foi a melhor equipa da partida (em particular durante a segunda parte), e dispôs de oportunidades de golo suficientes para vencer o jogo de forma menos dramática. Não me queixo, no entanto: a festa que todos testemunhámos no relvado foi devidamente replicada na minha sala, e compensou largamente os noventa e tal minutos de sofrimento vividos até ao assombroso livre marcado por Tanaka.



Positivo

A bomba de Tanaka - o japonês foi o herói improvável da partida, que colocou justiça no resultado em grande estilo. Um livre marcado de forma irrepreensível que nenhum guarda-redes do mundo conseguiria defender.


As ações defensivas de William - não esteve bem ao nível do passe, mas defensivamente fez um jogo tremendo. Recuperou inúmeras bolas e conteve várias iniciativas ofensivas do Braga, mas destaco uma ocasião em que evitou um golo ao tirar a bola dos pés de um jogador da equipa da casa à entrada da área, que se preparava para fazer a recarga a uma grande defesa de Rui Patrício a remate de Pardo.

Carrillando pela direita - se Nani foi o homem em maior destaque na primeira parte - mas foi demasiado individualista e pouco consequente - na segunda parte foi a vez de aparecer Carrillo como o principal criador de lances de perigo. Mas o peruano sobressaiu pela forma objetiva e criteriosa como municiou o resto da equipa. Por pouco que não marcou num remate desviado por um defesa do Braga. 

O quarteto defensivo - muito bom jogo dos quatro elementos. Os laterais fizeram um excelente trabalho em anular a maior parte das iniciativas do Braga (com destaque para Jefferson, que apanhou o perigosíssimo Pardo pela frente) e os centrais venceram praticamente todos os duelos em que tiveram que intervir. Um ou outro erro pontual não mancha uma prestação geral muito positiva de toda a defesa.

Silêncio, que está a jogar o Sporting - o Braga esteve por cima do jogo em períodos relativamente reduzidos (e os que existiram foram principalmente na primeira parte), mas na segunda parte a partida teve praticamente um único sentido. O público bracarense sentia-o e o seu silêncio era um indicador bastante elucidativo da forma como o jogo decorria. Nem as várias tentativas que o speaker fez para puxar pelo público resultaram: no estádio só havia microfone aberto para a onda verde.


Negativo

A finalização, outra vez - não foi por falta de oportunidades que o Sporting não resolveu o jogo mais cedo. Os primeiros 15 minutos da segunda parte foram particularmente ricos em ocasiões de golo criadas, que foram sendo desperdiçadas sucessivamente sobretudo por demérito nosso. No entanto seria injusto não realçar a excelente exibição de Matheus.

Critério disciplinar - que Hugo Miguel é um árbitro permissivo, já se sabia. Mas mais uma vez o critério que seguiu para amostragem de cartões foi, no mínimo, discutível. Por volta dos 5 minutos de jogo, Aderlan vira um jogador nosso do avesso. Hugo Miguel dá - e bem - a lei da vantagem e quando o jogo é interrompido mantém o amarelo no bolso, preferindo avisar o jogador do Braga. Passados alguns minutos, Paulo Oliveira faz uma falta igualmente dura, o jogo segue também devido à lei da vantagem, mas Hugo Miguel desta vez não perdoa: amarelo. Adrien vê na segunda parte um amarelo por faltas consecutivas, mas Baiano e Rafa (só para dar alguns exemplos) fizeram o mesmo sem verem qualquer cartão. E aquele "amarelo" a Matheus quando derruba Tanaka fora da área...


Teatro, teatro e mais teatro - foram inúmeras as tentativas dos jogadores do Braga para amarelarem os nossos jogadores. Qualquer toque num jogador bracarense, por mais ligeiro que fosse, era inevitavelmente seguido por uma exibição de dor lancinante. Felizmente que este árbitro não foi na conversa, mas um "disciplinador" do tipo Manuel Mota chamar-lhes-ia um figo.



Há tradições que vale a pena alimentar. Mais uma vitória contra o Braga, um adversário difícil que acaba invariavelmente derrotado quando encontra umas riscas verdes e brancas horizontais pela frente. Entretanto subimos à terceira posição e ampliámos uma sequência de resultados muito interessante que mostra que a equipa está pronta para aproveitar qualquer deslize que os dois primeiros classificados possam fazer.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Rescaldo I - "Eu vou defender"

                                                                                                                                                         
Rui Patrício dirige-se a Maurício, segundos antes de Jackson bater o penálti.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

A hora de Paulo Oliveira

                                                                                                                                      
Depois de uma sequência de jogos muito complicada que nos levou a defrontar, no espaço de um mês, Benfica, Maribor, Porto e Chelsea, creio que está na altura de Marco Silva procurar novas soluções para o eixo da defesa.

As opiniões dos sportinguistas até se podem dividir sobre se será Maurício ou Sarr a principal fonte de intranquilidade, mas certamente que todos estaremos de acordo que alguma coisa terá que ser feita. Contra equipas fortes ou fracas, já são demasiadas os erros que cometemos, e é insustentável que uma equipa que quer lutar pelo título mantenha este nível de insegurança defensiva.

Na minha opinião, Maurício foi o que começou pior a época, mas tem estado a subir de rendimento nos últimos jogos. Está muito longe de ser um jogador exemplar ao nível do posicionamento e tem visíveis dificuldades em lançamentos feitos para as suas costas, mas é um jogador batalhador, forte quando tem o adversário e bola à sua frente, e já provou ao longo da época passada que pode ser um jogador muito útil.

Sarr pareceu dar algumas boas indicações iniciais (admito que gostei do que vi nos primeiros jogos), mas tem estado cada vez mais nervoso de jogo para jogo. Infelizmente, o facto de ser muito forte nas bolas paradas defensivas não compensa as falhas de posicionamento, os lapsos de concentração e as hesitações que o levam a perder bolas de forma infantil.

Não digo que não possa vir a ser um central de qualidade no futuro - não me parece que seja um tosco, parece ter uma capacidade de passe interessante, e tem atributos físicos muito superiores à média - mas simplesmente neste momento não está pronto para ser titular de uma equipa como o Sporting.

Paulo Oliveira, por infelicidade de Maurício, foi ontem lançado a frio num jogo em que teve que se opôr a jogadores de classe mundial. Saiu-se muito bem, na minha opinião: entrou concentrado, resolveu alguns lances difíceis sem complicar e pareceu confortável com a bola nos pés - o que pode ser particularmente útil contra equipas mais fechadas. 

No caso do Xerife estar fisicamente apto para o jogo de Penafiel, penso que Marco Silva deveria aproveitar o ciclo de jogos que se segue (Penafiel, Taça, Schalke, Marítimo) para apostar na dupla Maurício - Oliveira.

sábado, 27 de setembro de 2014

Demonstração de classe

A maior injustiça que se pode fazer ao Sporting de Marco Silva é avaliar o trabalho que está a ser feito pelos resultados. 2 empates e 5 empates estão longe, muito longe, de traduzir a qualidade do futebol praticado, que já tinha sido de bom nível contra Belenenses, Maribor e Gil Vicente (em crescendo), e que conheceu o seu auge na primeira parte realizada contra o Porto. 

O empate sabe a pouco porque poderíamos ter resolvido o jogo ainda na primeira parte. Depois do golo madrugador, ainda tivemos um remate de João Mário para defesa muito difícil de Fabiano, um cabeceamento à frente da baliza do mesmo jogador que sai desviado e um remate de Nani em posição frontal à entrada na área após um slalom inacreditável de Carrillo. Com um pouco mais de felicidade, poderíamos ter transformado a partida de ontem num passeio.

Ao mesmo tempo, era notória a total incapacidade do Porto a sair com a bola jogável. Na primeira parte, os azuis e brancos limitaram-se a bombear jogo para um desamparado de Jackson, que foi sempre bem anulado por Maurício - muito bom jogo do Xerife.

Na segunda parte Lopetegui sacou do ás e da manilha para tentar inverter a situação, e a verdade é que o conseguiu: Óliver impressionou pela personalidade e talento (ninguém diria que tem 19 anos) e Tello foi para campo com o objetivo de expulsar os amarelados Cédric e Maurício - e bem o tentou com aquele mergulho ao passar pelo central, em vez de tentar seguir isolado para a baliza. O Porto passou a ter muito mais bola no pé, o Sporting pareceu acusar o esforço da primeira parte - as bolas divididas que na primeira parte eram todas nossas, passaram a ser conquistadas quase todas pelo Porto na segunda parte - e o Porto foi a equipa mais perigosa. O Sporting acabou por ter também uma grande oportunidade através de uma bomba a 116 kms/h de Capel que embateu violentamente na barra. 

O jogo terminaria com uma oportunidade flagrante de Tello (que parte em posição de fora-de-jogo) que lhes poderia ter dado a vitória, mas a verdade é que o Sporting foi de tal forma superior na primeira parte que uma derrota seria um castigo completamente imerecido.


Positivo

Primeira parte de luxo - foram impressionantes os primeiros 45 minutos do Sporting. Uma demonstração de personalidade, raça e vontade de vencer que encostou o adversário às cordas, tal era o sufoco da pressão alta que impedia que o Porto saísse a jogar, tendo sido inúmeras as recuperações de bola no meio-campo adversário - o golo de Nani surge a partir da interceção de um passe de Rúben Neves. Enormes as exibições de Carrillo, Nani, Slimani, João Mário, Adrien, e até já se viu algo parecido com o William do ano passado.

Aquela jogada de Carrillo - um momento sublime do nº 18 que merecia melhor finalização de Nani. Diz-se que Casemiro, Rúben Neves e Danilo ainda estão a esta hora à procura do peruano. Mas não foi só essa jogada. Carrilo fez uma primeira parte tremenda: a assistência para golo é dele, e ainda foi o autor do cruzamento teleguiado para o cabeceamento de João Mário - que devia ter acabado nas redes de Fabiano. Para além disso foi incansável no apoio à defesa e na pressão sobre os adversários. Foi substituído por Capel numa altura em que já estava esgotado.

As promessas de Jonathan - não consigo imaginar melhor estreia em Alvalade do que marcar um golo ao fim de 80 segundos num clássico. Só por isso, merece destaque. Mas a verdade é que parece ser um jogador realmente muito interessante. Uma carraça a defender, sempre em cima do adversário direto, rápido a reagir, e nunca virando a cara à batalha. A atacar parece gostar de pisar terrenos mais centrais, arrastando o lateral e abrindo uma avenida para o extremo aproveitar se não estiver devidamente acompanhado. Secou Quaresma e só passou por dificuldades perante algumas investidas de Tello, mais por falta de apoio do que por culpa própria. Não foi tão efetivo a cruzar quanto Jefferson, mas aquilo que promete oferecer encaixa-se que nem uma luva no dinamismo ofensivo que Marco Silva está a implementar.

Uma muralha chamada Rui Patrício - teve menos trabalho do que inicialmente seria previsível, mas respondeu de forma fabulosa nos lances em que teve que intervir. Primeiro ao tapar o caminho da baliza a um Jackson completamente isolado, e depois num voo épico que tirou o golo a um fantástico remate de Herrera. Está numa forma soberba o nosso capitão, e voltou a valer pontos.


Negativo

A inconsistência de Sarr - não há dúvida que a partida tinha um nível de dificuldade elevado, e na maior parte das vezes que foi chamado a intervir Sarr esteve bem, mas foram demasiadas as situações em que  o francês cometeu erros e hesitações que me deixaram extremamente intranquilo. Desde alguns passes que foram parar aos pés dos adversários, uma charutada em plena área totalmente na vertical que fez com que a bola fosse cair apenas uns metros ao lado, a forma como se deixou antecipar na área por Herrera - o mexicano estava no chão e foi mais rápido a levantar-se e a seguir com a bola perante a apatia do francês e, claro, o auto-golo marcado da quina da pequena área. Naquela zona do terreno a fiabilidade é uma característica fundamental, e Sarr parece demasiado propenso a cometer erros que não contribuem em nada para a tranquilidade à equipa e das bancadas.

Outra vez anjinhos - quando Casemiro se lesiona, Reyes começa de imediato a aquecer. A equipa médica do Porto entra em campo, e apercebem-se da gravidade da situação. A maca vem, mas Casemiro levanta-se e diz que vai sair pelo próprio pé. A maca abandona o relvado sem passageiro, e quando atravessa a linha lateral Casemiro atira-se novamente para o chão. Mais um bilhete, mais uma viagem, e lá volta a maca para dentro de campo. Casemiro é colocado cuidadosamente na liteira, sai de campo, e Reyes já está pronto para entrar. Uma encenação bem montada que permitiu ao Porto não jogar nem um segundo em inferioridade numérica. Uns minutos depois Maurício leva um golpe na cabeça. A equipa médica entra, avalia, e todos (médicos e jogador) abandonam o campo em passo de corrida para fazer o tratamento. Resultado: vários minutos fora de campo. Os casos de Casemiro e Maurício eram diferentes, mas havia forma de fazer parte do tratamento dentro do relvado. Manhas que podem fazer a diferença em embates como o de ontem.

A choraminguice de Lopetegui - o carácter das pessoas vê-se sobretudo nos momentos difíceis. Estar a queixar-se consecutivamente da arbitragem quando apenas tem razões de queixa num dos jogos é uma forma de disfarçar a cada vez mais que evidente falta de competência para gerir um plantel extremamente rico. Maurício não faz penálti - é um caso claro de bola na mão, num remate de calcanhar à queima, em que o central estava a um metro de Jackson e com o braço na vertical junto ao corpo. Se Lopetegui quer criticar a arbitragem, então que comente a pisadela e varridela por trás que Quaresma fez a Nani sem qualquer intenção de jogar a bola. E deixar Oliver e Tello no banco num jogo desta dimensão não é rotatividade do plantel - é pura idiotice. Lopatético.



Os sinais que o Sporting de Marco Silva está a dar são muito positivos, e deixam-me com grande confiança no futuro. Há muitos anos que não via a nossa equipa a jogar com tanta qualidade, e estamos ainda no princípio da época. Há jogadores que ainda estão num processo de integração que me leva a acreditar que ainda existe uma grande margem de progressão para esta equipa. Nani veio para somar, está a colocar o seu enorme talento ao serviço da equipa, Carrillo finalmente confirma tudo aquilo que prometia, e William parece estar a regressar ao nível da época passada. Três esteios que a jogar no seu melhor nos poderão transportar para um nível ainda superior.

Segue-se agora o Chelsea, num jogo em que a única responsabilidade que temos é deixar tudo em campo. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Tremenda frustração

                                                                                                                                      
Winston Churchill disse um dia que um indivíduo pessimista é aquele que vê dificuldades em todas as oportunidades, e que um otimista é aquele que vê oportunidades em todas as dificuldades. Considero-me uma pessoa otimista, mas confesso que neste momento só consigo ver uma única oportunidade no desastre que ocorreu hoje na Eslovénia. E que oportunidade é essa que consegues ver nesta tragédia, perguntam vocês? Já lá vamos.

Num jogo em que o Sporting foi uma equipa personalizada e dominadora, que inclinou o campo a seu favor através de uma pressão alta sufocante, recuperando inúmeras bolas a meio campo, e empurrando o adversário para a sua área, foi capaz de causar desequilíbrios com alguma facilidade e que se traduziram em mais uma resma de situações de golo que os nosso homens na frente parecem fazer questão em desperdiçar. Foi por isso tremendamente injusta aquela traição dos nossos centrais que, num hara-kiri a dois tempos, entregaram ao puto Zahovic um golo de bandeja ao cair do pano que nos roubou uma vitória que seria um importante reforço moral para os desafios que se seguem.

Com exceção de um período de dez minutos após a meia-hora da primeira parte, a superioridade do Sporting foi tão evidente e completa, que parecia impossível que saíssemos de Maribor sem os três pontos e o cheque de 7 dígitos que tanta falta nos faz. Quando aos 80 minutos Nani puxou dos galões e da perna esquerda para finalmente enfiar a bola na baliza, já nos devíamos a nós próprios uma mão cheia de golos. Até ao final ainda tivemos mais duas ocasiões de golo que podiam ter arrumado definitivamente com a partida mas que, mais uma vez, desperdiçámos. E depois aconteceu aquilo já nos descontos...

Foto: ojogo.pt


Positivo

Exibição personalizada, muito intensa, e com poucas intermitências - foi no geral um excelente jogo do Sporting. A equipa foi extremamente eficaz a não deixar jogar o Maribor. Pressão alta e constante, que terminava quase invariavelmente com a recuperação de bola, muitas vezes ainda no meio campo adversário. No ataque, muito boa circulação de bola, mesmo não estando alguns jogadores ao seu melhor nível, que deram origem a inúmeras ocasiões de golo.

Follow the leader - mais uma vez Nani jogou e fez jogar, puxou pela equipa, pegou no jogo quando tinha que pegar, e marcou um excelente golo que já pecava por escasso. Por vezes pára a bola parecendo indeciso por onde seguir, mas está de olho em todas as movimentações dos companheiros e a bola lá vai parar para os pés de quem está melhor colocado para dar sequência ao lance. Ao fim de quatro jogos já é uma referência incontornável da equipa, e à medida que vai conhecendo melhor os companheiros e os companheiros o vão conhecendo melhor a ele, essa capacidade de marcar a diferença irá aumentar. Temos que estar felizes por podermos contar com um jogador desta classe.

O tanque Slimani - não teve muitas ocasiões de golo, e as que teve levaram perigo para a baliza. Mas foi incansável nas suas ações, desgastou ao limite os centrais adversários e acabou por ativamente ajudar na construção de vários lances de perigo. Não marcou, mas fez um excelente jogo.

Seja bem-vindo, João Mário! - estreou-se em jogos oficiais de forma muito positiva, mostrando-se bastante confortável a pisar terrenos adiantados e a manobrar em espaços apertados. Foi lançado ao intervalo para substituir o apagado André Martins, e poderá ter conquistado a titularidade em Barcelos com aquilo que produziu na segunda parte.


Negativo

Killer instinct procura-se - à semelhança do que já tinha acontecido com o Belenenses (e o Benfica, e o Arouca, e a Académica) voltámos a desperdiçar infantilmente uma série de ocasiões de golo que nos teriam hoje assegurado uma vitória mais que confortável. É verdade que nenhuma dessas ocasiões foi de baliza aberta, mas não é possível que se continue a falhar tanto. 

A sombra de William - o nº 14 teve hoje algumas intervenções que fizeram lembrar o William da época passada, mas continua muito incerto no passe e lento a recuperar quando o adversário recupera a bola. Algumas das oportunidades do Maribor surgiram devido ao facto de os seus jogadores terem conseguido receber a bola com demasiada facilidade numa área do terreno que William deveria controlar.

Contribuição ofensiva dos laterais - Jefferson esteve o oposto do que é normal - muito bem a defender mas inofensivo a atacar, insistindo demasiado em sprints que eram facilmente anulados pelos adversários. Cédric começou bem o jogo, mas o entendimento com Carrillo pareceu muito perro em relação ao que é normal. Foi-se apagando ao longo do tempo e ainda teve tempo para uma perda de bola infantil que levou perigo à nossa baliza.

Maurício e Sarr - pior Maurício, que já tinha ameaçado uns minutos antes ao falhar uma interceção na área que podia ter dado o golo do empate ao Maribor. Mas a paragem cerebral sincronizada que tiveram simplesmente não é admissível em alta competição. Se se tratasse um caso isolado, não seria um problema - mas infelizmente este tipo de falhas têm sido demasiado frequentes.


E, voltando à única oportunidade que vejo nesta tremenda desilusão, é que Marco Silva não poderá fechar os olhos ao estado psicológico de Maurício e às falhas de concentração de Sarr. O treinador tem que mexer no centro da defesa, caso contrário os dois centrais serão uma bomba relógio a la Artur enquanto não estabilizarem a cabeça. Estando Rabia lesionado, suponho que seja de lançar Paulo Oliveira e/ou Tobias Figueiredo já no jogo com o Gil Vicente. Vêm aí o Porto e o Chelsea, e será incompreensível se não se começar já a trabalhar uma solução alternativa à atual - e que nos poderá trazer alguns proveitos ao fim de algum tempo.

Fora isso, fora esta frustação de ver uma vitória imensamente merecida a escapar-se por entre os dedos mesmo no final, fica a (para já escassa) satisfação de ver a equipa a praticar mais uma vez bom futebol, o que nos traz boas perspetivas para o futuro. Quando a finalização entrar nos eixos e a defesa estabilizar, claro.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Balanço de 2013/14: Guarda-redes e defesas



Rui Patrício (***)

Foi mais uma vez ano de São Patrício. Mais uma época de grande nível, tendo sido decisivo em vários jogos. O erro que cometeu na Luz para a Taça foi o único momento negativo de uma excelente temporada. 

Marcelo Boeck (*)

No início da época tudo apontava para a saída de Rui Patrício, e Marcelo contaria certamente com a titularidade. Ter passado o ano no banco deve ter sido uma desilusão, mas a verdade é que continuou igual a si próprio: um grande 12º jogador enquanto está no banco. Nas poucas vezes em que foi chamado à titularidade, esteve muito bem - nomeadamente no jogo com o Marítimo para a Taça da Liga.

Cédric (***)

Grande evolução. Pulmão inesgotável, velocidade, capacidade de drible, muito bom a cruzar com os dois pés, e este ano passou a ser muito consistente a defender. Um dos melhores do ano. Merecia estar no mundial.

Jefferson (**)

Excelente primeira metade de época. Desequilibrador no ataque, não tão forte a defender, muito bem na marcação de cantos. Perdeu fulgor ao longo da segunda metade da época. Precisa de um jogador no plantel que lute com ele pela titularidade.

Piris (*)

Esteve quase sempre bem nas poucas oportunidades que teve. Fez jogos de qualidade nos dois flancos, o que o tornou numa peça importante num plantel pouco profundo. Não fosse a sua cláusula de compra tão elevada e seria uma boa opção para continuar connosco na próxima época.

Welder (-)

Bom espírito de grupo a avaliar pelos instagrams dos jogadores. De resto foi uma aposta completamente falhada, como os 0 minutos de utilização atestam.

Rojo (***)

Se houvesse um prémio de Most Improved Player, seria de caras para Rojo. No ano passado era um jogador demasiado impetuoso e agressivo, com falhas graves de posicionamento, com uma taxa de passes longos ridiculamente baixa e perdia muitas bolas quando avançava em posse. Este ano transfigurou-se. Um jogador impressionante. Intransponível no um contra um, imperial no jogo aéreo ofensivo e defensivo, muito concentrado. Na minha opinião o jogador mais underrated do campeonato. Uma época extraordinária. Seria muito bom que ficasse mais um ano.

Maurício (***)

Uma enorme surpresa pela positiva, atendendo ao facto de ter sido contratado a um clube da segunda divisão brasileira. Um guerreiro em campo, foi também um dos principais responsáveis pelo acerto defensivo da equipa.

Dier (*)

Teve várias oportunidades ao longo da época para jogar. Começou mal, parecendo muito nervoso nos primeiros jogos em que foi utilizado. No entanto, ao longo da época foi voltando a ser o jogador que conhecemos. Teve uma prova de fogo contra o Porto que foi inteiramente ganha, ficando na retina o golo que tirou dos pés de Jackson com um golpe de rins incrível. Atribuo-lhe * e não ** porque infelizmente não foi o ano de afirmação de um dos jogadores de maior potencial que temos no plantel. Apesar de ter gostado muito da época de Maurício, preferiria ver Dier a ser utilizado de forma mais regular.

Rúben Semedo (*)

Deu nas vistas contra a Fiorentina, mas acabou por não ser utilizado. Os casos em que esteve envolvido são, na minha opinião, menos graves do que se quis fazer passar. Há que ter paciência e apoiá-lo, pois tem imenso potencial.

domingo, 4 de maio de 2014

A crónica do Nacional - Sporting, por Q.

                                                                                                                       
Este é um dia muito especial para este blogue. Ao contrário do que é habitual, o post sobre o jogo entre o Sporting e o Nacional não foi escrito por mim, mas por um ilustre jornalista da nossa praça que aceitou interromper o primeiro dia de descanso após um período prolongadíssimo de trabalho ininterrupto, carregado de emoções fortes.

O jornalista, que por acaso até é diretor de um conhecido jornal desportivo, pediu-me para não revelar a sua identidade (devido ao contrato de exclusividade que tem com o grupo económico para quem trabalha), pelo que vou referir-me a ele por Q.. 

É com grande orgulho que deixo de seguida a crónica do Nacional - Sporting, escrita por Q. em rigoroso exclusivo para este blogue.


O Nacional - Sporting ficará na história do futebol português pelos piores motivos. Mais uma vez, a verdade desportiva foi colocada em causa quando o Nacional decidiu realizar este jogo na Choupana. Com esta atitude lamentável de Rui Alves, foi permitido que o adversário pudesse ter milhares de adeptos a apoiá-los. Não se compreende como o Nacional não tenha mudado o jogo para o campo do Camacha, onde caberiam apenas os sócios da equipa da casa. No fundo, deixou que os interesses económicos se sobrepusessem aos desportivos, o que é um atentado à verdade desportiva que não pode passar impune, e que se tem repetido vezes sem conta esta época nos jogos em que o Sporting tem jogado fora de casa.

Apesar do ritmo lento, próprio de equipas que já não têm nada para lutar, foi um jogo com várias ocasiões de golo, quase todas protagonizadas pelo Nacional, que tem o 2º ataque mais perigoso da liga (não é por acaso que a equipa de Manuel Machado foi das poucas que conseguiu marcar 2 golos à melhor dupla de centrais da Europa -- Luisão e Garay).

O Sporting jogou com pouca intensidade, tendo sido poucos os jogadores que tentaram lutar contra a avalanche ofensiva da equipa da casa. Cédric foi provavelmente o jogador mais inconformado, talvez para tentar chamar a atenção de Paulo Bento, na vã esperança de conseguir o lugar nos convocados para o mundial que pertence por direito a André Almeida.

Foi no entanto contra a corrente do jogo que o Sporting acabou por inaugurar o marcador, com um auto-golo de Nuno Campos, que se estreou a titular neste jogo. O jovem jogador não deve ficar desmotivado pelo erro que cometeu. Comparando com uma outra situação célebre, ficou a milhas do enorme frango que Rui Patrício sofreu no golo de Luisão para a Taça de Portugal, que acabaria por eliminar o seu clube num dos mais espetaculares jogos deste século (em que o melhor Sporting do ano conseguiu dar alguma luta a um Benfica que teve sempre o jogo controlado, com uma excelente arbitragem de Duarte Gomes).

Na primeira parte, é de destacar a enorme exibição de Candeias, certamente motivadíssimo pela transferência para o único clube de dimensão verdadeiramente internacional em Portugal, procurando mostrar desde já ao futuro treinador que talvez tenha talento para fazer parte do plantel do próximo ano.

Na segunda parte, o Sporting continuou a jogar num ritmo morno, e o Nacional conseguiria chegar ao empate num golo em que Rui Patrício tem claras responsabilidades, ao não conseguir impedir com a cara o remate à queima-roupa de Diego Barcellos. Se tivesse a escola eslovena, o guarda-redes do Sporting saberia que tinha que colocar a testa na trajetória da bola para afastá-la para longe da baliza, em vez de marcar mais um auto-golo tão típico nele.

A partir desse momento o Sporting procurou aumentar a intensidade de jogo, mas raras vezes chegou com perigo à área adversária. De destacar um lance de Capel, em que o espanhol, não dispondo daquela magia argentina / sérvia que caracteriza os melhores extremos do mundo, preferiu atirar-se para o chão ao sentir os braços de um defesa adversário nas costas. Esteve bem o árbitro Rui Costa em amarelar o jogador do Sporting.

Empate injusto, pois o Nacional foi a única equipa em campo que demonstrou categoria para vencer a partida. De qualquer forma foi um mau jogo que acabou por ser uma perda de tempo para todos aqueles que aguardam ansiosamente o dia de amanhã para voltar a ver futebol que valha a pena.


Como esta crónica de Q. não espelha exatamente aquilo que penso do jogo, deixo também a minha opinião.

O Sporting pareceu entrar em campo já com a cabeça nas férias. A partida até foi relativamente interessante de seguir por terem existido várias oportunidades de perigo distribuídas pelas duas equipas, mas pareceu faltar alguma agressividade (para não dizer empenho) na forma como vários jogadores encararam o jogo. Destaco pela positiva Rui Patrício, Cédric, Maurício, Dier, André Martins, e Capel. Não gostei do jogo de Carrillo, William (cometeu vários erros que não lhe são habituais), Gerson Magrão (não compreendo a insistência de Leonardo Jardim em apostar nele), e Slimani (muito perdulário).

As substituições foram tardias: há muito que se tinha percebido que havia jogadores que não estavam a acrescentar nada em campo. Foi pena, porque tivemos o jogo na mão e poderíamos ter garantido uma vantagem maior caso a equipa tivesse colocado um pouco mais de atitude competitiva em campo.

Mais uma vez ficou um penálti por assinalar, que nos poderia ter dado a vitória. É verdade que, olhando para o que as duas equipas fizeram, o empate é o resultado que mais se aceita. Mas infelizmente o Sporting voltou a ser penalizado pelas arbitragens num jogo em que demonstrou menos inspiração. É verdade que o campeonato está decidido, o jogo já não aquece nem arrefece para as contas finais, mas são mais dois pontos que se acumulam a outros tantos que não deveríamos ter perdido se as arbitragens não tivessem influência no resultado final.

domingo, 6 de abril de 2014

Vitória tranquila com acabamentos de requinte

O Sporting conseguiu ontem em Paços de Ferreira uma vitória justa que foi, seguramente, a mais tranquila dos últimos meses para o campeonato.

A equipa fez por isso: entrou forte, e chegou ao golo com naturalidade. Já tinha ameaçado por Slimani e Mané, até que marcou na sequência de uma grande jogada que William Carvalho iniciou e concluiu com grande frieza, embelezada por um adorno de calcanhar de Slimani. Sérgio Oliveira também teve o seu papel no lance do golo: quando viu William soltar a bola em Slimani, alheou-se completamente da marcação que estava a fazer e permitiu ao médio sportinguista progredir para a área e voltar a receber a bola sem qualquer oposição.



O Paços tentou reagir e teve três boas oportunidades, mostrando um Bebé de remate fácil que fez questão em pôr à prova Rui Patrício. De facto Bebé parece merecer uma equipa de outro nível, que ajude definitivamente a libertá-lo do estigma de flop que lhe ficou colado após a transferência milionária para Manchester.

Pouco depois da meia-hora de jogo, Adrien bateu um canto da esquerda que encontrou Rojo completamente solto, que apenas teve que parar a bola e rematá-la para o fundo das redes. Pareciam estar lançadas as bases para um jogo tranquilo, como há muito o Sporting não tinha.

No resto da primeira parte e no princípio da segunda o Paços assumiu a iniciativa de jogo, mas a verdade é que não existiram situações de perigo. No entanto, a equipa da casa conseguiria reduzir para 1-2 através de um remate de ângulo apertado de Bebé, com algumas responsabilidades para Rui Patrício. No entanto, em abono do guarda-redes, é necessário dizer que o remate foi súbito, forte e existia um outro jogador do Paços que surgia ao primeiro poste e poderia fazer o desvio, pelo que se existem atenuantes para a reação tardia de Patrício.

Soube reagir bem o Sporting, que voltaria a repôr, doze minutos depois, uma vantagem tranquila no marcador, numa excelente jogada de contra-ataque iniciada com uma recuperação de bola de André Martins. O médio soltaria na esquerda para Slimani que esperou pela aproximação de Adrien para lhe pôr a bola mesmo a jeito para um remate de belo efeito. Cinco minutos depois o Paços ficaria reduzido a 10 por um 2º amarelo a Filipe Anunciação, terminando com as esperanças do Paços em conseguir conquistar pelo menos um ponto.

Foi no geral uma exibição bem conseguida, com muitos jogadores em bom nível. Destaque para o meio-campo, em que William, Adrien e André Martins estiveram muito bem, e para Slimani pelo imenso trabalho que dá aos defesas adversários e pelas duas assistências para golo. Maurício e Rojo voltaram a estar muito bem, especialmente o brasileiro, e Cédric esteve também muito bem defensivamente. Mané estava a fazer um bom jogo até ao momento em que se lesionou.

Desde a 13ª jornada, quando que o Sporting derrotou o Belenenses por 3-0, a equipa conseguiu apenas uma vitória por mais que um golo de diferença -- 3-1 ao Marítimo, em que o golo da tranquilidade surgiu apenas a quatro minutos do fim. A enorme sequência de vitórias à tangente vem, na prática, corroborar o que Leonardo Jardim disse no final do jogo: no princípio da época os adversários não respeitavam o Sporting como agora respeitam. Felizmente o Sporting soube adaptar-se às novas circunstâncias com distinção: já lá vão sete vitórias nos últimos oito jogos (com um interregno em Setúbal) e conseguiu assegurar o objetivo inicial da época a quatro jornadas do fim. O que vier agora será por acréscimo.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Como proceder em relação a Maurício?

in abola.pt

Não é aceitável que um jogador profissional se envolva em episódios destes com uma época a decorrer. Independentemente de no dia seguinte o jogador estar de folga ou não, trata-se de um comportamento irresponsável que compromete o trabalho que a equipa técnica e o próprio jogador realizam diariamente de forma a atingir o maior rendimento possível em cada jogo.

Nem é tanto pela taxa de álcool no sangue. Basta beber um ou dois copos com a barriga mais vazia e chegamos a esse nível. O que me incomoda mais é que Maurício não tenha pensado que uma noitada realizada a 300 quilómetros de Lisboa é algo de inaceitável num jogador profissional.

É inevitável que se recupere o caso de Rúben Semedo, que perante uma infração da mesma natureza (apanhado de madrugada pela polícia) foi afastado da equipa principal. No entanto, tratam-se de casos que não são de todo comparáveis no que diz respeito à gravidade dos atos cometidos.

Maurício foi apanhado com uma taxa de álcool no sangue que é punível com uma coima. Rúben Semedo foi apanhado a conduzir sem carta, que constitui um crime cuja pena poderia ir até aos dois anos de prisão. No limite, poderia acabar com a carreira do jogador.

Parece-me, portanto, que estamos a falar de coisas completamente diferentes. Existe um regulamento interno que define a conduta que os jogadores que pertencem aos quadros do clube. O que espero é que as punições previstas nesse regulamento interno sejam executadas. Se estiver definido que o jogador deva ser afastado temporariamente da equipa principal, que assim seja, mesmo considerando que Rojo não poderá jogar contra o Rio Ave.

Podem dizer que estaremos a dar um tiro no pé, e que assim o clube está a ser penalizado duplamente. Pode ser verdade, mas creio que serão maiores os danos se os responsáveis do Sporting condescenderem com uma atitude repreensível de um jogador.

Bruno de Carvalho tem tido uma postura inflexível em situações em que os interesses do clube estão a ser lesados, como aconteceu com Bruma, Labyad, Bojinov ou Elias, só para dar alguns casos. Essa persistência pode, a curto prazo, dificultar a vida ao próprio clube, mas a médio / longo prazo contribuirá para que esse tipo de casos deixem de acontecer, por serem conhecidas as consequências a que estarão sujeitos. Na minha opinião, essa postura da direção deve manter-se, por muito que possa custar ao clube no imediato.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Aguenta os cavalos! #2: Maurício

Maurício, todos sabemos que não estiveste cá no ano passado a testemunhar a desgraça que foi o futebol do Sporting e a diferença abismal para quem andou a lutar pelo título. E também é indiscutível que o Sporting está muito melhor do que no ano passado. Mas daí a começares a dizer coisas destas...


Keep calm and carry on!