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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Balanço de 2016/17: Avançados





Bas Dost: *** 


Quando soube que o Sporting estava interessado em Bas Dost, não tive quaisquer dúvidas de que iria ser uma mais-valia para o ataque da equipa. No entanto, nunca pensei que o holandês tivesse um impacto tão grande e tão imediato numa equipa que estava habituada a jogar para Slimani, um ponta-de-lança de características muito diferentes. Dost entrou na equipa e começou de imediato a marcar, revelando uma capacidade de finalização mortífera: a cada duas oportunidades, marca uma. Mas a importância de Dost não se limita aos golos que marca. Se no início parecia um corpo estranho nos momentos em que a bola estava longe da baliza adversária, aos poucos e poucos foi-se tornando um jogador muito útil noutros aspetos do jogo: duelos aéreos para disputa da primeira bola após pontapés de baliza, distribuição de jogo ao primeiro toque muito eficaz pelo chão, e até a defender - no último terço de época passou a ser muito mais frequente vê-lo a perseguir adversários com bola. Até do ponto de vista físico surpreendeu, pois no Wolfsburg era frequentemente substituído por volta dos 60, 70 minutos. Dost vinha com a complicadíssima missão de substituir Slimani - um dos jogadores mais queridos dos adeptos nos últimos anos - e o melhor que se pode dizer é que não tardou muito para nos deixar com a certeza de que não ficámos a perder com a troca. Pelo contrário.



André: *


O melhor que se pode dizer da época de André é que não se confirmou a fama de mau profissional com que vinha do Brasil. Em termos de esforço e aplicação, não há nada a apontar. O problema foi o resto, o rendimento propriamente dito, nomeadamente no momento da finalização. O brasileiro tem toque de bola - no seu jogo de estreia, contra o Moreirense, numa das primeiras vezes que teve o esférico nos pés fez um passe fenomenal a deixar Markovic na cara do guarda-redes -, mas foi um desastre constante no momento de meter a bola na baliza, proporcionando-nos frequentes momentos de desespero e enormes amargos de boca. Do mal o menos, deu para recuperar o investimento feito.



Luc Castaignos: *

Chegou no fecho do mercado e rapidamente se percebeu que iria ser a 2ª alternativa a Dost, atrás de André, tardando a ter oportunidade para jogar. Estreou-se apenas no final de outubro e teve uma utilização relativamente regular em novembro e dezembro, mas nunca conseguiu justificar as apostas dadas por Jesus. Zero golos marcados, pouco futebol demonstrado, não tem qualquer espaço para permanecer na próxima época. Veremos até que ponto se conseguirá recuperar os 2,5 milhões que se investiu em 80% do passe.



Alan Ruiz: *

Tendo sido uma das primeiras contratações da época, Alan Ruiz não poderia ter começado de pior forma: chegou à pré-época numa forma física deplorável. Ainda assim, foi dos poucos jogadores que demonstrou alguma qualidade nos primeiros jogos amigáveis e acabou por ser aposta consistente de Jorge Jesus nos dois meses iniciais de competição oficial, jogando como segundo avançado, muito encostado ao ponta-de-lança. Esse adiantamento no terreno não o favoreceu, como ficou bem demonstrado pelas paupérrimas exibições, e acabou por perder a titularidade. Regressou ao onze no início da 2ª volta, e aí já conseguiu mostrar algumas das qualidades que terão levado Jorge Jesus a recomendar a sua contratação: um remate fácil e potente, boa visão de jogo e muita técnica. O problema é o resto: fraca apetência para ajudar a equipa defensivamente e pouca intensidade quando a pressão adversária é grande. Olhando para o panorama geral - expectativas perante o investimento feito, a má forma física com que chegou, a incapacidade de aproveitar as oportunidades na 1ª volta, e um jogador influente em parte da 2ª volta - o balanço não pode ser positivo. Se conseguir corrigir um pouco os problemas referidos, poderá ser, efetivamente, um jogador muito útil na próxima época. 



Daniel Podence: **

Deu nas vistas na pré-época, mas acabou por ser emprestado por estar tapado pelas muitas contratações feitas no defeso. Podence esteve em excelente plano no Moreirense, e acabou por ser chamado de volta no final de janeiro. Jogador muito trabalhador, raçudo e intenso, aproveitou muito bem as oportunidades dadas por Jesus, quer como segundo avançado, quer como extremo esquerdo. Tem lugar garantido no plantel da próxima época. 



Gelson Martins: ***     
2015/16: ** 

Apesar de ter sido utilizado de forma consistente na época passada, acabou por ser a grande revelação de 2016/17. O impacto que teve na equipa foi tremendo. Desequilibrador nato, impressiona a facilidade com que consegue criar espaços. Mesmo não sendo forte no momento da decisão, foi o jogador com mais assistências do campeonato - imagine-se aquilo de que será capaz se conseguir ter mais frieza no momento de fazer o último passe. Apesar da sua importância na manobra ofensiva da equipa, nunca deixa de ajudar o seu lateral. Grande, grande época.


Matheus Pereira: -     
2015/16: *

Completamente esquecido nos primeiros seis meses da época, foi utilizado apenas contra o Praiense (como titular) e contra o Arouca, para a Taça da Liga (como suplente). No final de janeiro, entrou aos 89' contra o Paços de Ferreira e, na jornada seguinte, foi titular... no Dragão. O jogo não lhe correu bem - estranho seria se corresse - e voltou a desaparecer das opções de Jesus mais um mês. Depois foi titular contra o Tondela - onde jogou muito bem - e contra o Nacional. Voltou a sair da equipa, para regressar nas três jornadas finais. É impossível que um jogador jovem possa responder bem perante uma utilização tão irregular e errática. Sendo um dos jogadores com maior potencial da nossa formação, não merecia a gestão que Jesus fez da sua utilização. 



Joel Campbell: *


Foi, para mim, uma das desilusões da época, mas não tenho a certeza que a responsabilidade seja apenas de Campbell. Sendo um jogador sempre pronto a procurar a desmarcação e com boa capacidade de finalização, parecia talhado para a função de segundo avançado. No entanto, Jesus decidiu colocá-lo quase sempre encostado à esquerda, onde acabaram por sobressair, sobretudo, os seus defeitos. Depois de todos os objetivos perdidos, saiu das opções da equipa por uma questão de gestão (lógica) de plantel: não fazia sentido apostar-se num jogador emprestado cuja saída era um dado adquirido.



Lazar Markovic: *


Um erro de casting. Era, à partida, uma contratação de risco: jogador talhado sobretudo para jogar em contra-ataque, e que pouca ou nenhuma utilização teve desde que abandonou Portugal - devido, sobretudo, a lesões sucessivas. Rapidamente passou a ser um dos alvos das bancadas por causa da sua insistência em jogar sozinho e pela ausência de trabalho defensivo - entrando-se aí num círculo vicioso de pressão externa e interna que levou a que o jogador caísse cada vez mais de rendimento. Foi, sem surpresa, enviado de volta para Inglaterra na janela de transferências de janeiro.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Noite de Taça e de Chuta-chuta-passa-passa-fura-fura

Como se esperava, Jorge Jesus fez bastantes mexidas para a partida de ontem, colocando um onze formado maioritariamente por jogadores pouco utilizados: Beto, Esgaio, Paulo Oliveira, Douglas e Matheus ainda não têm qualquer minuto para o campeonato, enquanto que Castaignos, Jefferson, Elias, André e Alan Ruiz têm sido opções irregulares. Dos onze que iniciaram a partida contra o Praiense, apenas Adrien e Bruno César são titulares habituais. Confirmando o fatalismo que ultimamente tem atingido a equipa, o jogo não podia ter começado de pior forma: o Praiense adiantou-se no marcador logo aos 2'. No entanto, a equipa soube reagir da melhor forma, encarando o adversário de forma séria, arrancando para uma exibição bastante agradável e conseguindo uma vitória confortável.

Foto: Global Imagens / Gustavo Bom



A atitude demonstrada - contra o Famalicão, o Sporting marcou cedo e registou, depois disso, oitenta minutos sofríveis, sendo notória a falta de empenho de grande parte dos jogadores em campo. Contra o Praiense, foi precisamente o inverso. A equipa viu-se a perder aos 2', e reagiu da melhor forma: impôs um ritmo elevado durante praticamente durante todo o tempo, chegando com facilidade à área adversária e criando bastantes oportunidades de golo. A bola teimou em não entrar, mas era visível que seria apenas uma questão de tempo - quanto mais não fosse, por ser pouco provável que o Praiense aguentasse o ritmo durante os 90 minutos. Nem todos os jogadores do Sporting tiveram exibições felizes, mas não se acusar ninguém de falta de atitude. E quando assim é, as vitórias ficam mais próximas - seja contra adversários do CNS, seja contra adversários da I Liga.

Chuta-chuta-passa-passa-fura-fura - que grande jogo de Bruno César. Foi, durante quase toda a partida, o jogador mais esclarecido e que mais perigo criou. Marcou um golo numa bela combinação com Adrien, sofreu o penálti que Adrien converteu, fez duas assistências (tiradas a papel químico) para os golos de André, e ainda fez um remate ao poste naquele que poderia ter sido o golo da noite. Começa a ser um jogador imprescindível neste Sporting, pela qualidade que consegue dar à equipa nas mais diversas posições.

Oportunidade aproveitada - em apenas 12 minutos, André marcou dois golos muito parecidos, com belas finalizações de primeira (já o golo contra o Estoril também foi marcado de primeira). Esta apetência para marcar golos sem grande preparação aconselha a sua utilização como primeiro ponta-de-lança, coisa que nem sempre tem sido possível. Paulo Oliveira e Douglas não tiveram muito trabalho na defesa, mas estiveram bem sempre que chamados a intervir. Acabaram por ser mais úteis nas bolas paradas: Paulo Oliveira marcou o golo do empate, e Douglas conseguiu várias antecipações na área, tendo, inclusivamente, sofrido um penálti não assinalado. Elias jogou a 6 e teve uma exibição competente.

O Praiense - pode não ter havido Taça, no sentido em que o resultado não acabou numa vitória da equipa teoricamente mais fraca, mas houve Taça, no sentido em que uma equipa com recursos muito modestos aproveitou, da melhor forma, a oportunidade para mostrar a sua capacidade. Marcou cedo, tentou defender o resultado enquanto não estava em desvantagem, mas, quando se viu a perder, teve a personalidade de subir as linhas e tentar (dentro daquilo que as pernas ainda permitiam), efetivamente, jogar futebol. Relembro, por exemplo, o que aconteceu na última partida disputada em Alvalade: o Arouca meteu o autocarro com 0-0, e manteve o autocarro a perder por 1-0, 2-0 e 3-0, praticando anti-jogo permanente e risco zero. Parabéns ao Praiense e a Agatão, espero que continuem a ter sucesso no CNS.



A utilização de Matheus, Esgaio e Meli - os dois primeiros foram titulares e cumpriram sem deslumbrar. O argentino estreou-se em jogos oficiais, entrando a poucos minutos no fim, numa altura em que o jogo estava resolvido.



Cada tiro, cada melro - ainda na manhã de ontem coloquei aqui um texto sobre a elevada percentagem de golos sofridos em relação ao número de remates enquadrados que consentimos. Ontem, primeiro remate do Praiense, golo. Foi, aliás, o único remate enquadrado de todo o jogo. Podia ter sido evitado, se Jefferson não tivesse facilitado, ou se Beto tivesse mais 10 centímetros ou estivesse um pouco melhor colocado - apesar de terem a atenuante de não ser expectável que Filipe Andrade rematasse logo dali. Mais um golo a reforçar uma estatística pouco abonatória para a equipa.

Oportunidade não aproveitada - Alan Ruiz teve alguns bons pormenores - com destaque para o forte remate de fora da área ao poste - e mostrou-se combativo, mas continua, na minha opinião, a não ter características para ser um segundo avançado - para além de Castaignos, foi mais frequente ver Matheus, Adrien e Bruno César na área do que o argentino, que prefere, claramente, pisar terrenos mais recuados; poderá, no entanto, ser muito útil quando encontrar a sua posição em campo no atual sistema de jogo do Sporting; Jefferson fez a assistência para o golo de Paulo Oliveira, mas nem contra uma equipa do CNS consegue dar segurança defensiva; Castaignos trabalhou bastante na frente, mas falhou na finalização, incluindo uma embaraçosa tentativa falhada de trivela na cara do guarda-redes. 

O pior em campo - Luís Ferreira não consegue evitar: quando arbitra o Sporting, é um desastre. No entanto, é daqueles desastres que não se podem imputar ao azar, porque os erros prejudicam sempre os mesmos. Ontem, não apitou dois penáltis claros (sobre Douglas e Castaignos) e assinalou incorretamente três foras-de-jogo que davam oportunidades flagrantes de golo (uma das quais chegou a ser concretizada por Castaignos). Apitou bem o penálti sobre Bruno César (mal seria se não visse aquele abalroamento) e anulou bem um golo a Matheus, pois Castaignos parte em fora-de-jogo e interfere na jogada.



É óbvio que não seria de esperar um resultado que não fosse uma vitória confortável, mas o que não falta, na história da Taça, são episódios de grandes a sofrerem perante equipas teoricamente muito mais fracas - e até já tivemos alguns exemplos esta temporada. O Sporting, demonstrando uma atitude competitiva irrepreensível, dignificou a competição e honrou o adversário, conseguindo ainda dar minutos a jogadores que tiveram pouca utilização durante a paragem para as seleções. Foi uma boa noite de Taça.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Serviços mínimos

Não estando propriamente à espera que, num jogo contra uma equipa de um escalão inferior e alinhando com um onze alternativo que pouco ou nada está rotinado, o Sporting fizesse uma exibição de encher o olho, mas sou obrigado a confessar que as (poucas) expetativas que tinha, conseguiram, mesmo assim, sair defraudadas.

Na primeira parte, a equipa foi incapaz de definir os ritmos de jogo e passou por dificuldades na construção de jogo perante a pressão exercída pelo Famalicão, que conseguiu estabelecer algum domínio territorial e não merecia chegar a perder ao intervalo. Na segunda parte, a entrada de William foi fundamental para o Sporting conseguir controlar um pouco mais os acontecimentos do jogo, poderia ter alargado a vantagem, mas há que dizer que, perto do fim, o Famalicão dispôs de duas oportunidades que poderiam ter levado o jogo para prolongamento. Teria sido um prémio justo para a equipa da casa, é preciso reconhecê-lo.



A estreia de Beto - dos onze jogadores que iniciaram a partida, Beto foi o único que correspondeu totalmente às expetativas. Teve um volume de trabalho considerável, mais em quantidade do que em dificuldade - certamente que mais exigente do que estaria à espera -, mas fez uma exibição muito segura. Deixa os sportinguistas com a certeza de que a posição de guarda-redes está muito bem preenchida.

A entrada de William - perante a incapacidade de Petrovic em pegar na bola, foi visível, desde o primeiro minuto após a sua entrada ao intervalo, a diferença de qualidade que William oferece à organização ofensiva do Sporting. À sua volta, todos os jogadores sobem automaticamente de rendimento.

Alguns pormenores - Paulo Oliveira e Douglas conseguiram um jogo globalmente positivo, apesar de terem revelado dificuldades na primeira fase de construção. Alan Ruiz esteve apagado, mais uma vez, mas conseguiu fazer dois passes para golo. Sem bola é que é pior, pois só conhece dois tipos de ação defensiva: ficar parado, ou correr atrás do adversário e usar o corpo com força excessiva, levando à marcação de faltas desnecessárias. Markovic marcou o golo decisivo, que foi o segundo em dois jogos, mas falta-lhe sentido prático em muitas das suas iniciativas. André teve pouca bola para mostrar o que vale, mas continuo a ter boas sensações em relação ao que poderá oferecer ao Sporting no futuro. Elias fez o passe para o golo de Markovic e revelou, mais uma vez, propensão para causar desequilíbrios em progressão com a bola, sabendo tirar partido dos apoios que os colegas lhe dão.




A exibição - muito pobre. O Sporting até se colocou cedo em vantagem, mas alcançou-a na primeira jogada em que chegou à baliza do Famalicão. Durante os 90 minutos, as oportunidades de golo foram escassas, fruto de falta capacidade de ligação entre os setores e de carências no entrosamento entre jogadores, particularmente visível na capacidade nula que Paulo Oliveira, Douglas e Petrovic tinham em iniciar os lances de ataque. Mas isso não explica tudo. Houve falta de vontade e os níveis de concentração estiveram pelas ruas da amargura. A falta de vontade notou-se na ausência de pressão no meio-campo do Famalicão e na baixa percentagem de bolas divididas ganhas, e os baixos níveis de concentração saltaram à vista no elevadíssimo número de passes mal direcionados, cruzamentos para zonas desertas, e outras bolas perdidas desnecessariamente.

O momento de Jefferson - já ando a dizer isto há algum tempo, mas hoje terá ficado evidente para todos que o brasileiro já não tem condições para jogar no Sporting. É com muita pena que o digo, pois, como os sportinguistas sabem, tem qualidades que poderiam torná-lo muito útil à equipa. O problema é que está metido num profundo abismo psicológico e não parece ter capacidade para sair de lá - e não tem sido por falta de oportunidades. Erros atrás de erros, com bola, sem bola, ou em bolas divididas. O seu corredor é um autêntico passador e todos os adversários percebem que é por ali que devem carregar para ameaçar a baliza do Sporting.

O regresso de Mighty Mota - pode parecer incrível, mas o trabalho de Manuel Mota conseguiu estar num nível inferior à da exibição do Sporting. Dou-lhe o benefício da dúvida num eventual penálti sobre Alan Ruiz, mas não assinalou um penálti (de mão na bola) escandaloso na segunda parte, não expulsou (nem sequer mostrou amarelo) um jogador do Famalicão por um pisão em Alan Ruiz com o jogo parado, e fechou os olhos a uma cotovelada em cheio no nariz de Gelson Martins. Some-se, a esses três erros graves, uma série de faltas claras sobre jogadores do Sporting que ficaram por assinalar. Do outro lado do campo, as coisas correram-lhe melhor: nunca lhe faltou o fôlego para apitar sempre que um jogador da casa caía ao chão, mesmo que as cargas fossem cometidas com a mesma intensidade que as outras que não assinalava a favor do Sporting. Podem ver um vídeo com alguns exemplos aqui: LINK.



Numa noite de serviços mínimos, o fundamental foi alcançado: a vitória e consequente apuramento para a fase seguinte, sem um dispêndio exagerado de esforço físico. Aguardemos agora pelo sorteio, onde seguramente nos calhará uma deslocação ao campo de uma equipa nunca inferior a um V. Guimarães.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

As quatro movimentações de mercado de ontem

O dia de ontem foi bastante agitado em Alvalade, com duas contratações e duas saídas:

A contratação de André

Conforme escrevi há alguns dias, não me parece prudente estar a contratar um jogador que tem um passado com episódios pouco recomendáveis para um profissional de futebol - ainda para mais quando acabámos de deixar sair outro jogador bastante complicado. Mas a partir do momento em que André assinou contrato connosco, passa a ser um dos nossos. Merece, por isso, o mesmo apoio e paciência que todos os outros jogadores recém-chegados ao plantel. 

André é um 9, ou seja, vem para segunda opção na posição de ponta-de-lança. Pessoas cuja opinião prezo, e que estão muito mais atentas do que eu ao que se vai passando na liga brasileira, dizem-me que André é um jogador de área inteligente, com boa capacidade de definição na área, mas que não teve no Corinthians um sistema de jogo que favorecesse as suas características. Dizem-me também que a fama de mau profissional vem sobretudo de um episódio ocorrido há dois anos, mas que daí para cá não voltou a ter quaisquer problemas nesse capítulo.

Fica assim fechada mais uma lacuna do plantel. Que André consiga revelar as qualidades que levaram o Sporting a contratá-lo, ficarei muito feliz se me obrigar a retirar as palavras que escrevi sobre ele. Força, André!


A contratação de Douglas e a venda de Naldo

Duas transferências cujos valores ainda não foram divulgados - o que não é um problema, pois em setembro teremos acesso, no jornal Sporting, ao quadro com todos os detalhes das transferências realizadas desde que o mercado reabriu -, mas que vêm ao encontro do desejo que há muito Jorge Jesus tinha de contar com Douglas. Um desejo que, face às cinco alternativas que já existiam no plantel, apenas se podia concretizar caso se conseguisse vender um dos centrais. 

O Krasnodar avançou por Naldo, um jogador que foi contratado há um ano por €3M, e que fez uma boa época, tendo sido bastante importante até à janela de transferências de verão. Não creio que se possa fala de uma contratação fracassada, mas para se fazer um balanço final é necessário saber se o Sporting conseguiu ou não recuperar o investimento.

Contra Naldo terá pesado a pouca qualidade com bola nos pés, o que prejudicava a 1ª fase de construção tal como Jesus a idealiza para o seu sistema de jogo, coisa em que Douglas é mais forte.


A saída de Aquilani

Um jogador que acabou por desiludir, mas que foi prejudicado pela incrível época que Adrien fez. Aquilani esteve num nível razoável nos primeiros meses da temporada passada, enquanto ainda era utilizado com frequência, mas entrou num círculo vicioso de pouca utilização / fraco rendimento à medida que Jesus foi encontrando soluções que emprestavam à dinâmica da equipa uma maior intensidade. 

Acaba por ser uma saída conveniente para o Sporting, pois o italiano tinha um dos maiores salários do plantel. O dinheiro que se poupa no ano de contrato que ainda faltava cumprir, poderá ser uma folga importante num eventual reforço de última hora que ainda possa surgir.