segunda-feira, 22 de junho de 2015

Balanço de 2014/15: GRs e Defesas



Rui Patrício (***)

Mais uma época em grande. Apesar de um outro ou momento infeliz (no qual se destaca o jogo de Belém), foi um ano recheado de exibições fantásticas. O seu ponto fraco continuam a ser as hesitações nos cruzamentos, mas em contrapartida provou vezes sem conta ser dos melhores do mundo em situações de um contra um. O início de época foi tremendo, destacando-se a exibição de antologia em Alvalade com o Chelsea, o penálti defendido no Dragão para a Taça e, claro, a épica série de penáltis na final da Taça em que se transformou numa espécie de Adamastor para os jogadores do Braga, mesmo coxeando.


Marcelo Boeck (*)

Mais um ano ingrato para o suplente de um dos guarda-redes mais disponíveis do campeonato português. Fez 8 jogos (o da última jornada do campeonato, 3 da Taça de Portugal e 4 da Taça da Liga). Infelizmente o seu jogo mais marcante da época acaba por ser a noite insegura na eliminatória da Taça de Portugal contra o Vizela. A avaliar pela contratação de um guarda-redes esloveno, parece aproximar-se do fim a passagem de Marcelo pelo Sporting.

Cédric (**)

Se do ponto de vista defensivo continuou a evolução que já tinha registado com Leonardo Jardim, pareceu regredir do ponto de vista ofensivo. Menos desequilibrador e acima de tudo muito mais ineficiente nos cruzamentos, que já foram a sua imagem de marca. Época regular que felizmente não ficou marcada de forma negativa pela prematura expulsão na final da Taça.

Miguel Lopes (**)

Foi provavelmente o suplente perfeito. Merece respeito por ter abdicado de parte do vencimento para ser integrado no plantel principal. Esperou pela sua oportunidade e quando a teve agarrou-a com unhas e dentes, fazendo exibições bastante positivas, destacando-se a magnífica exibição em casa contra o Guimarães em que participou ativamente em 3 dos 4 golos. Diferenciou-se de Cédric pela forma como explora o espaço interior para causar desequilíbrios, tornando-se mais imprevisível para os adversários.

Jefferson (**)

À semelhança do que aconteceu em 2013/14, foi mais uma época de altos e baixos. Começou muito mal, chegando inclusivamente a perder a titularidade para Jonathan. Pareceu espicaçado e voltou em grande nível, tornando-se num dos principais municiadores dos pontas-de-lança. Borrou completamente a pintura ao ter o episódio de indisciplina com Bruno de Carvalho. O final da época foi algo penoso em virtude do desgaste acumulado.


Jonathan (*)

Época irregular. Começou da melhor forma possível. Estreou-se em Barcelos com uma vitória por 4-0 e na jornada seguinte ao fim de 2 minutos no seu primeiro jogo em Alvalade já tinha marcado um golo ao Porto. Infelizmente o seu nível exibicional decresceu com o tempo, ao qual não terá sido alheio o facto de ter participado em ambas as (pesadas) derrotas para o campeonato - acabando por ser um dos sacrificados pelo treinador nas duas ocasiões. Jogador raçudo que se sente muito confortável em zonas mais interiores, promete explodir na próxima época. Há que lembrar que tem apenas 20 anos.


Ricardo Esgaio (*)

Inesperadamente foi titular logo na 3ª jornada na Luz devido à lesão de Cédric e manteve-se no onze a na jornada seguinte. Apesar dos dois empates, Esgaio cumpriu. Teve mais tarde um desafio de fogo contra o Chelsea e aí as coisas não lhe correram bem, provocando um penálti logo a abrir. No entanto, há que dizer que Marco Silva não lhe facilitou a vida: podia perfeitamente tê-lo lançado na partida anterior com o Boavista para ganhar ritmo e entrosamento com os colegas. No mercado de inverno foi emprestado à Académica.

Maurício (*)

Depois de uma época em que surpreendeu positivamente (não esquecer que vinha da segunda divisão), esperava-se que fosse o esteio da defesa após a saída de Rojo. Puro engano. Pareceu acusar em demasia a responsabilidade e acabou por contribuir para a instabilidade defensiva da equipa com erros em excesso. A Liga dos Campeões correu-lhe de forma desastrosa: fez a rosca que esteve na origem do empate dos eslovenos ao cair do pano, saiu ensanguentado em casa com o Chelsea após choque violento com Diego Costa, e foi expulso de forma completamente desnecessária pouco depois dos 30 minutos em Gelsenkirchen numa altura em que ganhávamos por 1-0. Transferido no mercado de inverno para a Lazio.

Sarr (*)

Inesperadamente, em virtude de uma série de acontecimentos encadeados, acabou por ser titular logo no princípio da época. Numa fase inicial não comprometeu mas rapidamente os erros começaram a acumular-se. Sei que ainda é novo mas tenho muitas dúvidas que alguma vez possa vir a ser jogador para o Sporting. Tecnicamente não me parece dos piores, mas tem quebras de concentração inexplicáveis e não consegue fazer uso do seu 1m96 e 90 Kgs para se impor perante os adversários - nem sequer no jogo aéreo.

Paulo Oliveira (***)

Depois de uma pré-época dececionante parecia condenado a ser 5ª opção - ou seja, provavelmente nem teria ficado no plantel caso Rojo e Dier se tivessem mantido no Sporting. Mas as mexidas aconteceram e acabou por ficar como 3ª opção atrás de Maurício e Sarr. Teve um primeiro teste de fogo ao entrar contra o Chelsea a substituir o lesionado Maurício e surpreendeu pela positiva. A mim convenceu-me nesse momento e a Marco Silva também, porque a partir daí Paulo Oliveira passou a ser titular e de semana a semana foi solidificando o seu estatuto até ser absolutamente indiscutível. Chegou também à seleção A e está a fazer para já uma prova extraordinária no Europeu Sub-21. Não parece, mas Paulo Oliveira tem apenas 23 anos.

Tobias Figueiredo (**)

Depois de uma primeira metade de época errática na equipa B, teve a sua oportunidade quando Maurício saiu para a Lazio e Marco Silva se viu sem outras opções credíveis para o centro da defesa. Mas Tobias fez por merecer essa oportunidade. Fez uma exibição imperial na Taça da Liga em Guimarães e foi logo de seguida titular em Espinho para a Taça de Portugal. Passou a ser titular na 17ª jornada e convenceu tudo e todos ao entender-se de forma perfeita com Paulo Oliveira. Não tremeu perante adversários de enorme dificuldade como o Benfica ou o Wolfsburgo. Teve uma exibição infeliz no Dragão e pareceu ressentir-se disso, já que a partir daí a segurança já não foi a mesma e cometeu vários deslizes - incluindo dois que lhe valeram o cartão vermelho direto ainda na primeira parte. Perdeu a titularidade para Ewerton. Para 2015/16: 3º central (onde seguramente terá oportunidade de fazer mais de 20 jogos) ou roda noutra equipa da I Liga? Eis a questão.

Ewerton (***)

Um caso paradigmático do que é chegar, ver e vencer. Chegou em janeiro vindo de uma lesão prolongada e sem ritmo de jogo. Teve a sua oportunidade ao entrar para tapar o lugar do expulso Tobias, com o Penafiel, e não mais largou o lugar. É um central muito completo, mas impressiona sobretudo pela serenidade e pela capacidade de jogo aéreo. Seguramente que não há ninguém que pense que o €1,5M da cláusula de opção de compra a pagar ao Anzhi será dinheiro mal gasto.

Rabia (-)

Chegou tarde e lesionado, o que não terá ajudado nada à sua adaptação. Só em novembro começou a jogar, e não convenceu nem na equipa B nem na Taça da Liga, cometendo muitos erros. Mais para o final da época começou a jogar com mais regularidade e a ter prestações mais interessantes. Se isso será suficiente para fazer parte do plantel principal, não sei.

André Geraldes (-)

Uma contratação que pareceu um equívoco. A pré-temporada correu-lhe mal e acabou por ser aposta apenas na Taça da Liga - e sempre como defesa esquerdo, que não é a sua melhor posição. Mesmo assim fez um excelente jogo em Guimarães, colocando a dúvida se não mereceria mais oportunidades. Não me parece que fique connosco na próxima época.