sábado, 4 de julho de 2015

A caça ao dinheiro de origens obscuras

Com grande parte do país preocupado com o dinheiro angolano ou guineense que supostamente suportou os 5M do prémio de assinatura que o Sporting pagou a Jesus (que já sabemos não existir), o elevado salário de treinador (que é um facto, apesar de os lucros operacionais da SAD serem suficientes para acomodá-lo) e um eventual patrocínio das camisolas (que até agora ainda não foi anunciado), não posso deixar de registar o quase total silêncio sobre uma notícia acerca da origem dos 10M que permitiram ao Benfica a contratação de Samaris.

Foram muito poucos os que se referiram ao assunto. Se não estou em erro, foi Pedro Sousa a anunciá-lo na altura em que o jogador chegou ao Benfica, e no passado domingo José Manuel Freitas recordou-o. Aqui fica o momento em que o fez: 


A pessoa a que José Manuel Freitas se refere é António Mosquito, empresário angolano ligado à área do petróleo, que tem vindo a adquirir parcelas importantes de empresas portuguesas - das quais se destaca a Controlinveste, detentora da SportTV.

Curiosamente, nenhum órgão de comunicação social para além da TVI24 pegou nisto, preferindo acreditar cegamente nos comunicados à CMVM do Benfica e nos R&C apresentados - que indicam o passe de Samaris como pertencendo na totalidade ao Benfica, e não fazendo qualquer tipo de referência a um empréstimo dessa natureza. Para não falar nos estranhos negócios a la Cancelo, claro.

E podíamos também falar sobre os cada vez menos transparentes negócios do Porto, como a venda de Mangala, o empréstimo a taxas de juro variáveis em função do valor da venda de Herrera, ou a fonte do dinheiro para a compra de Imbula. 

Não me sinto confortável com a eventualidade de empresários ou entidades de origem duvidosa injetarem dinheiro no Sporting, pelo que compreendo que haja quem se incomode com o assunto. Mas é uma hipocrisia que só olhem para os rumores que envolvem o Sporting e assobiem para o lado perante os que dizem respeito aos outros clubes.