segunda-feira, 27 de julho de 2015

A participação na Cape Town Cup

A principal conclusão que podemos retirar dos dois jogos efetuados em solo sul-africano pelo Sporting é que ainda há muito trabalho pela frente até termos a equipa totalmente afinada. Foram vários os erros coletivos e individuais a defender ou em perdas de bola que acabaram por proporcionar demasiadas ocasiões para Patrício brilhar - claro que ele está lá para isso, mas seria melhor sinal se passasse umas tardes mais tranquilas -, e em termos de acutilância ofensiva a equipa foi mais atabalhoada que esclarecida, revelando dificuldades em executar depressa e bem em zonas interiores com uma maior concentração de adversários.

Mas estranho seria que fosse de outra forma. A equipa está a assimilar princípios de jogo bastante diferentes daqueles a que estava habituada: a defender procura-se uma pressão alta sufocante, setores mais compactos e uma linha defensiva mais subida, enquanto que com a bola nos pés há maior dinamismo para oferecer linhas de passe aos colegas e privilegiando o centro do terreno às faixas laterais. Para além disso, a equipa está a aprender a viver sem William Carvalho, num sistema em que a posição 6 é fulcral para a saída para o ataque. Princípios de jogo que envolvem um elevado nível de risco e que numa fase de aprendizagem acabam por ter as consequências que verificámos, mas que uma vez encontrados os jogadores que melhor os interpretarão e depois de estarem totalmente assimilados prometem uma equipa bem mais perigosa no ataque e segura a defender.

Do ponto de vista individual, os jogadores demonstraram momentos de forma bastante díspares. O destaque óbvio vai para Rui Patrício. Penáltis defendidos no primeiro jogo, defesas de grande grau de dificuldade em ambas as partidas e, claro, isto:


Mas parecem-me também merecedores de destaque Paulo Oliveira (imperial em ambos os jogos), Jefferson (uma assistência e muito bem a descer pelo flanco e nas bolas paradas), Slimani (mal na finalização, mas o batalhador do costume, tendo sido decisivo no 2º golo de Montero) e Montero (pelos dois golos que marcou contra o Crystal Palace).

Bons indicadores também de Naldo (muito bem no jogo de ontem), Gélson (mais pelo primeiro jogo) e Wallyson (jogou pouco tempo mas demonstrou sempre grande classe com a bola nos pés e segurança no passe).

Vários jogadores estiveram abaixo do que seria desejável, mas nada de anormal atendendo à fase da época em que estamos: João Mário, Adrien, Carrillo, Ciani, Teo Gutierrez, Carlos Mané (apesar do golo que marcou) e Esgaio.

De qualquer forma, vencer um troféu destes não pode deixar de ser positivo. Aprender e aperfeiçoar ganhando e reforçando o prestígio do clube é sempre melhor do que aprender e aperfeiçoar perdendo. No próximo fim-de-semana há mais.