sexta-feira, 3 de julho de 2015

Os regressos de Octávio Machado e Manuel Fernandes

O regresso de Octávio Machado e Manuel Fernandes é compreensível numa ótica de rodear Jorge Jesus com uma estrutura que seja da sua total confiança. Não fazia sentido investir tanto num treinador e depois não lhe dar todas as condições que este considere necessárias para que se possa focar o mais possível no desenvolvimento da equipa.

Não tenho quaisquer dúvidas que Octávio se trata de um profissional sério e que defenderá com unhas e dentes o clube que agora representa. Fico apenas com duas preocupações:
  • Octávio está afastado do futebol ativo há muitos anos. Entretanto o mundo mudou muito, pelo que fica a dúvida se o novo diretor desportivo se conseguirá adaptar à nova realidade que o espera.
  • Passamos a ter na estrutura três homens frontais e com uma personalidade muito forte, e nunca se escondem no momento em que lhes pedem as suas opiniões. Não tanto por qualquer explosão de conflito entre eles, mais pelo enorme potencial para a existência de discursos divergentes - até porque na outra ponta do microfone estarão jornalistas que irão (naturalmente) à procura de explorar quaisquer inconsistências, por muito pontuais que possam ser. Nas épocas passadas foi possível falar a uma só voz - pelo menos até ao conflito entre Bruno de Carvalho e Marco Silva -, facilitada pela postura discreta que Inácio teve durante o desempenho das suas antigas funções. Como será em 2015/16?

Quanto a Manuel Fernandes, tratando-se de um dos símbolos vivos do clube, o seu regresso é sempre de saudar.

De registar que quer Manuel Fernandes quer Octávio Machado são duas pessoas que, enquanto comentadores, foram críticos de Bruno de Carvalho. Se o presidente fosse o déspota egocêntrico que muitos dizem que é, será que os contrataria? Não me parece.