quinta-feira, 6 de outubro de 2016

O apelo de Vieira


Não é a primeira vez que Vieira faz uma afirmação deste género, pelo que só acreditará nisto quem quiser. Eu, sinceramente, gostaria que fosse verdadeira, que o Benfica se deixasse destes jogos e que isso levasse, como consequência, o Sporting a olhar sobretudo para dentro.

Uma coisa é certa: esta bandalheira diária (que já existia) começou a partir do momento em que Jorge Jesus assinou pelo Sporting. O Benfica não gostou, e alguém, do alto do castelo, mandou os seus peões atacar de todas as formas possíveis e imaginárias. O Sporting, infelizmente, foi "forçado" a entrar no jogo para não estar sempre na defensiva. Como tal, a iniciativa para baixar este nível de ruído terá sempre de partir de quem provocou o atual estado de guerra propagandística: o Benfica. Se o Sporting decidisse unilateralmente sair destes jogos, sabemos bem que Vieira não sentiria qualquer necessidade de fazer este tipo de apelos, e que os Guerras, os Venturas, os Delgados e os Farinhas da vida continuariam, muito mais confortavelmente, a fazer a sua magia.

Agora, sobre o apelo de Vieira: não pode meter uma pose de estadista e falar sobre isto como se nada tivesse a ver consigo. Guerra, Calado, Ventura e Gomes da Silva são, assumidamente, subordinados de Vieira, para não falar em todos os outros que, não sendo funcionários ou colaboradores do Benfica, são colocados pelo clube nos programas televisivos. Se a estrutura benfiquista é assim tão profissional quanto Vieira gosta de referir, então toda a barulheira gerada pelos seus subordinados é, em última análise, responsabilidade sua, enquanto presidente.

Ficaremos então a aguardar qual será o efeito destas palavras do presidente benfiquista. Se, por acaso, as insinuações, calúnias e acusações continuarem a ser disparadas do seu lado da barricada, podemos chegar a uma de duas conclusões: ou Vieira é um fraco líder que não consegue controlar as suas tropas, ou é um enormíssimo hipócrita. Devo dizer que, estando longe de ser um apreciador do estilo de Vieira, não é nas suas características de liderança que lhe encontro os maiores defeitos.