quinta-feira, 16 de março de 2017

Notas soltas sobre a convocatória de Fernando Santos

Fernando Santos chamou, para o duplo compromisso com Hungria (Mundial 2018) e Suécia (particular), os seguintes jogadores:



  • O número de atletas convocados (25) parece excessivo. Acredito que Fernando Santos tencione fazer experiências no jogo com a Suécia e que vá fazer alguma gestão dos jogadores de Benfica e Porto - o clássico disputa-se 4 dias depois - mas, ainda assim, não vejo razões para ter chamado mais que 23 jogadores.
  • Exemplo desse excesso é a convocação de 3(!) laterais direitos. Cédric é uma escolha natural, e Nelson Semedo tem jogado muito bem, justificando também a chamada. Não se percebe a presença de Cancelo na lista, pois tem sido muito criticado pelas suas exibições no Valencia.
  • Em relação aos jogadores do Sporting, há que destacar mais uma chamada de Gelson Martins. O jogador já foi internacional A em três ocasiões, mas em jogos em que os adversários eram de um nível muito inferior ao da seleção portuguesa (Andorra, Ilhas Faroé e Letónia). Neste caso, falamos de dois jogos contra seleções de um grau de dificuldade completamente diferente. Bom indicador para Gelson, no sentido em que parece ter conquistado a confiança do selecionador para estar presente com regularidade na seleção A.

  • Menos habitual tem sido a presença de Pizzi - já não joga pela seleção há praticamente dois anos -, hoje convocado. Chamada mais que justa de um jogador que tem sido uma peça muito importante no Benfica - e que podia perfeitamente ter tido lugar nos 23 que foram ao Euro 2016.
  • Dos campeões europeus, 17 foram convocados, e 6 ficaram de fora. Os excluídos foram: Eduardo (não joga), Vieirinha (pouco utilizado), Ricardo Carvalho (38 anos, na China e sem ritmo de jogo), Adrien (lesionado), Nani (lesionado) e Rafa (má forma / moderadamente utilizado).
  • A convocatória de Renato Sanches, outro jogador pouco utilizado, contrasta com a exclusão de outros jogadores com pouco tempo de jogo. Ainda assim, aceita-se a chamada numa lógica de continuidade e preparação do futuro. Também Pepe não tem tido uma utilização regular (soma apenas 4 jogos como titular em 2017), mas neste caso não há discussão possível: falamos de um jogador que fez o suficiente para justificar outro tipo de estatuto.
  • Rui Patrício, Cédric, Nélson Semedo, Raphael Guerreiro, Danilo, William, João Mário, Renato, André Gomes, Bernardo Silva, Gelson Martins e André Silva são uma base muito prometedora para o médio/longo prazo da seleção. Do ponto de vista da renovação, o maior ponto de preocupação (para além do cada vez mais próximo abandono de Ronaldo) está, neste momento, ao nível dos defesas centrais. Talvez fizesse sentido se Fernando Santos reservasse a vaga de 4º central para um jogador mais jovem.