Foi divulgado o relatório e contas da última época desportiva do Sporting. Godinho Lopes já não mora em Alvalade, mas é caso para dizer que os efeitos da sua obra vão perdurar no tempo e serão incontornáveis sempre que se quiser falar das finanças do clube.
Sousa Cintra, nos último dias de mandato, ofereceu uma estátua de um leão ao clube. Pagou do seu bolso, disse-se na altura, mas mais tarde descobriu-se que custou ao clube umas largas dezenas de milhar de contos, em moeda antiga.
Godinho Lopes e o projeto desportivo roquetista não deixaram de legado uma estátua. Deixaram de legado as pirâmides de Gizé, que servem de local de eterno descanso às esperanças dos sportinguistas de terem a possibilidade de lutar com armas iguais com os seus adversários nesta década. A não ser, claro, que Porto e Benfica tenham um embate com a realidade semelhante ao que o Sporting está a enfrentar.
É inacreditável a falta de competência técnica que esteve na formulação dos plantéis e outras decisões desportivas e financeiras nos dois longos anos do mandato de GL. E pior do que isso foi a falta de bom senso, que deveria ser suficiente para fazer tocar algumas sirenes de alarme em algumas daquelas cabeças. Também há a hipótese de ter sido tudo propositado, mas isso seria ainda mais grave.
Fica a faltar a auditoria externa. Dificilmente, num país em que a classe política sai sempre impune dos crimes efetuados contra o interesse do país, se conseguirá provar e condenar em tribunal a gestão criminosa a que o clube esteve sujeito. Pelo menos servirá para expor publicamente gente que sempre se preocupou muito mais com as aparências e a promoção pessoal do que com o clube que se comprometeram a defender. Não é castigo suficiente mas já será alguma coisa.