Dois excertos da entrevista de Luís Filipe Vieira à CM TV:
CM TV - Eu compreendo que a posição do presidente do Benfica seja a de desvalorizar um facto que se passou com o seu treinador. Eu não usaria a palavra agressão, mas o país todo já viu e reviu <interrompido>
LFV - O país viu tudo e de certeza que não viu o Jorge Jesus a fazer qualquer tipo de agressão. Faz-se muito folclore à volta do Benfica (...) e há outros casos de que não se fala. Eu lembro-me de há bem pouco tempo, um determinado presidente apontou o dedo assim bem na cara de um comandante da polícia, nada foi dito e passou tudo despercebido.
CM TV - O que é que o Benfica espera que aconteça a nível da justiça desportiva e criminal a Jorge Jesus?
LFV - O que é que eu espero? O que é que se passou com o apito dourado? Estão a tentar crucificar o Jorge Jesus quando vejo coisas a acontecer noutro estádio e não vejo ninguém a falar.
Acrescentou outros casos do passado que passaram impunes, como a pedrada que foi mandada contra o seu carro em plena auto-estrada, a agressão a jornalistas no antigo estádio das Antas ou o arremesso de bota de Deco a um árbitro.
Se é esta a estratégia de defesa que o Benfica vai seguir, suponho que o objetivo é que este ato de Jesus tenha as mesmas consequências que outras ações condenáveis feitas por pessoas do Porto no passado, ou seja, nenhumas. Ações e consequências que os benfiquistas, e bem, passam a vida a criticar.
Pessoas de bem assumem os seus erros, apresentam atenuantes para o seu comportamento e aguardam a decisão da justiça. Pessoas de bem não tentam fugir com o rabo à seringa usando argumentos como "o meu vizinho também roubou uma maçã da banca da mercearia e não lhe aconteceu nada".
O Benfica, ao usar esta estratégia de defesa, está a fazer pressão para possa ter para si as benesses ilegítimas de que os outros beneficiam. A apregoada luta contra a corrupção e contra as influências de bastidores é uma treta. O que esta direção do Benfica pretende é substituir o sistema dos outros pelo seu próprio sistema.