sábado, 12 de outubro de 2013

Nada de novo

Vou ser politicamente incorreto. Não ligo praticamente nada aos jogos da seleção para as fases de qualificação para europeus ou mundiais, e muito menos para os jogos particulares. É evidente que desejo que a seleção se qualifique para as fases finais, e aí sim, nessas grandes competições vibro e sofro tal e qual como se fosse um jogo do Sporting.

Enquanto essas competições não chegam, acompanho os jogos se não tiver nada melhor para fazer. Basicamente tenho a mesma postura que os jogadores e equipa técnica da seleção.

É um problema antigo. Não é do jogador A, B ou C, não é de Paulo Bento, nem de Humberto Coelho nem de Fernando Gomes. É um problema cultural, muito português, de ter um comportamento medíocre nas situações rotineiras e de procurar a superação em situações extraordinárias.

É claro que podemos discordar das opções de Paulo Bento. Já o disse num post anterior que Paulo Bento procura ser leal para o grupo de jogadores que forma o núcleo duro das suas convocatórias, de forma a gerar um espírito de equipa mais coeso e um comprometimento superior por parte dos jogadores. Podem estar num mau momento de forma, ou mesmo não serem titulares nos clubes, e não é por isso que deixam de ser convocados ou até mesmo utilizados em competição pela seleção. Rúben Micael está a jogar pouco no Braga, que tem tido recentemente maus resultados, e ei-lo a jogar a titular contra Israel.

Paulo Bento também é conservador. Suponho que preferiu André Almeida (utilizado de forma muito irregular no Benfica, fraco a atacar e certinho a defender) a Cédric (titularíssimo no Sporting, excelente a atacar e razoável a defender) por achar que, tendo Nani na frente, estaria a expor o flanco direito de Portugal aos contra-ataques dos israelitas, ainda por cima tendo no outro lado Antunes, que também gosta de subir com frequência. Foi uma decisão discutível, mas na linha do daquilo a que Paulo Bento já nos habituou.

Mas a verdade é que com ou sem Rúben Micael, com ou sem André Almeida, com ou sem Cédric,  com ou sem Adrien, com ou sem o erro de Rui Patrício, a exibição de Portugal seria igualmente fraca. Não é uma questão de trocar um jogador por outro. É uma questão de cultura transversal a toda a estrutura federativa e, porque não assumi-lo, ao país como um todo. No momento das grandes decisões todos se tentam superar, mas quando a seleção não está sob pressão o rendimento é invariavelmente sofrível.