À falta de terrenos pesados que iriam ser mais um teste ao líder do campeonato, apareceu o pântano. Teste não superado.
O Sporting entrou bem. Com dinâmica, a revelar facilidade em se aproximar da área do Nacional, que no entanto não se traduziram em muitas oportunidades de perigo pelo facto os jogadores não terem revelado um nível de execução à altura das ideias que demonstravam em campo.
A meio da primeira parte o jogo começou a mudar. Manuel Mota começou a exibir um critério impossível de compreender. Montero não salta a uma bola aérea, o adversário cai sem que Montero se tenha se quer baixado, falta contra o Sporting. Montero salta a uma bola, o adversário que a está a disputar baixa-se, desequilibrando o jogador do Sporting, não há falta. Lançamentos trocados. Fora-de-jogo inventado. Faltas por assinalar. Permissividade ao anti-jogo do Nacional. Foram tantos os casos, que a maior ovação da primeira parte aconteceu quando o árbitro finalmente assinalou uma falta contra o Nacional.
Nenhum destes erros foi grave, mas a soma deles foi o suficiente para destruir a dinâmica que o Sporting demonstrara até então, ao mesmo tempo que deu o sinal aos homens do Nacional que estavam na Happy Hour do anti-jogo e das entradas à margem da lei.
Não terminaria a primeira parte sem que Jefferson fosse atingido de forma violentíssima. O cartão vermelho parecia inevitável, mas Manuel Mota nem falta marcou. Para piorar, André Martins lesiona-se, obrigando Leonardo Jardim a colocar Slimani em campo ao intervalo.
A segunda parte foi uma continuação das dificuldades que o Sporting revelou na segunda metade da primeira parte. As ocasiões de golo conseguidas foram escassas, quase todas através de Slimani. O Nacional também foi extremamente perigoso, com quatro setas constantemente a procurarem explorar situações de contra-ataque.
Mas a segunda parte (e o jogo) fica marcado pelo golo anulado a Slimani. Já estava eu a festejar há vários segundos quando ouço ao meu lado que o árbitro tinha anulado o golo. Não quis acreditar. Ainda não quero acreditar. E o jogo acabou aqui.
É que depois disto era impossível os jogadores não sentirem a tão badalada pressão. Sentiram-na e bem. Esta pressão era bem visível e vestia de amarelo, com uma aura em tons de outras cores primárias.
É verdade que podemos apontar algumas falhas à equipa. A entrada de Mané e Wilson não mexeu com o jogo. Não percebo porque não se procurou jogar mais pelos flancos à procura do cruzamento para a área (foi assim que surgiram as melhores oportunidade do Sporting) em vez de se insistir em jogar pelo meio. Também foi visível alguma falta de concentração da nossa defesa em lances que podiam ter acabado em golos do Nacional.
Mas o que fica para a história é o empate num jogo em que o Sporting fez o suficiente para ganhar. Incluindo marcar um golo limpo a mais do que o adversário. E isto tudo apesar do pântano que só parecia dificultar os movimentos dos jogadores da casa.
P.S.: ao voltar do estádio vinha no carro a ouvir a Antena 1. Estavam cheios de pressa em acabar com a emissão, coisa que fizeram às 22h45, já tendo a informação de que o presidente do Sporting iria falar. Para dar algum programa que costuma passar a esse horário? Para dar alguma notícia de última hora? Não, foi para poderem passar umas músicas portuguesas até ao noticiário das 23h. Como tal, não transmitiram a conferência de imprensa de Bruno de Carvalho, que curiosamente terminou às 23h em ponto.
P.S.2: vi há pouco a gravação do jogo, para poder rever os lances mais polémicos. A repetição do fora-de-jogo mal assinalado a Montero não teve direito à linha amarela que ajuda a dissipar as dúvidas. O lance da falta duríssima sobre Jefferson só teve direito a uma repetição, de uma câmara bem afastada. Árbitro e Sport TV pareceram bem coordenados.