quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pondo os pontos nos i's

Bruno de Carvalho, de regresso da Argélia, teve ontem uma das melhores intervenções desde que assumiu a presidência do Sporting, ao comentar de forma direta e frontal alguns dos temas que têm feito a atualidade dos últimos dias.

Imprensa
"Num jogo em que o Sporting dominou por completo, quase toda a comunicação social quis fazer crer que foi o lance do penalty que veio dar alento à equipa do Sporting. Não vejo fazer a mesma coisa no jogo com o Benfica, onde o primeiro golo é em fora de jogo claríssimo e no jogo com o FC Porto, onde o 2-1 é similar a um lance de Montero, que toda gente se queixava. Não vejo essa honestidade utilizada pelos jornalistas e enquanto não existir honestidade as pessoas vão ser enganadas, porque os outros são ótimos, são maravilhosos e fazem pequenas referências à arbitragem, mas no Sporting é sempre com sorte. É pena não utilizarem a época natalícia para serem honestos."

Interesse noutros jogadores
"O Sporting esta bem, a fazer um excelente trabalho e não estamos compradores ou vendedores. Se calhar, outras equipas precisam muito mais do que nós. Não sentimos a necessidade porque estamos muito satisfeitos com o trabalho que tem sido feito e os jogadores têm demonstrado uma grande vontade de ganhar."
 

"Falei ainda há pouco tempo com Carlos Pereira, mas não sobre Sami. É uma situação igual a Luíz Antônio, que o Sporting também não quer."

Saúdo o regresso do presidente às declarações incisivas a que nos habitou no início do mandato. Os primeiros meses da presidência de Bruno de Carvalho foram marcados por poucas mas excelentes intervenções públicas (ao contrário do que a maior parte das pessoas esperaria), bastante espaçadas no tempo, e que eram complementadas pela emissão de comunicados por escrito.

Essa postura contrasta de forma bastante evidente com o ritmo das suas intervenções nos últimos dois meses, em que algumas delas foram, na minha opinião, perfeitamente desnecessárias. Não me parece que sigam uma estratégia bem definida e têm como efeito espicaçar os nossos rivais -- que é algo que deveria competir aos dirigentes de Porto e Benfica. E parece-me melhor termos adversários acomodados do que motivados por ataques vindos de fora.

Penso que o presidente deveria refletir qual das duas estratégias podem trazer mais benefícios ao Sporting. Na minha opinião é a primeira. Falar pouco mas bem garante que todos estarão a escutar com toda a atenção nos momentos que o presidente escolher, para além de ampliar o impacto da mensagem que está a ser transmitida.