Vencer uma equipa milionária como o PSG é sem dúvida, um motivo de destaque pela positiva. Apesar de não ter sido suficiente para garantir o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, a boa exibição pode e deve ser um motivo de otimismo para os adeptos do Benfica.
Sempre atenta a oportunidades que possam galvanizar a nação benfiquista e, consequentemente, a aumentar as suas vendas, o jornal A Bola apressou-se a arranjar os mais rasgados elogios à vitória de terça-feira.
Noite empolgante. Ganhámos prestígio. Categórica reação encarnada. Na história, 85% das equipas que fizeram os pontos do Benfica apuraram-se.
Vamos pôr um pouco de perspetiva nas coisas.
Em primeiro lugar, o grupo era fraco para os padrões da Champions. Não apanharam uma parelha de respeito como o Porto apanhou, para não falar num grupo como o do Arsenal, Marselha, Dortmund e Nápoles. O Benfica falhou redondamente a oportunidade que teve de seguir em frente com a colocação no Pote 1.
Em segundo lugar, não podem considerar que uma vitória sobre o PSG de ontem seja uma façanha que fique para a história. Ibrahimovic, Alex e Thiago Silva, por exemplo, nem sequer foram convocados. Do onze que jogou em Paris, apenas Sirigu, Marquinhos, Thiago Motta e Cavani foram titulares em Lisboa.
Num jogo em que Blanc fez uma forte poupança nos habituais titulares, por se tratar de um jogo que para ele era a feijões, não me parece que tenha pedido aos onze que entraram em campo para fazerem o jogo das suas vidas.
O PSG tem uma equipa forte mesmo sem tantos titulares? Claro que sim. Suficientemente forte para derrotar qualquer equipa portuguesa na maior parte das ocasiões, havendo motivação para isso. Mas é um pouco patético que o jornal A Bola transforme a vitória do Benfica numa jornada épica. Nos grandes feitos que o Benfica conquistou na sua longa história, isto não deve chegar para entrar sequer no top 200.