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Comparem o discurso de Bruno de Carvalho com o de Luís Filipe Vieira. Bruno de Carvalho pode não conseguir resistir à tentação de mandar umas bocas aos adversários e de fazer uns discursos de gosto discutível em almoços dos núcleos do clube, mas desde que é presidente do Sporting nunca poupou os sportinguistas da difícil realidade em que o clube vive.
Luís Filipe Vieira aproveita um programa da RTP em memória de Eusébio, num momento de fragilidade emocional dos benfiquistas pela perda do principal símbolo da história do clube, para fazer mais umas promessas ao mundo encarnado. Eis Vieira, o executor da vontade de Eusébio.
Mas é tudo tão mau que nem as promessas são originais, não passando de uma recauchutagem do discurso da espinha dorsal da seleção -- de recauchutagens percebe Vieira, temos todos que admitir.
Mas é tudo tão mau que nem as promessas são originais, não passando de uma recauchutagem do discurso da espinha dorsal da seleção -- de recauchutagens percebe Vieira, temos todos que admitir.
Diz que para haver um Benfica made in Benfica não basta carregar num botão. Certo, não é uma coisa instantânea. Quanto tempo precisa? Cinco anos? Dez anos? Então o que anda a fazer desde 2001, altura em que entrou para o futebol do Benfica pela mão de Manuel Vilarinho?
Na hora da verdade, os portugueses do Benfica não têm hipótese de se afirmar. Porque há sempre lugar para mais um argentino ou sérvio rotulado como uma grande promessa e uma potencial mais-valia para o clube. As promessas portuguesas, made in Benfica, que dão mais trabalho para serem transformados em valores reais, acabam por serem empurradas para fora do clube.
E quando Vieira diz que viu no cemitério um sinal de que as coisas vão mudar, ultrapassa o patamar do populismo e entra no mundo dos contos de fadas. Se continuar assim ainda veremos um dia Vieira a publicar um livro para as crianças benfiquistas, porque começa a ficar complicado para adultos minimamente racionais continuarem a comprar as suas patranhas.