Como muito bem disseram Adrien e Leonardo Jardim no fim do jogo, começa a cansar. É disto quase todas as semanas, arbitragens que nos vão procurando enterrar, umas vezes de forma mais discreta e habilidosa, outras sem uma ponta de vergonha e às claras, como foi o caso de hoje.
É sociologicamente interessante assitir às reações que a arbitragem do Setúbal - Sporting provocou. A imprensa vai passando uma esponja sobre o assunto enquanto rejubila com o voo da águia em direção ao título. Quanto aos benfiquistas, para além de estarmos a assistir a uma celebração antecipada do 33º, aqueles que se advogam defensores da verdade desportiva dizem que temos que perceber que é o Porto que nos quer puxar para baixo para chegar ao 2º lugar, e não o Benfica que quer tirar partido disso.
Não sei quem fez esta encomenda em particular, mas parece-me que pouco interessa. É claro como a água que existe uma enorme resistência dos árbitros a apitarem contra os interesses de Porto e Benfica, ao mesmo tempo que perderam todos os escrúpulos contra nós. Tudo em nome da manutenção de um oligopólio ilegal de acesso direto aos milhões da Liga dos Campeões e à luta pelo campeonato e taças.
Dos erros contra o Sporting beneficiam ambos. O Benfica não é prejudicado da mesma forma que o Sporting. Não que tenha um futebol assim tão superior, pois já se pôs a jeito várias vezes -- veja-se os jogos com Arouca, Olhanense, Gil Vicente e Belenenses, em que o amigo do apito tentou vir em salvamento logo que teve oportunidade para isso.
Se o Benfica não é prejudicado, é porque tem poder. Mesmo que esse poder seja mais fraco que o do Porto, não quer dizer que não exista. E se tem poder e pactua com isto, é porque faz parte do sistema.
Caros benfiquistas, ao menos sejam homenzinhos para admitirem isso.