O mito das grandes molduras humanas nos jogos do #Benfica
Vivemos um período em que o termo onda vermelha entrou no léxico diário dos benfiquistas e de grande parte da comunicação social (eu sei, é redundante), utilizando essa expressão para se referirem às grandes molduras humanas que seguem o Benfica para todo lado, seja na Luz, seja nos estádios espalhados pelo país onde os encarnados jogam.
Vivemos um período em que o termo onda vermelha entrou no léxico diário dos benfiquistas e de grande parte da comunicação social (eu sei, é redundante), utilizando essa expressão para se referirem às grandes molduras humanas que seguem o Benfica para todo lado, seja na Luz, seja nos estádios espalhados pelo país onde os encarnados jogam.
No blogue Tasca do Cherba, um dos tasqueiros (Férenc Meszaros) fez um brilhante post demonstrando que essa onda, afinal, não é assim tão imponente quanto nos querem fazer vender. Comparando as assistências fora dos grandes (apenas relativas aos campos onde Sporting, Benfica, e Porto já jogaram), demonstrou inequivocamente que é o Sporting que tem levado mais gente ao estádio. É evidente que com esta mudança de campo de Arouca para Aveiro, será inevitável que o Benfica passe a ser o clube com maiores assistências nas visitas aos adversários.
De qualquer forma é de assinalar que um clube que afirma ter 6 milhões de adeptos não consiga levar muito mais adeptos por esse país fora do que o Sporting, começando apenas a equilibrar as contas quando passou a ter a vitória no campeonato praticamente assegurada, mesmo tendo acesso a bilhetes genericamente mais baratos.
E isso, como é evidente, mostra que falamos de uma onda vermelha que só aparece quando as vitórias estão pouco menos que garantidas. É mais ou menos a mesma coisa que um grupo de 30 amigos combinar uma festa numa casa alugada, mas só 4 ou 5 é que aparecem umas horas antes para tratar dos preparativos, enquanto que os restantes só chegam quando estiver tudo prontinho para comer, beber e desfrutar.
E isso, como é evidente, mostra que falamos de uma onda vermelha que só aparece quando as vitórias estão pouco menos que garantidas. É mais ou menos a mesma coisa que um grupo de 30 amigos combinar uma festa numa casa alugada, mas só 4 ou 5 é que aparecem umas horas antes para tratar dos preparativos, enquanto que os restantes só chegam quando estiver tudo prontinho para comer, beber e desfrutar.
De qualquer forma, aproveitando a onda tasqueira, gostaria também de dar o meu contributo para a discussão, desta vez olhando apenas para os jogos que os grandes fizeram em casa. Fiz uma tabela com todas as assistências dos grandes, e preenchi a verde as 15 melhores assistências (em % de capacidade preenchida) e a vermelho as 15 piores assistências.
Fui pela percentagem de capacidade preenchida e não pela assistência absoluta, porque é uma forma mais adequada de comparar a proporcionalidade da massa adepta de cada clube que marca presença no estádio. E o que obtemos é isto:
Fonte: Liga de Clubes |
* Se me provarem que a assistência real no Benfica - Belenenses foi mesmo de 31635 espetadores, comprometo-me a doar parte do meu córtex cerebral para fins de investigação cientifica, pois isso significaria que tenho graves problemas de perceção cognitiva (não me parece que tenham estado mais que 20000 pessoas nesse jogo)
Como podemos ver, mesmo nos jogos em casa, a onda vermelha só apareceu definitivamente a partir do momento em que o Benfica já tinha 5 pontos de avanço sobre o Sporting e 9 sobre o Porto. Antes disso, o panorama não era particularmente fabuloso. Note-se que a capacidade do Estádio da Luz é superior ao de Alvalade em 15.000 pessoas (65.000 contra 50.000), ou seja, a diferença proporcional é bastante inferior à diferença de adeptos que a existência de 6 milhões de benfiquistas implicaria (se fosse verdade).
Sobre o Porto, fica mais que óbvio que grande parte dos seus adeptos perdem rapidamente a vontade de ir ao estádio quando o campeonato não lhes é oferecido num bonito embrulho com um laço vistoso. Somos Porto.