sábado, 22 de novembro de 2014

Festa da taça sem espinhos

Num jogo em que não eram esperadas grandes dificuldades, é justo que se diga que a alma dos jogadores do Sp. Espinho conseguiu disfarçar durante 60 minutos o enorme fosso que separa as duas equipas. O Sporting não entrou com grande determinação para resolver a eliminatória e teve dificuldades em furar a multidão que povoava o último terço do meio-campo espinhense.

Há no entanto que dizer que o Sporting controlou sempre completamente a partida, causando perigo sempre que o Sp. Espinho arriscava em subir um pouco mais no terreno, mas na primeira parte nunca conseguiu levar o Sp. Espinho às cordas. Na segunda parte, assim que as pernas do adversário começarem a fraquejar, o Sporting passou a fazer tudo o que quis, dispondo de inúmeras situações de golo. Aliás, a partir do 2-0, a resistência do Sp. Espinho esfumou-se definitivamente e a partir daí a única dúvida que existia era o número de golos com que a partida terminaria.

Boa jornada de taça, boa propaganda para o futebol, objetivo cumprido.



Positivo

A festa da taça - estádio cheio, público entusiasta que apoiou incansavelmente as duas equipas, um favorito que encarou o jogo de forma séria, e um underdog que se portou muito bem enquanto o resultado esteve em aberto e as pernas deixaram. 

Os golos - mesmo tratando-se de um adversário de uma divisão inferior, é sempre motivante para os nossos jogadores marcar e assistir - nomeadamente Capel (1G + 1A), João Mário (1G), Mané (2A), Montero (2G), Tanaka (1G) e Jonathan (1A). Destaque para o fantástico golo de Montero após passe delicioso de Mané. Outro grande momento foi o pontapé de bicicleta de Esgaio, mas infelizmente o golo foi (bem) anulado por fora-de-jogo.

Capel e André Martins na primeira parte - os primeiros 45 minutos não foram famosos, e foram poucos aqueles que se destacaram numa exibição coletiva um pouco trapalhona. Capel e André Martins foram os mais inconformados, com especial destaque para o segundo, que teve nos pés algumas das principais oportunidades de golo do Sporting.

Montero e Mané na segunda parte - com o fim da resistência do Sp. Espinho, de uma forma geral a equipa exibiu-se num patamar bem mais elevado. De todos, Montero e Carlos Mané foram os que mais se destacaram, em especial no lance do terceiro golo.

Noite de estreias - Marco Silva leu bem aquilo que os sportinguistas queriam ver em campo. Mal o jogo ficou resolvido lançou Tanaka (que se estreou a marcar), Podence (mais um menino de Alcochete a estrear-se pela equipa principal), e Esgaio (a jogar pela primeira vez como ala este ano na A). Nenhum dos três desiludiu, mostrando-se em bom plano - apesar de não se poder ignorar que entraram numa altura em que o Sp. Espinho já tinha atirado a toalha ao chão.


Negativo 

Primeira parte atabalhoada - os primeiros 45 minutos foram generalmente fracos. O Sporting apresentou um futebol pouco ligado, com muitos passes errados, e uma evidente falta de entrosamento entre muitos dos jogadores. Há algumas atenuantes que ajudam a explicar a fraca produção da equipa: estavam em campo poucos titulares habituais, o relvado não estava perfeito (certamente resultado da muita chuva que tem caído) e o Sp. Espinho jogava totalmente fechado atrás com uma enorme determinação. De qualquer forma, houve pouco Sporting para o que seria expectável, apesar do golo marcado e de um punhado de boas oportunidades mal finalizadas.

Algumas exibições descoloridas - apesar de ter marcado o 1º golo, João Mário pareceu-me o menos esforçado em campo. Jonathan esteve desastrado, em particular nos cruzamentos, mas em tudo o resto foram poucas as coisas que lhe saíram bem. Rosell falhou mais passes do que é normal, e contribuiu pouco ofensivamente. Miguel Lopes nunca virou a cara à luta, mas do ponto de vista ofensivo colaborou pouco. No geral, não se pode dizer que algum dos habituais suplentes tenha feito o suficiente para dificultar a vida de Marco Silva quando o treinador escolher os 11 que entrarão em campo contra o Maribor.


Um resultado esclarecedor num jogo tranquilo (à exceção de um susto no princípio da 2ª parte, em que o Sp. Espinho podia ter empatado), golos bonitos, caras novas, mais uma grande demonstração de força da onda verde transformaram público entusiasta, e mais uma eliminatória ultrapassada. Foi uma noite de sexta-feira bem passada.