terça-feira, 31 de março de 2015

Presidentes autênticos

Toda a gente que acompanha o futebol nacional com alguma atenção sabe que os grandes da 2ª circular não poderiam ter presidentes mais diferentes, em praticamente todas as vertentes de avaliação que nos possamos lembrar de fazer. 

Um dos pontos em que essa diferença mais se nota é nas suas aparições públicas: enquanto Bruno de Carvalho gosta de se dirigir com frequência aos sportinguistas utilizando os canais mais diversificados, Vieira é mais previsível e guarda-se para os discursos nas inaugurações de Casas do Benfica, para aparições muito pontuais na Benfica TV e para a habitual entrevista de ano novo no jornal A Bola; enquanto Bruno de Carvalho fala nos bons momentos, nos maus momentos e ainda nos momentos assim-assim, Vieira prefere fazer-se de invisível quando os resultados não são bons; enquanto Bruno de Carvalho tem um estilo frontal e pouco ou nada diplomático, Vieira prefere colocar as vestes de estadista e adotar uma pose institucional.

Há também quem diga que são muito diferentes na sua autenticidade quando se dirigem aos seus sócios e adeptos, e na forma como sentem o clube. É praticamente unânime a opinião de que Bruno de Carvalho, para o bem e para o mal, fala praticamente sem filtros, deixando transparecer a sua paixão pelo Sporting em cada uma das suas intervenções. Quanto a Vieira, bem, há quem chegue a duvidar que se trate mesmo de um benfiquista, não só pelo seu passado duvidoso de promiscuidade com outros presidentes, mas também pela completa ausência daquele brilhozinho nos olhos quando fala do seu clube. Olhemos para uma das suas últimas intervenções públicas, por ocasião de (mais) uma inauguração de uma Casa do Benfica:


Ausência de sentimento? Como é que alguém é capaz de insinuar uma coisa dessas? É impossível não se ficar empolgado depois disto. São sempre momentos arrepiantes quando temos o privilégio de testemunhar o inigualável entusiasmo com que o presidente do Benfica fala do seu clube. Discursos arrebatadores e apaixonantes, que lhe vêm do fundo da alma, capazes de reunir multidões à volta de um ideal, conduzidos de forma espontânea e que aproveitam da melhor forma possível o calor e emotividade das grandes ocasiões. Momentos que marcam a vida dos felizardos que os testemunham ao vivo e a cores, e que só líderes com um carisma do nível de um Churchill ou de um Lincoln conseguem atingir.

No entanto, há sempre o temor de que estes predestinados acabem por se consumir pelo esforço emocional destas sucessivas demonstrações de amor ao clube. Nada na vida é eterno, e creio que o presidente benfiquista devia gerir ainda melhor as suas aparições públicas, sob o risco de estar a tentar o próprio destino. Como tal, gostaria de apresentar ao departamento de comunicação do Benfica uma ferramenta que pode substituir de forma bastante aceitável o seu presidente neste tipo de eventos. poupando-o assim ao enorme desgaste psicológico que qualquer ser humano sofre ao expor os seus sentimentos de forma tão sincera e clara. Ora vejam:


É colocar um manequim de uma qualquer montra de pronto a vestir com um fato e gravata e um monitor assente sobre o pescoço, e está feita a festa. Os mais vesgos nem notarão a diferença - e, convenhamos, os benfiquistas que ainda levam o seu presidente a sério depois de todas as promessas que fez, provavelmente farão questão em acreditar que é mesmo Vieira, em carne e osso, que está à sua frente. 

O potencial é imenso. Imaginem a possibilidade de poderem inaugurar mais do que uma Casa do Benfica em cada fim-de-semana! E mais: para além de permitir gravar filmes com grande rapidez, esta ferramenta informática permite explorar uma amplitude de sentimentos que nunca ninguém viu em Vieira. Por exemplo:

Vieira assustado

Vieira zangado

Vieira satisfeito

Vieira triste

E mesmo em eventos do tipo Comic-Con, é possível fazer brilharetes que surpreenderão os maiores geeks benfiquistas: 

Vieira the Hutt

Super Vieira

Vierond, o líder dos elfos

E o melhor de tudo isto é que o software que faz isto custa apenas 3€. Bom investimento, não? Pensem nisso.