terça-feira, 14 de abril de 2015

A anormalidade da quantidade de cartões mostrados ao Sporting

Com a expulsão de Ewerton, passam a 9 as expulsões que o Sporting já leva na Liga. É absolutamente bizarro que um 3º classificado de uma liga, que joga de uma forma positiva e não particularmente agressiva, só seja ultrapassado nesta estatística por 2 das restantes 17 equipas em competição. 


E nem quero imaginar em que posição estaríamos nesta tabela se tivéssemos um Maxi, um Samaris ou um Casemiro, jogadores que parecem possuir uma espécie de salvo conduto para fazerem aquilo que lhes apetece dentro de campo.

Os cartões mostrados ao Sporting tornam evidente que os critérios usados pelos árbitros não são iguais para todos. Tudo bem que é legítimo que exista alguma disparidade de cartões vistos entre as equipas do topo da classificação - fruto do acaso do jogo e das características de determinados jogadores -, mas a extensão da diferença de rigor disciplinar do Sporting para Benfica e Porto ultrapassa qualquer discrepância razoável. Aquilo a que se assiste em Portugal é uma autêntica aberração. 

Essa ideia reforça-se fazendo um exercício alargado às 8 principais ligas europeias. Comparemos os cartões mostrados aos três primeiros classificados das ligas portuguesa, espanhola, francesa, italiana, alemã, holandesa, inglesa e russa:


Há padrões fáceis de discernir neste quadro. Nas ligas russa, holandesa e alemã mostram-se muito poucos cartões. Em contrapartida, a italiana é aquela em que parece haver maior rigor para as equipas do topo da tabela. Mas se existe algo em comum entre todas elas, é que há um equilíbrio evidente na disciplina dos três primeiros classificados.

Só existem duas exceções claras a esta regra: o Atlético Madrid, equipa cujo estilo de jogo é reconhecidamente ultra-agressivo, é claramente mais penalizada que Barcelona e Real, mas mesmo assim não é nada que se compare à discrepância que existe do Sporting para Benfica e Porto.