Com um 5-0 ao intervalo, o Bayern escolheu o pior dia possível para não ser uma equipa alemã. Fosse para evitar novas lesões de uma equipa já flagelada de baixas de peso, fosse por solidariedade espanhola entre treinadores, o que é facto é que o Porto livrou-se de levar uma daquelas derrotas que deixariam marcas para sempre - infelizmente eu sei do que estou a falar. Não que 6-1 seja um resultado de deitar fora, mas já se sabe como é o ser humano: quando nos dão um dedo queremos a mão, quando nos dão a mão queremos o braço inteiro.
Antes de passar à paródia, não quero deixar de constatar o óbvio. Em primeiro lugar, não há equipa portuguesa que conseguiria escapar a uma sova destas, havendo do outro lado um Bayern a levar o jogo mesmo a sério. O 3-1 conseguido no Dragão não deixa de ser um resultado notável, mas hoje ficou evidente para todos que houve muita displicência na abordagem ao jogo da 1ª mão por parte dos alemães. Em segundo lugar, é evidente que Danilo e Alex Sandro fizeram muita falta, principalmente porque falamos de posições em que o Porto não tem alternativas minimamente à altura. Em terceiro lugar, Jackson é de facto um super-jogador. Se tudo correr bem não teremos que o ver muito mais tempo no campeonato português. Serão €35M que, para variar, gostarei de ver o Porto somar às suas vendas.
Fica também a curiosidade para saber que consequências este jogo terá no clássico de domingo. Fico com uma forte sensação que o Benfica acabou de assegurar o bicampeonato sem ter que jogar. Não tanto pelas eventuais sequelas psicológicas causadas pela pesada derrota, mas sobretudo pelo facto de Jackson ter acabado o jogo a coxear e pelo esforço acumulado que o trio Casemiro - Herrera - Oliver, que não foi poupado, teve que suportar. Duvido que consigam aguentar mais um jogo de intensidade máxima já daqui a 4 dias.