Creio que já todos percebemos que toda a pressão externa que tem sido posta sobre o Sporting só acontece porque estamos a ganhar. Conseguimos de forma quase milagrosa conquistar a Taça de Portugal e evitar cair num buraco psicológico semelhante ao da derrota no Jamor três anos antes, pusemos fim a um relacionamento conflituoso entre a direção e a equipa técnica que desgastou todos os sportinguistas e ainda conseguimos sair mais fortes com a contratação do melhor treinador a que poderíamos aspirar (e que na realidade parecia um alvo inatingível), fomos construindo um plantel com mais e melhores alternativas apesar de o exercício preferido da pré-época da comunicação social ter sido a previsão da debandada dos melhores jogadores da equipa, e ainda tivemos o descaramento de conquistar a Supertaça com uma exibição categórica que não deixou dúvidas a ninguém.
Definitivamente este não era o cenário que determinadas figuras do nosso futebol anteviam para o Sporting às 18h45 do dia 31 de maio de 2015. É caso para dizer que os planos saíram-lhes todos furados. Oh, se saíram.
Não podendo orientar a agenda mediática para os conflitos internos do Sporting, com a falta de soluções do plantel, para os resultados pouco convincentes, para o facto de o presidente não se poder sentar no banco por ordem do novo treinador, procuram-se agora outros ângulos: aquilo que nosso treinador fazia ou deixava de fazer no seu antigo clube, endeusam-se os nossos jogadores que estão em fim de contrato, lançam-se suspeições sobre fontes de financiamento do Sporting - apesar de sermos o único clube dos grandes que apresenta lucro operacional sem recorrer a vendas de jogadores e cariz ilegal -, ou acusam-se treinador e presidente de terem falta de ética.
É também por isto que temos que continuar a ganhar.
Seria uma agradável surpresa não sermos prejudicados pela arbitragem, mas é melhor não contarmos com facilidades nesse departamento. Também seria bom que conseguíssemos jogar já um pouco com o importantíssimo desafio de Moscovo, fazendo uma ou outra alteração pontual que desse minutos a jogadores que podem ter um papel importante a desempenhar num futuro próximo, e também para poupar alguns dos jogadores que têm mostrado maiores dificuldades para manter a intensidade necessária durante os 90 minutos.
Eu colocaria Carlos Mané (que vejo como potencial titular em Moscovo no lugar de Teo) e Aquilani
(precisa de minutos para aperfeiçoar o entrosamento com os colegas) no lugar de Bryan Ruiz e João Mário (para os poupar para Moscovo):
Mas na realidade, creio que Jorge Jesus não irá mudar nada. Não só porque não é o seu estilo mexer muito na equipa sem necessidade, mas também porque sabe como ninguém que é nestes jogos que se ganham e perdem campeonatos.
De uma forma ou outra, é para ganhar. Força, Sporting!