quarta-feira, 26 de agosto de 2015

#DiaDeSporting: Uma autêntica final

E chegámos ao dia da grande decisão. O jogo de hoje pode não ser um caso de vida ou de morte em relação à generalidade da época, mas qualquer sportinguista percebe tudo aquilo que estará em causa neste final de tarde em Moscovo. 

Para além das injecções de prestígio e motivação que se obtêm com a participação na maior prova de clubes à face da Terra, há uma questão financeira importantíssima que determinará o peso que os nossos soldados terão que carregar durante uma época longa e extenuante. O dinheiro da Champions pode impedir saídas indesejadas e até, quem sabe, permitir um reforço de última hora para o clube. Ao invés, não tendo acesso a esse dinheiro, seguramente que seremos forçados a emagrecer o plantel - se em agosto ou em janeiro será sobretudo uma questão de tesouraria a determiná-lo, mas estou mais inclinado para a primeira hipótese.

É por isso um daqueles dias em que todos os jogadores que entrarão em campo terão que corresponder à enorme responsabilidade que lhes será confiada. Se há jogo em que não será aceitável que qualquer dose de esforço fique por gastar, é este, pois os russos testarão a nossa equipa ao limite da sua capacidade.

Serão 90 minutos de sofrimento que quase de certeza oferecerão golos para ambos os lados. A vantagem alcançada em Alvalade dá-nos alguma folga para gerir o jogo da forma mais inteligente que conseguirmos, mas sem qualquer margem de erro.

Jorge Jesus disse na conferência de imprensa que entre o risco do ataque e o risco da defesa correrá sempre o primeiro. Percebe-se a ideia - marcarmos um golo no momento certo poderá orientar a eliminatória para o nosso lado -, mas teremos que ser mais solidários a defender do que fomos nos primeiros 45 minutos da 1ª mão. Os extremos terão que apoiar os laterais quando não tivermos bola, os médios terão que se desdobrar em sucessivas ações de resgate e salvamento, os avançados não podem deixar o portador da bola respirar. E cabeça no lugar, sem asneiras daquelas que fizemos com CSKA e Paços. Com bola precisamos sobretudo de evitar perdas comprometedoras. Conseguindo tudo isto em campo e juntando-lhe um índice de concretização mais positivo do que o que temos tido esta época, e estaremos com os dois pés na fase de grupos da Champions.

E já agora, uma arbitragem decente, também pode ser?

Jesus referiu que Adrien e Teo Gutiérrez deverão regressar ao onze, o que estraga a ideia que eu tinha de que Mané poderia ser aposta para aproveitar o previsível adiantamento inicial dos russos. Isto significará que provavelmente voltaremos ao onze da Supertaça e Tondela, com a exceção da troca do lesionado Jefferson por Jonathan Silva (cuidado com as bolas na cara, rapaz!):


A partida de hoje será uma autêntica final. Que o talento dos nossos jogadores se revele em toda a sua plenitude e que a sorte não nos abandone. Depois da vergonha de arbitragens que nos afastaram dos oitavos de final da Champions e nos prejudicaram há uma semana, merecemos finalmente ser felizes na Europa.