sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A raiz de todos os males

Qualquer pessoa que não acompanhasse o futebol português e que tivesse o azar de assistir a vários dos programas sobre o tema ao longo das últimas semanas, muito provavelmente ficaria a pensar que a história do futebol português se resume a duas fases fundamentais: o futebol antes de Bruno de Carvalho (aBdC) e o futebol depois de Bruno de Carvalho (dBdC).

Quem ouça determinados comentadores, só pode concluir que o futebol aBdC era um espaço saudável e leal, onde todos os intervenientes tinham um comportamento exemplar e a verdade desportiva nunca era colocada em causa. Chegou Bruno de Carvalho, e tudo mudou. O futebol português dBdC é um lugar irrespirável onde existe um clima de tensão e intimidação insustentável e permanente.

Calhou no entanto que, esta semana, elementos dos Super Dragões fizessem uma visita à família de um árbitro que favoreceu o Benfica. Poucos dias depois, Pinto da Costa disse não ter conhecimento das ações do líder da principal claque do seu clube, mas não se coibiu de disparar em todas as direções ao comentar o tema das arbitragens - atingindo o CA enquanto estrutura, dirigentes e determinados árbitros. O programa Mercado, da CMTV, pegou neste tema para o debate. No entanto, vejam como o assunto foi abordado - primeiro pela apresentadora do programa e, depois, pelo inqualificável Octávio Lopes:


Ignorando totalmente a atualidade, o jornalista Octávio Lopes preferiu centrar-se unicamente no presidente do Sporting (mais uma vez), fazendo insinuações e acusações absurdas típicas de um indivíduo com graves problemas de memória ou de honestidade intelectual. Nem uma palavra, na sua intervenção inicial, para a intolerável atitude dos Super Dragões (terá sido Bruno de Carvalho que os mandou lá?) ou para as palavras de Pinto da Costa. O ódio irracional ao presidente do Sporting não podia ser mais claro.

Mas não foi o único caso de ataques injustificados ao presidente do Sporting. Por exemplo, ontem, nas suas edições de papel e online, o jornal i ilustrou um artigo sobre o que aconteceu ao árbitro Jorge Ferreira - que, recordo, envolveu um jogo do Benfica e uma visita dos Superdragões ao restaurante do seu pai - com... uma fotografia de Bruno de Carvalho. Isto apesar de nem Bruno de Carvalho nem o Sporting serem mencionados uma única vez nesse artigo.


Seria fácil encontrar muitos outros semelhantes a este. Mesmo quando são outros clubes a estar na origem da polémica em debate, é ao presidente que só chegou há 3 anos ao futebol que são imputadas as responsabilidades de tudo o que de mau se passa. E tenta-se convenientemente esquecer outros casos ocorridos num passado nada distante que são tão ou mais graves do que aqueles que são imputados a adeptos do Sporting.








Isto para não falar num passado mais longínquo, numa altura em que eram os próprios jogadores a fazer as despesas da intimidação.


Esqueçam os apitos dourados, a escolha de árbitros por telefone ou os discursos incendiários a ameaçar boicotes praticados tantas e tantas vezes por Pinto da Costa e Vieira. O único presidente de um grande que nunca se viu envolvido em episódios desse tipo e que, como tal, merecia algum benefício da dúvida, está a ser progressivamente responsabilizado pela podridão que já está instalada no futebol português há mais de três decadas - só porque a maior parte dos senhores jornalistas não consegue lidar com o ressurgimento do Sporting ou com o facto de o presidente do clube falar de forma demasiado agressiva para o que estavam habituados.

Infelizmente, os críticos não percebem (ou não querem perceber) que o estilo de Bruno de Carvalho é uma reação natural à forma desenvergonhada como muitas pessoas que gravitam no futebol português vivem como autênticos parasitas de dois hospedeiros que não olham a meios para atingir os fins.

(obrigado, José!)