Curioso como a janela de transferências tem influenciado, por motivos diferentes, os onzes de Sporting, Porto e Benfica neste arranque de época.
O Sporting foi obrigado a jogar com ponta-de-lança e segundo avançado improvisados na jornada inaugural, devido ao castigo de Slimani e à lesão de Spalvis, e à demora em fechar os reforços para as posições de ataque. Na segunda jornada, João Mário ficou de fora dos convocados devido (digo eu) à iminente conclusão do negócio com o Inter. Dois jogos em que a equipa entrou condicionada, mas no fim o Sporting conseguiu conquistar os seis pontos.
O Porto vive uma realidade um pouco diferente. Sem ter de lidar com lesões ou castigos, Nuno Espírito Santo parece ter um onze já mais ou menos definido para a época, salvo no conhecido desejo de adicionar ao plantel mais um jogador de características ofensivas - que inicialmente se pretendia que fosse Rafa, e que agora parece ser Oliver. Parece unânime que o atual plantel é curto, mas, curiosamente, Nuno Espírito Santo não utiliza dois jogadores disponíveis que poderiam ser muito úteis, mas que estão na porta de saída: Brahimi e Aboubakar. A qualidade de Brahimi está acima de quaisquer suspeitas, mas ainda é mais estranho o caso do camaronês por causa do playoff da Liga dos Campeões - onde o Porto foi a jogo sem ter um ponta-de-lança no banco. Até ao momento não houve consequências, pois o Porto venceu os dois jogos do campeonato. Vamos ver se Brahimi e Aboubakar não farão falta no jogo de logo.
O Benfica é a equipa que resolveu mais cedo a sua vida, quer nas vendas quer nas compras essenciais para a realização das receitas necessárias e para a formação de um plantel equilibrado. Todas as movimentações de mercado que ainda existem dizem respeito a contratações de jogadores não fundamentais (a profundidade do plantel é grande) ou vendas de excedentários. Ainda assim, o Benfica parece ter deixado, à semelhança do que aconteceu na época passada, que o mercado interferisse no onze escolhido. Falo em concreto da titularidade de Salvio no último domingo - um jogador que, segundo o que diz a comunicação social, está na lista de dispensas, na esperança que permita realizar um encaixe significativo. Salvio também foi suplente utilizado nos dois jogos oficiais anteriores, entrando a poucos minutos do fim, o indicia uma tentativa de valorização de um ativo que se pretende vender. Claro que se pode dar o benefício da dúvida a esta opção de Rui Vitória - no sentido de ter sido tomada pela maior utilidade do argentino face à concorrência -, mas a verdade é que já na época passada aconteceu algo semelhante: Ola John foi titular na Supertaça e nas duas primeiras jornadas, numa altura em que a sua saída parecia inevitável. Não terá sido por Salvio que o Benfica não venceu o V. Setúbal, mas a verdade é que as várias adaptações - Pizzi para o centro e Salvio na direita - não se traduziram no resultado pretendido.